EUA, Inflação no Produtor – 14 Dez 24

Inflação no Produtor dos EUA, Destaques (12 Dezembro 2024)

• Aumento do PPI: Os preços ao produtor nos EUA registaram o maior aumento em cinco meses, subindo 0,4% em novembro.
• Alimentos lideram alta: Preços dos géneros alimentícios subiram 3,1%, impulsionados por um aumento de 54,6% no custo dos ovos devido à gripe aviária.
• Serviços desaceleram: Custos de serviços cresceram apenas 0,2%, com quedas em tarifas aéreas e alojamento.
• Expectativa da Fed: Dados reforçam a possibilidade de um terceiro corte consecutivo nas taxas de juro na próxima reunião.
• Riscos no horizonte: Tarifas comerciais e políticas de imigração da nova administração Trump podem reacender pressões inflacionárias em 2024.

Inflação no produtor nos EUA acelera em novembro, mas sinais mistos oferecem alívio parcial

12 de dezembro – Os preços ao produtor nos EUA registaram em novembro o maior aumento em cinco meses, subindo 0,4%, segundo o relatório do Bureau of Labor Statistics. Apesar disso, a redução dos custos de serviços, como taxas de gestão de carteiras e tarifas aéreas, trouxe alguma esperança de que a tendência desinflacionária ainda possa ser mantida.

Nos últimos 12 meses, o índice de preços no produtor (PPI) avançou 3,0%, marcando o maior aumento anual desde fevereiro de 2023. A aceleração foi impulsionada principalmente pelos preços dos alimentos, com os ovos a registarem um salto de 54,6% devido a um surto de gripe aviária.

Fatores principais que impulsionaram o aumento

• Alimentos: Os preços dos géneros alimentícios por grosso subiram 3,1%, representando 80% do aumento nos preços dos bens. Este crescimento foi liderado por produtos como ovos e legumes frescos.
• Energia: Os preços da energia avançaram 0,2% no mês, embora este aumento tenha tido um impacto mais moderado no índice geral.
• Bens não alimentares e energia: Os preços subiram 0,2% pelo quinto mês consecutivo.

Por outro lado, os preços dos serviços cresceram apenas 0,2%, desacelerando em relação a outubro. Destaques incluem:

• Quedas em tarifas aéreas (-2,1%) e custos de alojamento (-3,1%), compensando parcialmente os aumentos em outras categorias.
• Estagnação nos preços de cuidados de saúde e hospitalares em ambulatório, embora os custos hospitalares em internamento tenham subido 0,2%.

Impacto nos mercados e expectativas da Fed

A combinação dos dados sobre o PPI e o aumento dos pedidos de subsídio de desemprego reforçou as expectativas de que a Reserva Federal dos EUA deve prosseguir com o terceiro corte consecutivo das taxas de juro na reunião de 17 e 18 de dezembro. A taxa de referência, atualmente entre 4,50% e 4,75%, poderá ser reduzida em 25 pontos base, conforme já precificado pelos mercados financeiros.

Apesar do progresso, economistas alertam para riscos no horizonte, incluindo potenciais tarifas comerciais impostas pela administração do Presidente eleito Donald Trump, que poderiam reacender as pressões inflacionárias em 2024.

Perspetiva para a inflação PCE

Os economistas revisaram para baixo as suas projeções para a inflação subjacente medida pelo índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), frequentemente monitorizado pela Fed. Estima-se agora um aumento de 0,11% para novembro, abaixo do esperado, sugerindo algum alívio temporário.

No entanto, os riscos persistem:

• A possibilidade de tarifas mais elevadas e deportações em massa poderá pressionar custos e perturbar as cadeias de abastecimento.
• A estagnação no progresso recente para conter a inflação aumenta a incerteza sobre a eficácia das medidas adotadas.

Considerações finais

Embora a aceleração da inflação no produtor em novembro sinalize desafios à frente, os dados subjacentes fornecem algum alívio e mantêm a porta aberta para uma postura mais dovish da Fed no curto prazo. No entanto, os riscos geopolíticos e comerciais, combinados com um crescimento económico moderado, continuam a moldar uma perspetiva complexa para a economia dos EUA.