
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia dos EUA. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
Inflação medida pelo PCE abranda para 2,3% em maio, mas queda no rendimento e consumo revela fragilidade na economia dos EUA
Destaques (27 de junho de 2025)
- Índice PCE subiu 0,1% em maio e 2,3% em termos anuais, desacelerando face aos 2,7% registados no início de 2024
- Índice PCE ‘core’ (excluindo alimentação e energia) subiu 0,2% no mês e 2,7% em termos anuais, mantendo-se acima da meta da Fed
- Rendimento pessoal disponível caiu 0,6% em termos nominais e 0,7% em termos reais, afetado pela redução de apoios sociais
- Despesas de consumo recuaram 0,1% em termos nominais e 0,3% em termos reais, interrompendo uma sequência de quatro meses de alta
- Taxa de poupança pessoal caiu para 4,5%, o nível mais baixo desde dezembro de 2023
- Receios de abrandamento económico reacendem debate sobre cortes de juros ainda em 2025, apesar da inflação ainda resistente na vertente ‘core’
PCE desacelera, mas núcleo da inflação continua firme
O índice de despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida da Reserva Federal, subiu apenas 0,1% em maio de 2025, e 2,3% em termos homólogos, marcando o ritmo mais lento desde março de 2021.
No entanto, a vertente “core”, que exclui alimentação e energia, cresceu 0,2% no mês e 2,7% nos últimos 12 meses, mantendo-se persistentemente acima do objetivo de 2% definido pela Fed. Esta combinação de arrefecimento global da inflação e resistência da ‘core’ reforça a complexidade da política monetária atual.

Fonte: LSEG
Queda acentuada do rendimento e consumo preocupa analistas
Os dados revelaram uma contração significativa do rendimento pessoal disponível, que caiu 0,6% em termos nominais e 0,7% em termos reais. A principal razão foi a redução de apoios sociais, incluindo um corte nos pagamentos da Segurança Social e o fim de alguns programas temporários ligados à pandemia e à emergência agrícola.
Ao mesmo tempo, as despesas de consumo recuaram 0,1% em valor nominal e 0,3% em termos reais, sinalizando um potencial enfraquecimento da procura interna. Esta queda quebra uma sequência de quatro meses consecutivos de crescimento e surge num momento em que a economia já deu sinais de contração no PIB do primeiro trimestre.

Composição do consumo: bens em queda, serviços ainda positivos
O declínio no consumo foi liderado por uma redução de 49,2 mil milhões de dólares nos gastos com bens, especialmente bens duradouros como automóveis, eletrodomésticos e produtos eletrónicos. Este efeito foi apenas parcialmente compensado por um aumento de 19,9 mil milhões nos gastos com serviços, sobretudo alojamento e serviços de saúde.
Este padrão é consistente com um consumidor mais cauteloso, a reduzir despesas discricionárias e a privilegiar serviços essenciais, comportamento típico de uma economia em desaceleração.

Mercado de trabalho sustenta compensações, mas não evita travagem
Apesar da contração nos rendimentos totais, a compensação dos trabalhadores aumentou em maio, com uma subida de 35,9 mil milhões de dólares nos salários em serviços e 7,5 mil milhões nas indústrias de bens. Contudo, este aumento não foi suficiente para compensar o fim dos benefícios extraordinários, o que resultou numa descida do rendimento disponível global.
A taxa de poupança pessoal recuou para 4,5%, o valor mais baixo desde dezembro de 2023, refletindo o esforço das famílias para manter padrões de consumo num contexto de rendimentos em queda.
Perspetivas para a política monetária: corte em setembro?
A combinação de desaceleração económica, moderação da inflação global e persistência da ‘core’ coloca a Fed perante um dilema.
O mercado começa a prever um possível corte de juros já em setembro, sobretudo se os dados do segundo trimestre confirmarem nova contração do PIB. Contudo, a inflação subjacente ainda longe da meta poderá levar o banco central a adotar uma postura mais prudente.
O próximo relatório sobre rendimentos e consumo, com divulgação marcada para 31 de julho, será determinante para clarificar se a trajetória atual se traduz numa recessão técnica ou num simples abrandamento controlado.
Conclusão
O relatório de maio de 2025 do BEA revela sinais contraditórios para a economia dos EUA: a inflação geral dá sinais de alívio, mas a pressão sobre o núcleo persiste; o rendimento disponível e o consumo recuam de forma inesperada, indicando possível debilidade da procura. Esta conjugação desafia a Fed a calibrar cuidadosamente os próximos passos da sua política monetária. Para os mercados, o risco de corte de juros em setembro ganha força, mas ainda sem garantias claras.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Inflação PCE e Core PCE nos EUA, formato “Geral”, atualizado com informações até 27 de Junho de 2025. Categoria: Economia. Classe de Ativos: N/A. Tags: Economia, EUA, Inflação, Inflação no Consumidor, PCE, Core PCE)