EUA, PMI dos Serviços – 21 Mar 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia dos EUA. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Setor de Serviços dos EUA Surpreende com Crescimento em Fevereiro, Mas Inflação Pode Acelerar

DESTAQUES (5 de março de 2025)

  • O setor de serviços dos EUA cresceu inesperadamente em fevereiro, com o PMI a subir para 53,5, acima das previsões.
  • O aumento dos preços dos insumos e das matérias-primas sugere uma possível aceleração da inflação nos próximos meses.
  • As tarifas impostas pela administração Trump, 25% sobre importações do México e do Canadá e 20% sobre produtos chineses, geram preocupações sobre um impacto negativo na economia.
  • O défice comercial de bens agravou-se em janeiro, pressionando o crescimento do PIB, com o Federal Reserve de Atlanta a prever uma contração de 2,8% no primeiro trimestre de 2025.
  • A administração Trump adiou por um mês a imposição de tarifas sobre alguns veículos fabricados na América do Norte.

Crescimento Surpreendente, Mas com Pressão Inflacionária

O setor de serviços dos EUA demonstrou resiliência em fevereiro de 2025, com o índice PMI de não-manufatura do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) a subir para 53,5, acima dos 52,8 registados em janeiro e superando a previsão dos economistas, que esperavam uma descida para 52,6.

Um PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que representa mais de dois terços da economia norte-americana. No entanto, o relatório do ISM contrasta com outros indicadores económicos, como o consumo privado e a construção civil, que apontam para uma desaceleração do PIB neste primeiro trimestre. Além disso, a inflação pode ganhar força nos próximos meses devido ao aumento dos preços dos insumos e das matérias-primas, com os custos das fábricas a atingirem um máximo de três anos em fevereiro.

Impacto das Tarifas e Preocupações do Mercado

A política comercial da administração Trump continua a gerar incerteza nos mercados. A imposição de tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá e a duplicação das taxas sobre produtos chineses para 20% entraram em vigor a 4 de março de 2025.

O relatório do ISM destacou que as tarifas foram amplamente mencionadas nas respostas das empresas, com alguns setores a referirem que estas “criaram caos” e “grande incerteza sobre a atividade futura”.

Preocupações adicionais surgem com os cortes no orçamento federal, promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo bilionário tecnológico Elon Musk. Estes cortes resultaram em despedimentos em massa de trabalhadores temporários em parques nacionais e outras agências federais.

O economista Sal Guatieri, da BMO Capital Markets, afirmou que o Federal Reserve enfrenta um dilema complicado nos próximos meses, pois a economia poderá perder dinamismo enquanto a inflação continua a subir.

“O melhor caminho para o Fed neste momento é manter-se estável e monitorizar os desenvolvimentos.”

Efeito nas Empresas e Perspetivas para o Consumo

A subida dos preços já começa a impactar o consumo e as cadeias de abastecimento. O CEO da Target, Brian Cornell, anunciou que a empresa aumentará os preços de alguns produtos sazonais, como abacates importados do México, nos próximos dias.

Além disso, economistas da Nationwide estimam que as tarifas sobre os três principais parceiros comerciais dos EUA aumentarão o custo dos bens para as famílias norte-americanas em cerca de 1.000 dólares anuais.

Os preços ao consumidor subiram 3,0% em janeiro de 2025, a maior subida dos últimos sete meses. Esta pressão inflacionária levou o Federal Reserve a pausar os cortes das taxas de juro no início do ano.

Enquanto isso, o mercado de ações teve um dia volátil, com os títulos do Tesouro dos EUA a subirem e o dólar a desvalorizar em relação a outras moedas.

Novas Encomendas e Impacto na Produção

O relatório do ISM apontou para um aumento das novas encomendas no setor de serviços, com o índice a subir de 51,3 em janeiro para 52,2 em fevereiro.

O índice de preços pagos pelos serviços aumentou de 60,4 para 62,6, reforçando as preocupações com a inflação futura. Além disso, as entregas dos fornecedores registaram atrasos, com o índice a crescer para 53,4.

A deterioração do défice comercial em janeiro, atribuída à antecipação das importações antes da implementação das tarifas, contribuiu para a perspetiva de contração do PIB no primeiro trimestre, com o Federal Reserve de Atlanta a projetar uma queda de 2,8% em termos anualizados.

Conclusão

O crescimento inesperado do setor de serviços nos EUA sugere que a economia ainda mantém alguma resiliência, mas os sinais de inflação crescente e os efeitos das tarifas comerciais lançam desafios para os próximos meses.

As medidas protecionistas da administração Trump e os cortes federais aumentam a incerteza sobre a evolução da economia, com impactos no consumo, nos preços e na confiança empresarial.

A reação do Federal Reserve será crucial: enquanto a inflação pressiona por um possível aumento das taxas de juro, a desaceleração do PIB pode justificar uma postura mais cautelosa. O equilíbrio entre estas forças definirá o rumo da economia norte-americana em 2025.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o PMI dos Serviços dos EUA, formato “Geral”, atualizado com informações até 07 de Março de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, EUA, ISM, PMI dos Serviços, PMIs)