
Análise das Minutas da Reunião da Reserva Federal de Setembro
– Corte de Taxas de Juros: A maioria dos funcionários da Reserva Federal apoiou um corte de 50 pontos base, sinalizando uma política monetária mais flexível.
– Diversidade de Opiniões: Havia um consenso de que a redução não implica um compromisso com cortes futuros.
– Recalibração da Política Monetária: O corte reflete uma adaptação às condições atuais da inflação e do mercado de trabalho.
– Preocupações com o Mercado de Trabalho: Aumento da taxa de desemprego e fracos indicadores de emprego.
– Projeções Futuras: As próximas decisões dependerão dos dados económicos, com a possibilidade de continuar a flexibilização.
As minutas da reunião da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, realizadas em setembro, revelam que uma “maioria substancial” dos funcionários apoiou o início de uma era de política monetária mais flexível, propondo um corte de 50 pontos base na taxa de juro. Contudo, existiu um consenso mais amplo de que esta decisão não implica um compromisso com um ritmo específico de reduções futuras.
Os defensores do corte de meio ponto argumentaram que esta alteração na postura da política monetária ajudaria a alinhar as taxas com os indicadores recentes de inflação e do mercado de trabalho. Na reunião, o Fed decidiu reduzir a taxa básica de juros para uma faixa entre 4,75% e 5,00%, uma descida da anterior faixa de 5,25% a 5,50%, mantida desde julho de 2023.
Enquanto alguns participantes consideraram que havia um “caso plausível” para um corte na reunião de julho, outros mostraram-se a favor de uma redução mais moderada de 25 pontos base. As minutas revelaram a diversidade de opiniões entre os decisores políticos da Reserva Federal, uma vez que o corte de meio ponto foi uma ação normalmente associada a momentos de preocupação sobre um abrandamento significativo da economia. Contudo, os formuladores de políticas caracterizaram o corte inicial como uma “recalibração” necessária, tendo em conta a queda acentuada da inflação desde os níveis elevados de 2022 e 2023, que já se aproxima da meta de 2% do Fed.
A ata sublinha a importância de comunicar que esta mudança não deve ser interpretada como um sinal de uma perspetiva econômica menos otimista. No entanto, a preocupação com o mercado de trabalho tem crescido entre os decisores, especialmente face ao aumento da taxa de desemprego e aos fracos indicadores de emprego e inflação em julho e agosto.
Os responsáveis do Fed indicaram que as reduções nas taxas poderiam continuar, desde que a inflação continue a diminuir, com o ritmo e o ponto final ainda a ser discutidos. As minutas destacam que os próximos dados económicos serão cruciais para a evolução da política monetária, sugerindo que, caso a economia mantenha o seu desempenho esperado, será “provavelmente apropriado” avançar para uma posição mais neutra ao longo do tempo.
A decisão de cortar a taxa em meio ponto não foi universalmente aceita, tendo a governadora Michelle Bowman manifestado a sua discordância, argumentando que um corte de 25 pontos base seria uma forma mais adequada de iniciar a flexibilização da política. Contudo, as novas projeções económicas publicadas após a reunião mostraram que todos os decisores, exceto dois, previram cortes de pelo menos 75 pontos base para o Fed este ano, perspetivas que se mantêm independentemente do início com uma redução de 50 pontos.
Para muitos decisores políticos, a diferença entre começar com um corte de 50 ou 25 pontos base é considerada inconsequente, sendo que a decisão de um corte mais significativo foi impulsionada pelos fracos relatórios de emprego de julho e agosto. O Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, referiu na conferência de imprensa pós-reunião que este início “forte” na flexibilização da política demonstra o compromisso da Reserva Federal em manter um mercado de trabalho saudável.
Dados mais recentes mostram uma recuperação no crescimento do emprego e uma queda na taxa de desemprego, com as revisões dos dados de meses anteriores a aumentarem os ganhos na folha de pagamento de julho para 144.000, em comparação com 89.000, dissipando as preocupações sobre uma possível necessidade de cortes de taxas naquele mesmo mês.
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