
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com geopolítica e em particular com as tarifas de Trump. Estas atualizações são essenciais para compreender os desenvolvimentos que moldam o cenário global, influenciam decisões estratégicas e impactam diretamente os mercados, as economias e as relações internacionais.
Trump impõe nova onda de tarifas: mercados em choque e receios de recessão global
Destaques (03 Abril 25)
- Tarifa base de 10% sobre todas as importações entra em vigor a 5 de Abril; sobretaxas chegam a 46% em alguns países.
- China, Europa, Japão e Coreia do Sul prometem retaliações coordenadas.
- O índice S&P 500 caiu mais de 3%, o Nasdaq afundou 4% e o dólar atingiu mínimos de seis meses.
- A Fitch estima que a taxa efectiva sobre importações nos EUA subiu de 2,5% (em 2024) para 22% em Abril de 2025, atingindo níveis não vistos desde 1910.
- A isenção “de minimis” para encomendas até 800 dólares será revogada a 2 de Maio para produtos da China e Hong Kong.
Uma viragem radical na política comercial dos EUA
A 3 de Abril de 2025, o Presidente Donald Trump revelou uma nova vaga de tarifas sobre as importações norte-americanas, marcando uma rutura histórica com a liberalização comercial das últimas décadas. A medida inclui uma tarifa base de 10% sobre todas as importações e taxas específicas: 34% sobre produtos chineses, 46% sobre o Vietname, 24% sobre o Japão e 20% sobre a União Europeia.

As tarifas sobre automóveis importados entraram em vigor à meia-noite de 4 de Abril, com impactos imediatos em cadeias de produção e mercados bolsistas. A Apple, Amazon e Nvidia registaram quedas superiores a 6%, enquanto os sectores de tecnologia e consumo discricionário foram os mais penalizados no índice S&P 500.
Reações imediatas e inquietação nos mercados
A resposta foi imediata. O dólar caiu mais de 2% contra o iene e o franco suíço, o euro subiu 1,6%, e os índices europeus e asiáticos afundaram. O ouro e as obrigações do Tesouro norte-americano tornaram-se refúgios procurados por investidores assustados.
“Estamos perante uma mudança de regime na forma como os EUA lidam com o comércio internacional,” afirmou Michael Reynolds da Glenmede. Já Jeanette Garretty, economista-chefe na Robertson Stephens, sublinhou: “Agora temos clareza… e ninguém gosta do que vê.”
União Europeia, China e outros países preparam resposta
A União Europeia prometeu contra-medidas, com a presidente Ursula von der Leyen a classificar as tarifas como “um golpe à economia mundial”. O Japão, Taiwan, Coreia do Sul e até a Austrália criticaram duramente as medidas. O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese afirmou: “Isto não é o acto de um aliado.”
A China, alvo de tarifas de 54%, também prometeu retaliar, com medidas que deverão atingir produtos agrícolas e tecnológicos dos EUA. Segundo analistas, poderá estar em curso uma “espiral de retaliação”, que ameaça desencadear uma recessão global.

Justificação política e novas restrições
Trump justificou as medidas como uma ação “recíproca”, respondendo às tarifas e barreiras não-tarifárias que os EUA enfrentam noutros mercados. No mesmo dia, assinou uma ordem para encerrar a isenção “de minimis”, que permitia importações abaixo dos 800 dólares sem taxas, uma medida direcionada a encomendas da China, alegadamente ligadas ao tráfico de fentanil.

Além disso, estão previstas novas tarifas sobre semicondutores, produtos farmacêuticos e minerais estratégicos, com efeitos em cascata para diversas indústrias globais.

Impacto económico e previsões pessimistas
A Fitch estima que a taxa efetiva sobre importações nos EUA aumentou para 22%, contra apenas 2,5% no final de 2024. A Fed poderá ser forçada a cortar juros para contrariar os efeitos recessivos e o impacto sobre o consumo interno.
Economistas alertam para a subida generalizada dos preços nos EUA e para o impacto nas cadeias de produção globais, especialmente no sector automóvel e tecnológico. “Isto vai custar milhares de euros por ano a muitas famílias americanas,” alertou Nigel Green, da deVere Group.
Conclusão
A nova vaga de tarifas de Trump representa a maior viragem protecionista da política económica norte-americana em mais de um século. Embora o objetivo declarado seja relançar a indústria e proteger empregos, os dados mostram um cenário de incerteza crescente, tensão diplomática e pressões inflacionistas num contexto já fragilizado.
Se não houver um recuo ou um entendimento multilateral, os próximos meses poderão ser determinantes para o futuro do comércio internacional, e para o equilíbrio económico global.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre novas Tarifas de Trump, formato “Geral”, atualizado com informações até 03 de Abril de 2025. Categorias: Política. Tags: Trump, Política, Geopolítica, EUA, Presidente dos EUA, Tarifas)