ExxonMobil – Consolidação Estratégica no Mediterrâneo, Retração Industrial na Europa e Aposta em Ativos em Transição
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a ExxonMobil. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights — 18 novembro 2025
- ExxonMobil expande presença no Mediterrâneo com acordos de exploração no Egito e na Grécia, envolvendo investimentos previstos de 50–100 milhões USD.
- Darren Woods reforça que petróleo e gás terão papel crítico de longo prazo, embora a combustão possa diminuir com novas tecnologias.
- Exxon fecha a unidade petroquímica Fife (Escócia) em fevereiro 2026, afetando 179 funcionários e ~250 contratados, citando custos e política industrial adversa.
- A empresa avalia adquirir ativos internacionais da Lukoil, incluindo participações em Karachaganak, Tengiz e potencial entrada em West Qurna 2.
- Exxon assina acordo preliminar para regressar ao Iraque, assumindo funções de gestão no campo Majnoon.
Nota de Contexto
A ExxonMobil é uma das maiores energéticas globais, com papel crítico na arquitetura do fornecimento de petróleo e gás e crescente peso em petroquímicos e captura de carbono. A empresa atua num setor em transição acelerada, onde as grandes majors procuram simultaneamente manter a rentabilidade do upstream, adaptar portefólios industriais e reposicionar-se em cadeias de energia emergentes.
Em 2025, a Exxon adota uma estratégia claramente bifurcada:
- Expandir exploração de gás em regiões geopoliticamente estratégicas (Mediterrâneo Oriental, Norte de África);
- Recuar em ativos europeus estruturalmente não competitivos;
- Explorar oportunidades em ativos russos sancionados, aproveitando espaço regulatório aberto temporariamente pelos EUA;
- Reforçar presença no Médio Oriente, nomeadamente com o regresso ao Iraque.
O período analisado mostra uma Exxon em recomposição coordenada do portefólio, reforçando áreas de crescimento e retirando-se de geografias com margens em erosão.
1. Expansão Estratégica em Gás – Mediterrâneo Egípcio e Grego
Egito – MoU para expansão de exploração e produção
A 4 novembro 2025, a ExxonMobil firmou um memorando de entendimento com o Ministério do Petróleo do Egito para ampliar a presença de gás natural no Mediterrâneo oriental.
O foco recai sobre uma nova concessão a oeste do Zohr, o maior campo de gás da região. Este movimento reforça a tendência da Exxon de privilegiar ativos de gás com baixo custo marginal e proximidade de mercados deficitários (Europa).
Grécia – Bloco 2 e reforço do corredor energético não russo
A 6 novembro 2025, a Exxon entra formalmente na Grécia através de um acordo de exploração no Bloco 2, em parceria com Energean (30%) e Helleniq Energy (10%).
Os principais dados operacionais incluem:
- Investimento estimado: 50–100 milhões USD;
- Primeira perfuração: 2026/27;
- Potencial primeiro gás: início dos anos 2030.
O acordo foi explicitamente apoiado pelos EUA, que o enquadram na estratégia de substituição do gás russo na Europa, com declarações claras do Secretário da Energia: “Temos a oportunidade de substituir todo o gás russo”.
A localização permite futura integração com o gasoduto TAP, reforçando a segurança energética europeia.
2. Estratégia de Longo Prazo – O Papel do Petróleo Segundo Darren Woods
No Fórum de Inovação Sustentável em São Paulo, a 7 novembro 2025, o CEO Darren Woods sintetizou a visão estratégica da Exxon sobre o futuro dos hidrocarbonetos:
- Petróleo e gás continuarão a ter papel crítico durante décadas.
- A questão central não é a existência, mas o uso a combustão tenderá a diminuir, enquanto aplicações químicas, médicas e industriais devem crescer.
- Woods afirma que sem contabilidade rigorosa de carbono, “net zero é apenas um slogan”.
Reentrada no Iraque – Campo Majnoon
O CEO confirmou ainda um acordo preliminar para a Exxon retornar ao campo Majnoon, um dos maiores do sul do Iraque. O processo está em fase inicial e condicionado a garantias de retorno financeiro e ambiente contratual estável.
Esta reaproximação indica que a Exxon vê oportunidades de longo prazo no Médio Oriente, mesmo após o desinvestimento em West Qurna 1 em 2024.
3. Retração Industrial na Europa – Encerramento da Fife Ethylene Plant
A 18 novembro 2025, a Exxon anunciou o encerramento da unidade petroquímica de Fife, na Escócia, com efeitos em fevereiro 2026.
Impactos chave
- 179 funcionários afetados.
- ~250 contratados afetados.
- 50 colaboradores transferidos para Fawley.
Causas estruturais
- Custos energéticos europeus persistentemente elevados.
- Infraestruturas envelhecidas no setor químico.
- Políticas industriais e climáticas britânicas descritas pela empresa como desencorajadoras.
- Queda de capacidade de refinação europeia (Grangemouth e Lindsey), afetando sinergias industriais.
Este encerramento reforça um padrão: a Exxon está a consolidar operações apenas onde existem margens sustentáveis, retirando-se de geografias de alto custo e volatilidade regulatória.
4. Movimentos em Ativos Russos – Oportunidade de Consolidação Global
A mesma data de 18 novembro trouxe outra frente estratégica: a Exxon juntou-se à Chevron na avaliação de segmentos internacionais do portefólio da Lukoil, após autorização temporária do Tesouro dos EUA para negociações até 13 dezembro.
Ativos sob análise:
- Cazaquistão:
- Campos Karachaganak e Tengiz, ambos com relevância para exportações e sinergias com infraestruturas de gasodutos.
- Iraque:
- Potencial aquisição da participação da Lukoil em West Qurna 2, um dos ativos mais valiosos da empresa russa e geograficamente adjacente ao histórico de operações da Exxon em West Qurna 1.
Por que interessa?
- Estes ativos são de elevado potencial, com produção estabilizada e risco exploratório reduzido.
- A Lukoil é forçada pelas sanções a vender ativos, criando um dos raros momentos em que gigantes russos podem ser desmembrados no mercado internacional, abrindo portas a majors ocidentais.
Conclusão
Em novembro de 2025, a ExxonMobil demonstra um movimento simultâneo de expansão, retração e reposicionamento, refletindo a necessidade de adaptar o portefólio a múltiplos ambientes regulatórios e económicos.
Expansão:
- Aposta clara no gás do Mediterrâneo Oriental (Egito e Grécia), com forte apoio geopolítico dos EUA.
Reposicionamento:
- Reentrada no Iraque e avaliação de ativos da Lukoil mostram que a Exxon procura oportunidades contracíclicas em regiões de alto potencial.
Retração:
- Fecho da planta de Fife confirma que o setor petroquímico europeu enfrenta uma crise estrutural que limita o retorno para operadores internacionais.
A estratégia da Exxon revela uma leitura pragmática do mercado: consolidar posição em gás de baixo custo, reabrir frentes em mercados produtores tradicionais e otimizar a estrutura industrial removendo ativos não competitivos.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a ExxonMobil, formato “News”, atualizado com informações até 18 de Novembro de 2025. Categorias: Energia. Tags: Acionista, Exxon, Energia, Petrolífera, EUA, Petróleo)