
Desafios do novo PM em França, Destaques (13 Dezembro 2024)
- François Bayrou, nomeado como o quarto primeiro-ministro de 2024, enfrenta um “Himalaia” de desafios para resolver o défice francês.
- Prioridades incluem aprovar a revisão do orçamento de 2024 e evitar votos de desconfiança num parlamento dividido.
- Reações contraditórias de adversários políticos sublinham a fragilidade do seu mandato.
François Bayrou Assume Desafios Monumentais como Novo Primeiro-Ministro de França
François Bayrou, o recém-nomeado primeiro-ministro de França, reconheceu a magnitude dos desafios que enfrenta ao assumir o cargo, referindo-se ao défice francês como um “Himalaia” a escalar. A sua nomeação por Emmanuel Macron ocorre numa altura de grande turbulência política e fiscal no país, com o défice previsto para superar os 6% do PIB até ao final de 2024.
Bayrou, líder do Movimento Democrático (MoDem) e aliado de longa data de Macron, substitui Michel Barnier, que foi destituído na sequência de um voto de desconfiança após a tentativa de aprovar um orçamento de contenção para 2025. No entanto, Bayrou herdará o mesmo parlamento fragmentado que dificultou o trabalho do seu antecessor, colocando o seu mandato sob intensa pressão desde o início.
Uma Prioridade Imediata: O Orçamento de 2024
A principal tarefa inicial de Bayrou será a aprovação de uma lei especial para rever o orçamento de 2024. A legislação será essencial para evitar o agravamento da crise fiscal e responder às crescentes preocupações dos investidores com a dívida francesa. No entanto, a tarefa não será fácil, dado o ambiente de forte divisão política.
Os socialistas já manifestaram a sua oposição à nomeação, criticando a escolha de um “macronista” em detrimento de um líder de esquerda. Por outro lado, partidos como o France Unbowed, de extrema-esquerda, planeiam imediatamente apresentar uma moção de censura. Enquanto isso, os partidos de direita, incluindo o Republicano e o National Rally, mantêm uma posição de espera para avaliar as propostas de Bayrou antes de tomar decisões definitivas.
Fragilidade e Persistência Política
Bayrou, conhecido pelas suas raízes rurais e trajetória política de décadas, tenta usar a sua experiência para conquistar a confiança do parlamento e evitar o destino de Barnier, cujo mandato de três meses foi o mais curto da história moderna de França. Contudo, a sua proximidade com o impopular Macron e o parlamento desordenado deixam o seu futuro em constante risco.
O projeto de lei orçamental para 2025, a ser debatido em janeiro, será outro teste crucial. A proposta original de Barnier, que previa cortes de 60 mil milhões de euros para controlar o défice, foi rejeitada tanto pela extrema-esquerda quanto pela direita, que consideraram as medidas insuficientes ou excessivas.
Impacto Económico e Reações do Mercado
A crise política e fiscal já teve repercussões económicas significativas. Os custos de empréstimos franceses aumentaram, e o índice CAC 40 continua a ter um desempenho inferior ao das ações alemãs. A nomeação de Bayrou não deve, por si só, aliviar a pressão sobre os mercados.
Com França ainda atolada em turbulência política, reduzir a lacuna económica com a Alemanha será uma luta difícil, mesmo com um novo primeiro-ministro.
Um Olhar para o Futuro
Com um histórico de controvérsias, incluindo a sua demissão como ministro da Justiça em 2017 devido a uma investigação de fraude, da qual foi absolvido este ano, Bayrou terá de provar a sua capacidade de liderar em tempos de crise. A sua prioridade será evitar votos de desconfiança até julho, quando novas eleições legislativas podem ser realizadas.
Enquanto Bayrou tenta gerir o impasse político, Emmanuel Macron também enfrenta desafios crescentes para manter o controlo do seu mandato até 2027, num cenário de crescente descontentamento político e económico.
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(Artigo sobre a Crise Política em França, formato “Geral”, atualizado com informações até 13 de Dezembro de 2024. Categorias: Geopolítica. Tags: Política, Geopolítica, França)