General Mills revê previsões em baixa com queda nas vendas de snacks e alimentação animal nos EUA

Queda nas vendas e previsão mais fraca para 2025

A 25 de junho de 2025, a General Mills reviu em baixa as suas previsões de crescimento para o exercício fiscal, passando a antecipar uma queda orgânica entre 1,5% e 2%, face à estimativa anterior de crescimento entre 0% e 1%. O lucro ajustado deverá recuar entre 7% e 8%, numa revisão significativa face à expectativa anterior de -1% a -3%.

A empresa atribuiu o desempenho fraco à procura volátil nos segmentos de snacks salgados e alimentação para animais de estimação, setores onde os consumidores estão a optar cada vez mais por marcas próprias, pressionados pela subida do custo de vida.

Concorrência com marcas próprias e mudança no comportamento do consumidor

A General Mills enfrenta uma concorrência crescente de marcas de distribuição, sobretudo nos EUA, onde o consumo de produtos de conveniência tem desacelerado. O CEO reconheceu que os consumidores sensíveis ao preço não estão a regressar às marcas nacionais com a mesma rapidez esperada, mesmo com a melhoria da confiança do consumidor em alguns estados.

Esta realidade afeta diretamente marcas como Pillsbury, Betty Crocker, Cheerios e Blue Buffalo, que competem em categorias altamente expostas à substituição por produtos genéricos.

Resultados trimestrais penalizados por redução de inventário

No trimestre encerrado a 23 de fevereiro, a empresa reportou vendas líquidas de $4,84 mil milhões, abaixo da média de estimativas de $4,96 mil milhões. A empresa referiu que a redução inesperada de inventário por parte dos retalhistas nos segmentos de retalho alimentar e pet food contribuiu significativamente para a quebra nas receitas.

Apesar disso, o lucro ajustado por ação foi de $1, ligeiramente acima das previsões de $0,96, sinalizando controlo eficaz de custos na operação base.

Tarifa dos EUA ainda fora das previsões oficiais

A empresa confirmou que o guidance para o ano não incorpora ainda o impacto potencial das novas tarifas comerciais da administração Trump, dado que a implementação e o âmbito exato das medidas ainda não são definitivos. Analistas alertam que um agravamento tarifário poderá aumentar ainda mais o custo de matérias-primas importadas, como cereais e embalagens.

Plano de corte de custos e ajustamento estrutural

A General Mills anunciou que está a preparar um plano de poupança de custos de pelo menos $100 milhões para o exercício de 2026, com foco em simplificação logística, renegociação com fornecedores e possível racionalização da oferta em categorias menos rentáveis.

A estratégia inclui também iniciativas para fortalecer o canal direto ao consumidor e aumentar a eficiência promocional em plataformas digitais.

Conclusão

A General Mills enfrenta 2025 num contexto de pressão contínua sobre volumes, mudança no comportamento do consumidor e desafios operacionais, especialmente nos EUA. A revisão em baixa das previsões reflete um abrandamento mais profundo do que o antecipado, agravado por fatores externos como tarifas e mudanças no canal de retalho.

Com margens ainda razoavelmente estáveis e um plano de corte de custos em preparação, a General Mills procura preservar rentabilidade e defender a quota de mercado, enquanto ajusta a sua estrutura para um ambiente de consumo mais racional e menos impulsivo. A execução no segundo semestre será determinante para reconquistar confiança dos investidores e estabilizar a sua posição entre os grandes nomes do setor alimentar global.