
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia do PIB do Japão. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
PIB do Japão recua no 1.º trimestre de 2025, pressionado por exportações fracas e tarifas dos EUA
Destaques (9 de junho de 2025)
- A economia japonesa contraiu 0,7% em termos anualizados no primeiro trimestre de 2025, o primeiro recuo em um ano e superior à previsão de -0,2%
- O consumo privado manteve-se estagnado, contrariando expectativas de ligeiro crescimento
- As exportações caíram 0,6% e as importações aumentaram 2,9%, com a procura externa a retirar 0,8 pontos percentuais ao crescimento
- O deflator do PIB aumentou 3,3% em termos homólogos, refletindo pressões de custos
- As tarifas norte-americanas sobre automóveis e metais pesam sobre a perspetiva de curto prazo, com efeitos ainda por se materializar em pleno
- O governo prevê pressões adicionais sobre o consumo e o investimento empresarial, enquanto o Banco do Japão revê em baixa as previsões de crescimento
- O PIB do 4.º trimestre de 2024 foi revisto em alta, de 2,2% para 2,4%, graças a um aumento mais robusto do investimento empresarial
Contração inesperada no início de 2025
A economia do Japão recuou no primeiro trimestre de 2025, refletindo fraqueza persistente nas exportações e um consumo privado estagnado. A contração anualizada de 0,7% entre janeiro e março superou a projeção média de -0,2%, realçando a fragilidade da recuperação económica.
Em termos trimestrais, o recuo foi de 0,2% face ao trimestre anterior, também pior do que o esperado (-0,1%). A economia japonesa revelou sinais de desaceleração mesmo antes da entrada em vigor das tarifas norte-americanas, destacando uma vulnerabilidade estrutural ao abrandamento da procura externa.
Exportações e consumo limitam crescimento
As exportações japonesas caíram 0,6% no trimestre, ao passo que as importações aumentaram 2,9%, resultando numa contribuição negativa de 0,8 pontos percentuais da procura externa para o PIB.
O consumo privado, responsável por mais de metade da economia, manteve-se inalterado no período, frustrando expectativas de uma ligeira subida de 0,1%. O aumento dos preços, impulsionado pela desvalorização do iene e pelo aumento dos custos de energia e bens alimentares, tem limitado a recuperação do consumo das famílias.
O deflator do PIB aumentou 3,3% face ao mesmo período de 2024, acelerando pelo segundo trimestre consecutivo, o que sugere que as empresas estão a repercutir os custos crescentes nos consumidores, mas sem impacto positivo sobre o volume de consumo.
Tarifas dos EUA geram incerteza e novos riscos
O agravamento da política comercial dos EUA está a gerar pressões adicionais sobre a indústria japonesa, especialmente no setor automóvel. As tarifas anunciadas por Washington em abril, que incluem um 24% sobre automóveis japoneses a partir de julho, ainda não foram refletidas integralmente nos dados do primeiro trimestre, mas deverão pesar fortemente sobre os resultados do segundo semestre.
Empresas como a Toyota e a Mazda já reportaram expectativas de lucros mais fracos. A Toyota projeta uma queda de 20% nos lucros no ano fiscal, enquanto a Mazda adiou a divulgação de previsões face à incerteza comercial.
As autoridades japonesas mantêm negociações com os EUA para tentar obter isenções bilaterais, mas sem garantias até ao momento. O governo alertou para o impacto potencial nas exportações e no sentimento empresarial, e admitiu o risco de novo recuo no PIB no segundo trimestre, caso o choque tarifário se intensifique.
Pressão sobre políticas económicas
O Ministro da Revitalização Económica, Ryosei Akazawa, defendeu que os aumentos salariais recentes poderão sustentar uma recuperação moderada, mas reconheceu os riscos crescentes para o consumo e o investimento.
O Banco do Japão, por sua vez, reviu em baixa as suas previsões de crescimento na reunião de política monetária de 30 de abril a 1 de maio, refletindo a deterioração das perspetivas externas. Embora tenha mantido a taxa de juro nos 0,5% após ter encerrado o ciclo de estímulos no início do ano, a probabilidade de novas subidas foi reduzida.
Caso os efeitos das tarifas se revelem mais suaves, o BOJ poderá ainda considerar um novo aumento da taxa em setembro ou outubro. Contudo, um impacto severo sobre o investimento e as exportações poderá travar essa trajetória, segundo economistas locais.
Conclusão
O desempenho do PIB japonês no primeiro trimestre de 2025 revelou uma economia sem motores claros de crescimento, vulnerável a choques externos e penalizada por um consumo interno anémico. A combinação de pressões inflacionistas, tarifas dos EUA e queda da procura externa cria um cenário desafiante para os decisores políticos.
Embora o investimento empresarial tenha sido um ponto positivo, ele poderá não ser suficiente para compensar os riscos acumulados. A possibilidade de uma nova contração no segundo trimestre não está excluída, o que colocaria pressão acrescida sobre o governo e o Banco do Japão para adotarem medidas adicionais de apoio à economia.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o PIB do Japão, formato “Geral”, atualizado com informações até 09 de Junho de 2025. Categorias: Economia. Classe de Ativos: N/A. Tags: Economia, Japão, PIB)