
Lufthansa avança com cortes e integração de subsidiárias para recuperar eficiência
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Lufthansa. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 26 setembro 2025
- A Lufthansa anunciou planos para cortar milhares de postos de trabalho, incluindo uma redução de 20% no pessoal administrativo, como parte de um programa de eficiência.
- As ações subiram 3,4% após a divulgação dos cortes, atingindo o nível mais alto em três semanas.
- O grupo decidiu centralizar a gestão das subsidiárias europeias (Austrian Airlines, Swiss, Brussels Airlines) a partir de janeiro de 2026, reforçando a integração operacional.
- A empresa enfrenta pressão laboral, com pilotos em votação para uma possível greve devido ao regime de pensões, decisão prevista até 30 setembro 2025.
- Analistas notam que, apesar de operar com menos aviões e menor atividade que em 2019, a Lufthansa tem hoje 7% mais trabalhadores, fator que fragiliza a margem operacional.
Nota de Contexto
A Lufthansa Group é a maior companhia aérea europeia por vendas, com presença estruturada em várias subsidiárias (Austrian, Swiss, Brussels, Discover, City Airlines). Após a pandemia, a empresa tem procurado reconstruir rentabilidade e margens, mas enfrenta uma equação difícil: custos laborais elevados, estruturas organizacionais complexas e contratos de trabalho historicamente rígidos na operação principal. O Capital Markets Day de 2025 surge como momento-chave para demonstrar aos investidores que o turnaround é credível e executável.
Integração das subsidiárias
A 12 setembro 2025, o grupo anunciou uma medida estrutural:
- As companhias Austrian Airlines, Swiss e Brussels Airlines vão perder autonomia na gestão de redes de curto e médio curso, bem como na área de IT.
- A partir de janeiro 2026, estas funções serão centralizadas na sede da Lufthansa.
- As subsidiárias mantêm responsabilidade em áreas de cliente, operações de voo e serviços.
- Esta decisão dá seguimento a um processo já iniciado com a centralização da rede de longo curso e dos programas de fidelização.
O objetivo é reduzir duplicação de estruturas, aumentar escala e reforçar a coordenação estratégica. Porém, esta centralização pode gerar tensões internas nas subsidiárias, sobretudo num contexto em que os sindicatos estão em mobilização.
Cortes de empregos e eficiência
Na 26 setembro 2025, em antecipação ao Capital Markets Day:
- A Lufthansa comunicou que pretende eliminar milhares de postos de trabalho.
- O foco está em reduzir em 20% a força administrativa, num esforço de contenção de custos.
- Segundo o CEO Carsten Spohr, “não podemos manter os custos atuais, precisamos de margens para investir”.
- Ações da empresa subiram 3,4%, sinal de receção positiva do mercado às medidas de eficiência.
Contudo, a dimensão final dos cortes ainda não foi detalhada. Fontes internas indicam que todo o grupo será afetado, não apenas a operação principal. A pressão dos investidores é clara: a Lufthansa adiou a meta de atingir 8% de margem operacional até 2025 e sofreu duas profit warnings em 2024, o que desgastou a confiança no turnaround.
Pressão laboral e risco de greve
O ambiente laboral agrava a equação de eficiência:
- O sindicato dos pilotos VC mantém uma votação até 30 setembro 2025 sobre greve relacionada com o regime de pensões.
- Analistas apontam risco de paralisação, o que poderá obscurecer o Capital Markets Day em Munique.
- A empresa aposta em subsidiárias como Discover e City Airlines, cujos contratos laborais são mais flexíveis, para reduzir dependência dos acordos tradicionais da “Lufthansa Classic”.
A dualidade é evidente: enquanto a empresa procura ganhar eficiência via cortes e integração, enfrenta simultaneamente tensões sociais que podem atrasar ou comprometer a execução do plano.
Impacto de mercado
O efeito imediato foi positivo: as ações valorizaram 3,4% no dia do anúncio, sinal de que os investidores priorizam a disciplina de custos. Ainda assim, os analistas mantêm reservas:
- A Lufthansa continua com 7% mais empregados do que em 2019, apesar de menos aviões e voos, evidenciando sobrecapacidade estrutural.
- A recuperação do EBIT ajustado em 2025 será um teste crucial à credibilidade do turnaround.
- O sucesso dependerá não só da redução de custos, mas também da capacidade de alocar recursos de forma flexível entre subsidiárias, reforçando operações lucrativas e cortando nas deficitárias.
Perspetivas
- Curto prazo (2025-2026): executar cortes de pessoal e garantir estabilidade laboral em meio a potenciais greves. O Capital Markets Day será decisivo para reancorar expectativas.
- Médio prazo: integração plena das subsidiárias e maior utilização das plataformas Discover e City Airlines para reduzir rigidez laboral.
- Risco estratégico: falha em gerir os conflitos sociais pode neutralizar ganhos de eficiência e atrasar o cumprimento das metas financeiras.
Conclusão
A Lufthansa enfrenta um momento de viragem. Por um lado, procura convencer os mercados de que é capaz de recuperar margens e executar um plano de eficiência robusto, com cortes significativos e integração estrutural das subsidiárias. Por outro, lida com sindicatos mobilizados e uma estrutura de custos ainda pesada, que limita a flexibilidade competitiva. O mercado acolheu bem os cortes iniciais, mas a confiança só será consolidada se a empresa conseguir equilibrar disciplina de custos com estabilidade laboral e demonstrar progressos claros no EBIT ajustado já em 2025.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Luftansa, formato “News”, atualizado com informações até 26 de Setembro de 2025. Categorias: Transporte. Tags: Acionista, Alemanha, Transporte, Companhia Aérea)