Nova Zelândia, Política Monetária – 10 Out 24

Política Monetária da Nova Zelândia: Redução das Taxas de Juro

– O Banco Central da Nova Zelândia (RBNZ) reduziu as taxas de juro em 50 pontos base, fixando a taxa de juro à vista em 4,75%.

– A decisão, em linha com as expectativas de mercado, mantém a política monetária restritiva, apesar do regresso da inflação ao objetivo.

– A queda do NZD e a descida das taxas de swap refletem expectativas de uma flexibilização monetária mais agressiva nas próximas reuniões.

– O banco central alertou para os riscos globais, incluindo o conflito no Médio Oriente e o abrandamento económico nos EUA e na China.

– Economistas preveem novos cortes, com alguns a antecipar uma redução de até 75 pontos base em novembro.

– A política do RBNZ alinha-se com outras medidas de flexibilização a nível global, à exceção da Austrália, que mantém uma abordagem mais restritiva.

A Decisão e a Reação do Mercado

A decisão de reduzir as taxas de juro estava amplamente em linha com as expectativas de mercado. Numa sondagem da Reuters, 17 dos 28 economistas previam um corte de 50 pontos base. O RBNZ justificou a sua decisão afirmando que a redução da OCR é necessária para manter a inflação num nível baixo e estável, enquanto tenta minimizar a volatilidade na produção, emprego, taxas de câmbio e juros.

Após o anúncio, o NZD caiu 0,9%, atingindo o valor mais baixo desde agosto, e as taxas de swap a dois anos caíram 7 pontos base. Os mercados agora antecipam mais 45 pontos base de cortes na reunião de novembro, sinalizando uma maior flexibilização monetária.

A perspetiva Económica

Os últimos dados económicos mostram que a inflação anual na Nova Zelândia voltou ao intervalo objetivo de 1% a 3%, situando-se em 3,3% no segundo trimestre de 2024, e está a convergir para o ponto médio de 2%. Embora a inflação tenha abrandado, o banco central considera que uma OCR de 4,75% ainda é restritiva, posicionando a política monetária para lidar com eventuais surpresas no curto prazo.

Esta foi a segunda reunião consecutiva em que o RBNZ reduziu as taxas de juro, depois de iniciar o seu ciclo de flexibilização em agosto com uma redução de 25 pontos base. O banco central destacou ainda que a economia neozelandesa continua com uma capacidade excessiva, o que ajuda na redução da inflação, especialmente com a queda dos preços das importações.

Projeções Futuras

Vários economistas, incluindo os da Moody’s Analytics e do ANZ, preveem que o RBNZ continuará a cortar as taxas de juro nos próximos meses, devido ao abrandamento da inflação e à fragilidade do mercado de trabalho. O Citi, por exemplo, prevê um corte ainda mais profundo de 75 pontos base na próxima reunião de novembro.

Apesar das previsões de cortes adicionais, o banco central da Nova Zelândia alertou para os riscos globais, incluindo o impacto potencial do conflito no Médio Oriente nos preços da energia e na atividade económica global, além de um possível abrandamento económico nos Estados Unidos e na China.

Comparação Global

A Nova Zelândia não está sozinha na sua abordagem de flexibilização monetária. Muitos bancos centrais, incluindo a Reserva Federal dos EUA, adotaram uma política semelhante para combater a desaceleração da inflação. Contudo, a vizinha Austrália mantém-se firme numa política monetária mais restritiva, com os seus decisores a argumentar que as condições apertadas ainda são necessárias para controlar a inflação.

No geral, o movimento do RBNZ reflete o desafio de equilibrar o crescimento económico e o controlo da inflação, num cenário global cada vez mais incerto. A flexibilização monetária neozelandesa está a ser acompanhada de perto, uma vez que poderá indicar futuras tendências para outros bancos centrais a nível mundial.

A redução das taxas de juro pelo Banco Central da Nova Zelândia sublinha uma abordagem cuidadosa e reativa, com o objetivo de estabilizar a economia e a inflação, enquanto mantém a flexibilidade necessária para responder a choques económicos futuros. As próximas reuniões serão cruciais para determinar o ritmo e a profundidade dos cortes futuros, à medida que os economistas monitorizam os dados económicos globais e domésticos.

Visite o Disclaimer para mais informações.

Revisão: Sem Revisão