Decisões de produção no verão

No final de julho de 2025, a OPEC+ reiterou a necessidade de cumprimento rigoroso das quotas existentes, mas no início de agosto começou a sinalizar aumentos de produção. A 1 de agosto, fontes internas antecipavam novos barris a chegar ao mercado, e a 4 de agosto, o cartel conseguiu trazer mais produção, apesar da incerteza macro e geopolítica.
A 5 de agosto, os preços recuaram ao serem compensadas as preocupações com a Rússia pelos aumentos da OPEC+, sinal de que a organização estava disposta a recuperar quota de mercado mesmo em ambiente de menor crescimento.

Revisão da procura e oferta

No relatório de 12 de agosto de 2025, a OPEC aumentou a previsão de procura global de petróleo para 2026 em 1,38 milhões bpd, mais 100.000 bpd do que no relatório anterior. Paralelamente, reduziu em 100.000 bpd a previsão de crescimento da oferta de rivais, incluindo os EUA, onde se espera queda da produção de shale.
Este reposicionamento reforçou a narrativa de que o cartel vê um mercado mais apertado e favorável à sua estratégia de aumentar gradualmente a produção sem pressionar os preços em excesso.

Setembro: aumento de produção e impacto no mercado

O ponto de viragem deu-se em setembro. A 7 de setembro de 2025, a OPEC+ anunciou um aumento de 137.000 bpd a partir de outubro, integrando o plano de desfazer 1,65 milhões bpd de cortes voluntários ao longo de 12 meses.
Entre abril e setembro, já tinham sido adicionados 2,5 milhões bpd, cerca de 2,4% da procura mundial, o que pressionou os preços, que caíram 18% desde o pico de janeiro para níveis próximos de 67 USD/barril.
Apesar disso, ainda permanecem em vigor 2 milhões bpd de cortes voluntários até ao final de 2026, oferecendo flexibilidade à OPEC+ para acelerar, pausar ou inverter o ritmo conforme o mercado.

Normalização gradual prevista para 2026

A 9 de setembro de 2025, o HSBC indicou que o desmantelamento dos cortes deverá ser gradual ao longo de 2026, sinalizando um regresso faseado de barris ao mercado. A manutenção de 2 milhões bpd de cortes cria uma almofada para gerir volatilidade e ajustar a política consoante a evolução da procura e da economia global.

Impacto de mercado e perceção dos investidores

A estratégia recente mostra que a OPEC+ procura equilibrar ganhos de quota de mercado com a preservação de preços sustentáveis. Para a Arábia Saudita, o aumento das quotas significou não só mais exportações, mas também reforço do seu papel político dentro do cartel.
Os investidores interpretaram os números como um sinal de que a OPEC+ mantém controlo firme do equilíbrio oferta–procura, mas ao custo de maior volatilidade de preços, já que os aumentos de produção coincidiram com descidas acentuadas nas cotações.

Perspetivas

O mercado entra no último trimestre de 2025 com a OPEC+ a gerir uma transição delicada: trazer de volta 1,65 milhões bpd de cortes ao longo de um ano, mantendo ainda 2 milhões bpd em reserva. A procura em alta projetada para 2026 dá espaço para esta estratégia, mas os preços podem continuar pressionados caso a oferta avance mais rápido que o esperado.
A chave será o ritmo da normalização e a reação da procura em grandes economias importadoras, como China, Índia e Europa.

Conclusão

Entre final de julho e 9 de setembro de 2025, a OPEC+ iniciou um novo ciclo de aumentos graduais de produção, com destaque para a decisão de elevar 137.000 bpd em outubro e o plano de remover 1,65 milhões bpd em cortes em 12 meses. O cartel reviu em alta a procura global para 2026 em 1,38 milhões bpd, sustentando a narrativa de mercado mais apertado.
Apesar da pressão descendente nos preços, a organização reforçou a confiança dos investidores de que continuará a controlar o equilíbrio global do petróleo, com a Arábia Saudita a consolidar a liderança estratégica.   

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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a OPEC+, formato “News”, atualizado com informações até 09 de Setembro de 2025. Categorias: Energia. Classe de Ativos: N/A. Tags: Mercadorias, OPEC+, Petróleo, Energia)