
Inflação do Reino Unido, Destaques (15 de janeiro de 2025)
- A inflação anual abrandou de 2,6% em novembro para 2,5% em dezembro, contrariando as previsões de estabilidade.
- Medidas subjacentes de inflação também recuaram, com a inflação dos serviços a cair para 4,4%, o valor mais baixo desde março de 2022.
- Analistas preveem que a inflação volte a subir, podendo atingir 3% no início de 2025.
- As apostas em cortes nas taxas de juro aumentaram, com 84% de probabilidade de uma redução em fevereiro.
Inflação no Reino Unido Abranda em Dezembro, Mas Perspetivas Permanecem Desafiadoras
O Gabinete de Estatísticas Nacionais (ONS) revelou, a 15 de janeiro de 2025, que a inflação britânica desceu para 2,5% em dezembro de 2024, uma descida inesperada face aos 2,6% registados em novembro. A descida deveu-se, em parte, a preços mais baixos em categorias como alojamento em hotéis, tarifas aéreas e vestuário. Apesar deste abrandamento, analistas alertam para um potencial aumento da inflação no início de 2025, devido ao impacto dos preços da energia, aumentos salariais e estímulos fiscais.

A ministra das Finanças, Rachel Reeves, reconheceu os progressos, mas reforçou que “ainda há trabalho a fazer” para garantir uma recuperação económica estável.
Pressão Sobre o Banco de Inglaterra e Reações do Mercado
Os dados de inflação levaram a um aumento das expectativas de cortes nas taxas de juro pelo Banco de Inglaterra. Atualmente, o mercado aponta 84% de probabilidade de uma redução de um quarto de ponto na próxima reunião de política monetária, marcada para 6 de fevereiro de 2025. Esta tendência também contribuiu para a descida das taxas de rendibilidade das obrigações do Tesouro e ligeiras flutuações na libra esterlina.
No entanto, o Banco de Inglaterra mantém uma abordagem cautelosa. Apesar da descida da inflação, o banco central alerta que qualquer redução nas taxas será gradual devido às pressões inflacionistas persistentes.
“Este relatório deve tranquilizar os investidores, mas não significa uma trajetória linear de descida da inflação,” afirmou Luke Bartholomew, economista-chefe adjunto da abrdn.
Medidas Subjacentes Mostram Progresso
A inflação subjacente – que exclui energia, alimentos, álcool e tabaco – caiu de 3,5% para 3,2%. Já a inflação dos serviços, monitorizada de perto pelo Banco de Inglaterra, abrandou de 5% para 4,4%, abaixo das expetativas dos economistas.
O ONS atribuiu parte da queda a fatores pontuais, como tarifas aéreas mais baratas devido ao período de Natal e Ano Novo, tradicionalmente menos popular para viagens.
Perspetivas para 2025
Embora os dados mais recentes sejam encorajadores, muitos analistas mantêm uma visão cautelosa. Sanjay Raja, economista-chefe do Deutsche Bank no Reino Unido, destacou que aumentos no salário mínimo, custos energéticos e contribuições sociais em abril poderão impulsionar temporariamente os preços.
“Apesar de um salto potencial na inflação, esperamos que a dinâmica dos preços normalize no próximo ano, alinhando-se com os objetivos do banco central,” afirmou Raja.
Conclusão
O abrandamento da inflação em dezembro é um alívio para o governo britânico e os formuladores de políticas, mas não elimina os desafios económicos que se avizinham. Com a expectativa de aumentos temporários na inflação em 2025, o Banco de Inglaterra terá de equilibrar cuidadosamente cortes nas taxas de juro com o controlo das pressões inflacionistas. O progresso será gradual, mas os dados recentes oferecem motivos para otimismo moderado.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Inflação no Consumidor no Reino Unido, formato “Geral”, atualizado com informações até 15 de Janeiro de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Reino Unido, Inflação, Inflação no Consumidor, CPI)