
Inflação no Reino Unido volta a acelerar em outubro de 2024
Destaques
- Inflação global: Subiu para 2,3% em outubro, superando a meta de 2% do Banco de Inglaterra, após 1,7% em setembro.
- Inflação ‘core’: Acelerou para 3,3%, contrariando previsões de uma descida para 3,2%.
- Energia: Aumento das tarifas reguladas de energia doméstica foi o principal impulsionador da subida.
- Mercados financeiros: Libra valorizou momentaneamente, e os rendimentos das obrigações do Tesouro a dois anos subiram 4 pontos base.
- Projeções: Banco de Inglaterra estima inflação global entre 2,4% e 2,5% até ao final de 2024 e cerca de 3% no início de 2025.
- Pressões salariais: Salários cresceram mais lentamente, mas permanecem em níveis que dificultam o controlo da inflação.
20 de novembro de 2024 – A inflação no Reino Unido registou um aumento maior do que o esperado em outubro, atingindo 2,3% em termos anuais, segundo dados publicados pelo Office for National Statistics. Este crescimento voltou a colocar a inflação acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco de Inglaterra (BoE), após o valor de 1,7% registado em setembro de 2024.
O aumento foi impulsionado sobretudo pelo ajuste nas tarifas reguladas de energia doméstica, mas também refletiu uma aceleração na vertente ‘core’, que exclui itens como energia e alimentos, atingindo 3,3% face aos 3,2% registados no mês anterior.

Impacto nos mercados financeiros
A libra esterlina chegou a valorizar cerca de um terço de um cêntimo face ao dólar norte-americano, antes de perder grande parte desse avanço. Os mercados ajustaram as previsões para os cortes nas taxas de juro pelo BoE, com os futuros das taxas a indicar um ritmo mais lento de reduções. Paralelamente, os rendimentos das obrigações do Tesouro britânico a dois anos aumentaram em cerca de 4 pontos base.
Perspetiva para a inflação e desafios políticos
As previsões do BoE indicam que a inflação global pode aumentar para entre 2,4% e 2,5% em novembro e dezembro, com um novo aumento para perto de 3% projetado para o início de 2025. Este cenário é agravado por fatores globais, incluindo a incerteza associada a potenciais políticas comerciais de Donald Trump, Presidente eleito dos EUA, e pelo impacto do orçamento recentemente anunciado pelo governo de Keir Starmer.
O orçamento prevê um aumento de impostos sobre o trabalho a partir de abril de 2025, o que gerou críticas por parte dos empregadores e alertas do BoE sobre potenciais impactos inflacionários e na criação de emprego.
Salários e pressões no mercado de trabalho
O mercado de trabalho continua a exercer pressão sobre os preços, apesar de os salários terem crescido ao ritmo mais lento em dois anos nos três meses até setembro de 2024. No entanto, Huw Pill, economista-chefe do BoE, salientou que os aumentos salariais continuam elevados, complicando os esforços para controlar a inflação.
Indicadores mistos
Embora a inflação tenha subido, houve sinais de alívio em alguns indicadores de preços. Os preços de fábrica registaram uma queda de 0,8% em outubro, marcando o maior recuo desde outubro de 2020, durante a pandemia.
Com base nos dados recentes, o BoE mantém uma abordagem cautelosa, sublinhando que qualquer redução nas taxas de juro será gradual. O Governador Andrew Bailey reforçou esta mensagem, indicando que o controlo das pressões inflacionistas internas continua a ser uma prioridade.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre Inflação do Reino Unido, formato “Geral”, atualizado com informações até 20 de novembro de 2024. Categorias: Economia. Tags: Reino Unido, Inflação, Economia)