Reino Unido, PMIs – 03 Out 25

Reino Unido em setembro 2025: PMI perde fôlego com fragilidade industrial e riscos fiscais


Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com os PMIs do Reino Unido. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos da atividade económica mais relevantes que impactam esta economia e mundo, consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.


Strategic Highlights – 23 setembro 2025

  • PMI compósito caiu para 51,0 em setembro, face a 53,5 em agosto, sinalizando perda de dinamismo económico.
  • Setor industrial recuou para 46,2, mínimo desde abril, com a produção a cair ao ritmo mais rápido desde março.
  • Serviços abrandaram para 51,9, após 54,2 em agosto, refletindo pressões salariais e custos elevados.
  • Confiança empresarial no nível mais baixo desde junho, com empresas a travar contratações e reduzir emprego.
  • Expectativa de novo orçamento em novembro com potenciais aumentos fiscais pesa no sentimento, mesmo com o BoE a manter taxa diretora em 4%.

Nota de Contexto

O PMI (Purchasing Managers’ Index), publicado mensalmente pela S&P Global, é um barómetro central da atividade económica. Leituras acima de 50 indicam expansão, enquanto valores abaixo refletem contração. A economia britânica é marcada pelo peso dominante dos serviços, mas os setores industrial e da construção fornecem sinais importantes sobre investimento, exportações e confiança estrutural. Após a resiliência inicial de 2025, marcada pela recuperação dos serviços, o Reino Unido enfrenta em setembro sinais de desaceleração com impacto direto sobre o emprego e a confiança.

Atividade Industrial

O setor industrial continua a ser o elo mais frágil:

  • Agosto: índice em 47,0, prolongando o ciclo de 11 meses em contração.
  • Setembro: nova queda para 46,2, o pior registo desde abril. A descida foi agravada pela paragem temporária na produção automóvel da Jaguar Land Rover, com efeitos em cadeia na indústria de componentes.
    As empresas reportam uma das quedas mais rápidas de novas encomendas em dois anos, refletindo procura externa débil e incerteza fiscal. O emprego no setor recua há 10 meses consecutivos.

Serviços

O setor de serviços foi o pilar da economia no verão:

  • Agosto: PMI em 54,2, máximo desde abril de 2024, com forte procura doméstica.
  • Setembro: recuo para 51,9, ainda em expansão mas já no ritmo mais lento em dois meses.
    As empresas citam pressões salariais (salário mínimo e contribuições patronais) como fatores de custo, sendo parte repassada aos preços finais. Apesar de alguma procura sólida em agosto, o setor revela maior prudência na contratação e regista a 11.ª queda consecutiva de emprego.

Construção

O PMI da construção manteve-se em terreno negativo:

  • Agosto: 45,5, oitavo mês em contração, com habitação e engenharia civil como principais entraves.
    Apesar da ligeira melhoria face a julho (44,3), trata-se da mais longa sequência de quedas desde 2020. O setor reflete tanto custos elevados como incerteza política e fiscal.

Dinâmica Global e Confiança

  • O PMI compósito subiu para 53,5 em agosto, impulsionado pelos serviços, mas perdeu força em setembro para 51,0.
  • A confiança empresarial caiu para o nível mais baixo desde junho, com empresas a congelar contratações e a optar por não substituir saídas de pessoal.
  • O mercado reagiu de forma negativa aos dados de setembro: GBP e gilts recuaram, refletindo preocupações com a trajetória da economia.

Política Monetária e Fiscal

O Banco de Inglaterra manteve a taxa diretora em 4%.

  • Pressões inflacionistas: os serviços continuam a registar custos elevados, dificultando cortes agressivos de taxas.
  • Fragilidade económica: os dados de setembro podem acelerar discussões sobre alívio monetário em 2026, caso a desaceleração se prolongue.
  • Política fiscal: o próximo orçamento (novembro) da ministra Rachel Reeves é visto como risco, com receio de novos aumentos de impostos, sobretudo sobre empresas, o que pesa na confiança e no investimento.

Conclusão

Os PMI de agosto e setembro confirmam que o Reino Unido entrou numa fase de desaceleração após o pico de verão. A economia continua a crescer, mas de forma mais lenta e desequilibrada: os serviços ainda sustentam a atividade, mas o setor industrial permanece em contração profunda e a construção não mostra sinais de recuperação. A incerteza fiscal e as pressões de custos estão a limitar a confiança empresarial e a travar o emprego. Para o Banco de Inglaterra, a combinação de procura mais fraca e inflação de serviços persistente complica o equilíbrio da política monetária. O país chega ao último trimestre de 2025 a crescer, mas com bases frágeis e sob risco de nova perda de tração caso a confiança não recupere após o orçamento de novembro.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os PMIs do Reino Unido, formato “Geral”, atualizado com informações até 23 de Setembro de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Reino Unido, PMI)

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