
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia do Reino Unido. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
Atividade no Reino Unido volta a crescer em maio, mas setor industrial mantém fraqueza
Destaques (4 de junho de 2025)
- O PMI dos serviços do Reino Unido subiu para 52,9 em maio de 2025, voltando a território de crescimento após a contração em abril
- O PMI composto subiu para 52,7, impulsionado pela recuperação no setor de serviços, apesar da fraqueza contínua na indústria
- O setor industrial permanece em contração, com o PMI da indústria a fixar-se em 45,4 em abril
- As exportações industriais registaram a queda mais acentuada desde maio de 2020, penalizadas pelas tarifas comerciais dos EUA
- Custos salariais e aumento do salário mínimo aumentaram pressões de custo nos dois setores
- O Banco de Inglaterra é esperado a cortar a taxa diretora para 4,25% em junho, com a inflação ainda incerta face às tarifas globais
- O indicador de confiança empresarial caiu para o nível mais baixo desde outubro de 2022
Serviços impulsionam recuperação da atividade em maio
Após uma contração em abril, o setor de serviços do Reino Unido voltou a crescer em maio. O PMI dos serviços subiu para 52,9, face a 49,0 no mês anterior, retomando território de expansão pela primeira vez desde março. O índice composto que agrega indústria e serviços, avançou para 52,7, refletindo a recuperação do setor dominante na economia britânica.
A melhoria foi impulsionada por novas encomendas no setor de serviços, enquanto o sentimento das empresas mostrou sinais de estabilização. Ainda assim, persistem incertezas quanto à resiliência da procura a médio prazo.
Indústria permanece em contração com forte impacto das tarifas
O setor industrial continua a mostrar sinais de fragilidade. O PMI da indústria manteve-se em 45,4 em abril, marcando o sétimo mês consecutivo abaixo do limiar de 50,0, que separa crescimento de contração.
As exportações industriais caíram ao ritmo mais acelerado desde maio de 2020, com perdas em mercados como os EUA, Europa e China. O impacto foi amplificado pelas novas tarifas impostas pelos EUA, sob a presidência de Donald Trump, que geraram instabilidade no comércio global.
A confiança dos industriais caiu para o nível mais baixo desde novembro de 2022, com receios de cortes adicionais na produção e desaceleração prolongada da procura externa.
Pressões inflacionistas e custos laborais em alta
As empresas reportaram um aumento significativo dos custos de produção, com destaque para os custos salariais, influenciados por uma subida de quase 7% no salário mínimo e pelo aumento das contribuições sociais por parte dos empregadores. Estes fatores foram sentidos tanto na indústria como nos serviços.
Nos serviços, os preços cobrados ao consumidor subiram ao ritmo mais rápido dos últimos dois anos, enquanto na indústria os preços de venda aumentaram pelo sexto mês consecutivo.
O Banco de Inglaterra está a acompanhar de perto estes dados, numa altura em que se espera que reduza a taxa diretora de 4,5% para 4,25%. Apesar do abrandamento económico, os riscos inflacionistas persistem, sobretudo se a volatilidade comercial continuar a afetar os preços dos bens importados.
Perspetivas fragilizadas apesar da estabilização recente
Apesar do crescimento em maio, o indicador de expectativas de produção para os próximos 12 meses caiu para o valor mais baixo desde outubro de 2022, sinalizando prudência entre os empresários.
As empresas citaram como fatores de risco as tarifas comerciais, custos salariais crescentes e cortes no consumo não essencial por parte dos clientes. A recuperação em maio não apaga os sinais de vulnerabilidade, especialmente no setor industrial.
Conclusão
O regresso do Reino Unido a território de crescimento em maio de 2025 foi impulsionado pelos serviços, mas a indústria continua a pesar negativamente na atividade económica. A combinação de tarifas globais, custos salariais elevados e fragilidade nas exportações coloca limitações à recuperação sustentada.
Com o Banco de Inglaterra a preparar-se para cortar juros, o foco estará agora na evolução da inflação e na resposta do setor privado às condições mais favoráveis de crédito. O equilíbrio entre estímulo monetário e contenção de riscos externos será determinante para o desempenho do segundo semestre.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os PMIs do Reino Unido, formato “Geral”, atualizado com informações até 04 de Junho de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Reino Unido, PMI)