
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia do Reino Unido. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.
Vendas a retalho no Reino Unido oscilam com clima e confiança dos consumidores
Strategic Highlights (29 de julho de 2025)
- As vendas a retalho no Reino Unido voltaram a cair em julho de 2025, prolongando a contração do setor pelo décimo mês consecutivo, segundo a CBI
- Em junho de 2025, as vendas beneficiaram do bom tempo, com aumento no consumo de vestuário e produtos para exterior, segundo o ONS
- Maio de 2025 registou a maior queda mensal desde 2023, refletindo um recuo abrupto na procura por parte dos consumidores
- Em abril de 2025, as vendas recuperaram devido ao clima ameno, mas as expectativas dos retalhistas para maio já eram fortemente negativas
- No primeiro trimestre de 2025, as vendas cresceram 1,6%, o melhor desempenho em quatro anos, mas com sinais de que poderia ter sido um ponto de viragem temporário
- Os retalhistas continuam a enfrentar margens comprimidas e incerteza económica, com destaque para o impacto das tarifas impostas pelos EUA e a pressão das faturas energéticas sobre os agregados familiares
Recuperações pontuais não anulam tendência negativa
Apesar de algumas melhorias esporádicas associadas a condições meteorológicas favoráveis, os dados até julho de 2025 confirmam que o setor de retalho britânico permanece em contração prolongada.
A 29 de julho de 2025, a Confederação da Indústria Britânica (CBI) reportou que as vendas a retalho continuaram a cair, marcando o décimo mês consecutivo de retração. As empresas do setor mantêm uma perspetiva negativa, destacando o enfraquecimento do poder de compra e o ambiente macroeconómico adverso.
Junho: bom tempo impulsiona vendas, mas por pouco tempo
Segundo o Office for National Statistics (ONS), as vendas a retalho em junho de 2025 registaram um impulso modesto, especialmente no segmento de vestuário e bens de exterior, impulsionado por temperaturas mais elevadas.
No entanto, o impulso foi considerado de curta duração e não alterou a tendência de fundo, uma vez que o setor alimentar e os supermercados continuaram a reportar dificuldades, com impacto limitado nos volumes totais.
Maio: queda abrupta e alerta dos retalhistas
A 20 de junho de 2025, foi reportado que o mês anterior (maio) registou a maior queda mensal nas vendas a retalho desde 2023. A combinação entre faturas energéticas crescentes, deterioração da confiança do consumidor e o impacto indireto da guerra de tarifas levou a um recuo abrupto na procura.
As grandes cadeias, como a Tesco e a Sainsbury’s, alertaram para perspetivas de crescimento de lucros praticamente nulas, enquanto a JD Sports já antecipava crescimento zero mesmo antes de sentir o impacto total das tarifas norte-americanas.
Abril: recuperação parcial disfarça fragilidade
Em abril de 2025, as vendas mostraram um desempenho mais favorável, com um ligeiro alívio na queda anual. O indicador da CBI subiu de -41 em março para -8, o melhor registo desde outubro de 2024. Ainda assim, as expectativas para maio caíram para -33, o pior nível em mais de um ano, revelando que os retalhistas não viam esta recuperação como sustentável.
A mesma tendência foi reforçada por declarações do Banco de Inglaterra, com o governador Andrew Bailey a admitir que as tarifas comerciais impostas pelos EUA e as medidas retaliatórias associadas poderiam representar um choque negativo para o crescimento no Reino Unido.
Primeiro trimestre: o melhor desempenho em quatro anos… e um possível ponto de viragem
O ONS confirmou que as vendas a retalho cresceram 1,6% no primeiro trimestre de 2025, o melhor resultado desde 2021. Este crescimento foi impulsionado por aumentos de 0,4% em março e 0,7% em fevereiro (revisto em baixa), e contribuiu com 0,08 pontos percentuais para o PIB do trimestre.
Contudo, analistas alertaram que este poderá ter sido um pico temporário, dado o agravamento do cenário macroeconómico e o impacto crescente da incerteza externa, particularmente associada à política comercial dos EUA.
Pressões sobre margens e confiança dos consumidores
As empresas do setor continuam a referir dificuldades em manter margens de lucro, investir e sustentar operações num ambiente de procura débil e custos elevados. A incerteza associada às tarifas dos EUA continua a afetar os fluxos de encomendas e as cadeias de distribuição.
Paralelamente, a confiança dos consumidores caiu para mínimos de quase dois anos, com receios crescentes sobre o mercado de trabalho e a capacidade de manter padrões de consumo.
Conclusão
As vendas a retalho no Reino Unido mostraram oscilações acentuadas ao longo de 2025, mas a tendência dominante continua a ser negativa. Embora junho tenha beneficiado de condições climáticas favoráveis, maio marcou uma queda histórica, e julho confirmou a persistência do declínio no setor, agora com dez meses consecutivos de retração.
O crescimento observado no primeiro trimestre já parece distante, e a combinação entre tarifas internacionais, inflação persistente e confiança fragilizada coloca os retalhistas sob forte pressão estrutural. A ausência de sinais de recuperação sustentada levanta dúvidas sobre o contributo do consumo para o crescimento económico britânico na segunda metade do ano.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre as Vendas a Retalho do Reino Unido, formato “Geral”, atualizado com informações até 29 de Julho de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Reino Unido, Vendas a Retalho, Consumo)