
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
As bolsas norte-americanas encerraram a semana com perdas significativas, registando o pior desempenho desde o início de setembro de 2024. A incerteza persistente em torno da política comercial dos EUA dominou o sentimento dos investidores. A terça-feira marcou o prazo final para a aplicação das tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México e de 10% sobre produtos chineses, anunciadas anteriormente pelo então presidente Donald Trump. No entanto, ao longo da semana, a administração norte-americana concedeu isenções e adiamentos, incluindo uma exceção temporária de um mês para bens abrangidos pelo Acordo EUA-México-Canadá. Apesar disso, a volatilidade e as constantes mudanças nas políticas comerciais afetaram a confiança dos investidores.
A nível económico, o índice de atividade industrial do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) apontou uma ligeira expansão em fevereiro, situando-se nos 50,3 pontos, abaixo dos 50,9 de janeiro (valores acima de 50 indicam crescimento). Já o PMI dos serviços subiu para 53,5 pontos, marcando o oitavo mês consecutivo de expansão.
Na quarta-feira, o Federal Reserve publicou o seu Beige Book, um relatório sobre as condições económicas em cada distrito da Reserva Federal. O documento destacou um ligeiro crescimento da atividade económica desde meados de janeiro, mas assinalou uma redução no consumo e um aumento na sensibilidade dos preços. O termo “tarifas” foi mencionado 49 vezes, refletindo a incerteza generalizada sobre as novas políticas comerciais. Na sexta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou essa incerteza e afirmou que o banco central não está com pressa para ajustar a política monetária, preferindo esperar por maior clareza antes de tomar novas decisões.
Europa e Rússia
Europa
Os principais índices europeus registaram ligeiras quedas após 10 semanas consecutivas de ganhos, penalizados pela incerteza em torno da política comercial dos EUA. No entanto, os planos da Alemanha e da União Europeia para aumentar os investimentos em defesa e infraestruturas ajudaram a atenuar as perdas.
Os dados mais recentes indicam que a inflação anual na zona euro desacelerou para 2,4% em janeiro, abaixo dos 2,5% registados em dezembro. A inflação subjacente, que exclui energia e bebidas não alcoólicas, caiu para 2,6%, face aos 2,7% do mês anterior.
Na Alemanha, as negociações entre a aliança conservadora de Friedrich Merz e o Partido Social-Democrata para a formação do novo governo resultaram num acordo para criar um fundo de infraestruturas de 500 mil milhões de euros, que ficará fora do balanço orçamental. O plano também prevê que os gastos com defesa acima de 1% do PIB fiquem isentos do limite constitucional de endividamento e flexibiliza as regras da dívida para os estados federados. O acordo será submetido ao parlamento na próxima semana. Após o anúncio, a yield dos Bunds alemães a 10 anos registou a maior subida diária desde a queda do Muro de Berlim, em 1990.
Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a sua taxa de depósito em 0,25 pontos percentuais, para 2,5%, conforme esperado. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que as taxas estão agora “significativamente menos restritivas”. Referindo-se à possibilidade de uma guerra comercial com os EUA e a outros riscos, Lagarde alertou para um nível de incerteza “fenomenal”. Essa incerteza já está a afetar o investimento e as exportações, levando o BCE a rever em baixa a previsão de crescimento económico da zona euro para 0,9% em 2025. Já a previsão de inflação foi ajustada para 2,3%, acima dos 2,1% projetados há três meses.
Ásia e Médio Oriente
Japão
Os mercados acionistas japoneses registaram um desempenho misto ao longo da semana, à medida que a incerteza sobre as tarifas e outras políticas dos EUA afetou o apetite global pelo risco.
O governo japonês está prestes a anunciar oficialmente o fim da deflação prolongada, com o ministro da Economia, Ryosei Akazawa, a afirmar que todos os indicadores utilizados para avaliar a deflação passaram a ser positivos. Esta mudança de postura poderá influenciar o calendário da próxima subida de juros pelo Banco do Japão (BoJ), que reiterou que só aumentará as taxas caso as suas previsões económicas se confirmem.
Um fator essencial para essa decisão será o crescimento dos salários. A RENGO, a maior federação sindical do Japão, revelou que os seus sindicatos membros estão a exigir um aumento médio salarial superior a 6%, o maior pedido em mais de 30 anos. Caso as negociações salariais de 2025 resultem em aumentos expressivos, isso poderá antecipar a próxima subida de taxas do BoJ, uma vez que o banco central procura sinais de um ciclo de crescimento dos salários e dos preços para sustentar a recuperação económica.
China
As bolsas chinesas registaram ganhos ao longo da semana, impulsionadas pelos novos objetivos de crescimento económico anunciados por Pequim e pela expectativa de mais estímulos ao longo do ano, num contexto de tensões comerciais crescentes com os EUA.
Para 2025, a China estabeleceu novamente uma meta de crescimento de 5%, pelo terceiro ano consecutivo. No entanto, muitos analistas alertam que atingir este objetivo poderá ser mais difícil este ano, devido às incertezas em torno das tarifas norte-americanas e à crise prolongada no setor imobiliário, que ainda não deu sinais de recuperação.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 03 a 07 Março, formato “Geral”, atualizado com informações até 10 de Março de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)