
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Na semana terminada a 2 de agosto de 2025, os principais índices bolsistas dos EUA registaram perdas expressivas, com alguns a viverem a sua pior semana desde a queda impulsionada por tarifas em abril. O sentimento dos investidores foi fortemente influenciado por negociações comerciais e tarifas, num contexto marcado pela aproximação da data limite arbitrária imposta pelo Presidente Donald Trump para novos acordos, a 1 de agosto.
Na quinta-feira, 31 de julho, Trump assinou uma ordem executiva que aumenta as tarifas para a maioria dos parceiros comerciais dos EUA, com efeitos a partir de 7 de agosto de 2025. Esta decisão provocou uma queda acentuada nos mercados na manhã de sexta-feira. Apesar disso, durante a semana foram anunciados novos acordos com parceiros como a União Europeia, a Coreia do Sul e uma extensão de 90 dias para negociações com o México.
A 31 de julho, a Federal Reserve concluiu a sua reunião de política monetária mantendo as taxas de juro entre 4,25% e 4,50%. Dois governadores votaram a favor de uma descida imediata das taxas, sugerindo divergência interna. A declaração pós-reunião referiu que a “atividade económica abrandou no primeiro semestre do ano”, o que foi interpretado por alguns analistas como um sinal dovish. Contudo, na conferência de imprensa, o presidente da Fed, Jerome Powell, reforçou que a inflação se mantém acima da meta de 2% e que o banco continuará a decidir com base nos dados futuros, o que reduziu as expectativas de um corte nas taxas em setembro.
No dia seguinte, o Bureau of Economic Analysis (BEA) divulgou que a inflação, medida pelo índice PCE subjacente (preferido pela Fed), subiu 0,3% em junho, acima dos 0,2% registados em maio. Em termos anuais, a inflação atingiu 2,8%. No mesmo relatório, o BEA indicou que o PIB norte-americano cresceu 3% no segundo trimestre de 2025, uma recuperação considerável após a contração de 0,5% no primeiro trimestre, impulsionada sobretudo por uma queda acentuada nas importações.
Entretanto, o Departamento do Trabalho revelou que em julho foram criados apenas 73 mil empregos, abaixo das previsões de 115 mil. As leituras de maio e junho foram revistas em baixa, resultando num total de apenas 106 mil novos empregos ao longo de três meses. A taxa de desemprego subiu ligeiramente para 4,2%. Estes dados voltaram a aumentar as expectativas de um corte nas taxas já em setembro, segundo o CME FedWatch.
Europa e Rússia
Europa
Os mercados europeus encerraram a semana em baixa, penalizados pela desilusão com o acordo comercial preliminar entre a UE e os EUA. Em julho de 2025, a inflação homóloga manteve-se estável nos 2%, alinhada com o objetivo do Banco Central Europeu (BCE), embora ligeiramente acima da previsão dos analistas (1,9%). A inflação subjacente (sem energia, alimentação e tabaco) manteve-se nos 2,3%.
O Produto Interno Bruto da zona euro cresceu apenas 0,1% no segundo trimestre de 2025, um abrandamento face aos 0,6% registados nos primeiros três meses do ano, quando as exportações aumentaram em antecipação às mudanças na política tarifária dos EUA.
O novo acordo entre EUA e UE estabelece tarifas de 15% para a maioria das exportações europeias para os Estados Unidos, metade da taxa inicialmente proposta. Contudo, Washington manterá tarifas de 50% sobre aço e alumínio.
Ásia e Médio Oriente
Japão
Os mercados acionistas japoneses recuaram durante a semana terminada a 2 de agosto de 2025. O setor tecnológico sofreu perdas, pressionado por resultados empresariais fracos e pela intensificação das tensões comerciais globais. O Banco do Japão (BoJ) manteve a taxa de juro principal em 0,5% na reunião de 30 e 31 de julho.
Na sua previsão trimestral, o BoJ reviu em alta a previsão de inflação, antecipando que o índice de preços no consumidor (CPI) subjacente aumente 2,7% no ano fiscal de 2025, acima dos 2,2% previstos em abril. Também houve uma ligeira subida nas previsões para 2026 e 2027. O banco estima agora um crescimento do PIB real de 0,6% para 2025.
O principal risco identificado continua a ser a evolução das políticas comerciais e fiscais a nível global. Contudo, o BoJ destacou progressos nas negociações com os EUA. O governador Kazuo Ueda afirmou que a probabilidade de concretização das previsões económicas aumentou, o que levou alguns analistas a antecipar uma possível subida das taxas ainda em 2025, caso os dados económicos confirmem o cenário base do banco central.
China
Os mercados acionistas da China continental recuaram no final de julho, influenciados pelo impacto negativo das novas tarifas norte-americanas sobre o sentimento global e por dados económicos mais fracos. O índice PMI industrial do S&P Global caiu para 49,5 em julho de 2025, sinalizando contração, face aos 50,4 de junho. No dia anterior, o PMI oficial indicava também uma desaceleração da atividade fabril, com uma leitura de 49,3, o nível mais baixo em três meses.
Estes dados apontam para um abrandamento do crescimento económico nos próximos meses, à medida que a procura interna continua fraca e as incertezas comerciais persistem. No primeiro semestre de 2025, a economia chinesa foi sustentada por estímulos fiscais e pela antecipação de exportações antes do agravamento das tarifas. No entanto, muitos analistas preveem uma perda de dinamismo à medida que esses fatores deixam de surtir efeito.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 04 a 08 de Agosto, formato “Geral”, atualizado com informações até 04 de Agosto de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)