
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Os mercados acionistas dos EUA encerraram a semana em alta, apesar da forte volatilidade impulsionada por tensões comerciais. A semana começou com quedas expressivas nas bolsas, refletindo o nervosismo dos investidores antes da entrada em vigor, na quarta-feira (9 de abril), de uma nova ronda de tarifas impostas pela administração Trump.
Contudo, nesse mesmo dia, o Presidente Donald Trump anunciou a suspensão por 90 dias da aplicação de tarifas recíprocas mais elevadas à maioria dos parceiros comerciais, com efeito imediato, como forma de criar espaço para negociações. A China, no entanto, foi excluída desta trégua. Durante a semana, os EUA aumentaram tarifas sobre produtos chineses até 145%, ao passo que Pequim respondeu com elevações até 125% sobre bens norte-americanos. Esta escalada no conflito comercial entre as duas maiores economias mundiais voltou a preocupar os mercados quanto ao impacto negativo sobre o crescimento económico global, levando a uma retração parcial dos ganhos na quinta-feira.
Entretanto, a Reserva Federal divulgou na quarta-feira as atas da reunião de política monetária de março. Os decisores políticos alertaram para riscos crescentes sobre o emprego e o crescimento económico, ao mesmo tempo que identificaram pressões inflacionistas associadas às tarifas mais elevadas. A maioria defende uma abordagem cautelosa à política monetária, devido à elevada incerteza sobre os efeitos combinados das medidas do governo.
Na quinta-feira o Departamento de Estatísticas Laborais revelou que a inflação subjacente (excluindo alimentação e energia) aumentou apenas 0,1% em março, o menor avanço mensal em nove meses. Em termos anuais, esta inflação foi de 2,8%, o valor mais baixo desde março de 2021. Apesar deste alívio temporário, o Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan, divulgado a 11 de abril, mostrou uma subida acentuada das expectativas de inflação a um ano para 6,7%, o nível mais alto desde 1981, refletindo receios crescentes sobre os desenvolvimentos da guerra comercial.
Europa e Rússia
Europa
Os principais índices europeus encerraram a semana em queda, fortemente impactados pela intensificação das tensões comerciais. No entanto, recuperaram parcialmente após o anúncio do Presidente Trump de que adiaria a imposição de tarifas recíprocas para a maioria dos parceiros, contribuindo para alguma estabilização dos mercados.
A instabilidade motivou os bancos centrais da zona euro e do Reino Unido a reforçarem a vigilância sobre os mercados financeiros. O Banco Central Europeu solicitou às instituições bancárias uma monitorização mais frequente dos depósitos e do financiamento. Já o Banco de Inglaterra (BoE) pediu informações aos bancos sobre a liquidez de mercado e possíveis dificuldades dos seus clientes, incluindo fundos de cobertura. Além disso, o BoE ajustou o calendário das vendas de obrigações de longo prazo no segundo trimestre, adiando algumas emissões para responder à volatilidade. O Comité de Política Financeira do banco alertou para possíveis correções adicionais nos mercados, destacando que a fragmentação do comércio global poderá prejudicar a estabilidade financeira e o crescimento económico.
Apesar das turbulências, a economia britânica cresceu 0,5% em fevereiro de 2025, impulsionada pelo setor dos serviços, superando a previsão de apenas 0,1%. Em termos anuais, o PIB subiu 1,4%, acima do consenso. Ainda assim, os mercados antecipam que o BoE acelere o ciclo de cortes de juros ao longo do ano.
Ásia e Médio Oriente
Japão
Os mercados acionistas japoneses registaram perdas na semana terminada a 12 de abril de 2025, com quedas expressivas na segunda-feira devido à reação às tarifas agressivas dos EUA e aos receios de uma guerra comercial global. Os bancos japoneses estiveram entre os mais penalizados. No entanto, o anúncio de que os EUA reduziriam temporariamente as tarifas para a maioria dos seus parceiros — de 24% para 10% durante 90 dias — trouxe algum alívio e impulsionou os mercados mais tarde na semana. Importa notar que os automóveis japoneses continuam sujeitos à tarifa de 25%, fora da trégua anunciada, e o Japão procura ser isento dessas medidas.
A rentabilidade das obrigações do governo japonês a 10 anos subiu de 1,18% para 1,36% no final da semana, sinalizando expectativas de normalização da política monetária. Apesar de um possível adiamento na próxima subida das taxas de juro, o Banco do Japão (BoJ) considera justificar-se um aperto gradual, sustentado pela inflação persistente nos serviços e pelos salários. O governador Kazuo Ueda alertou para a crescente incerteza causada pelas políticas comerciais, sublinhando que o BoJ continuará a monitorizar atentamente os desenvolvimentos.
China
Os mercados chineses continentais registaram perdas ao longo da semana, embora limitadas pela expectativa de novos estímulos por parte de Pequim para apoiar a economia, perante a escalada do conflito comercial com os EUA.
Na sexta-feira (12 de abril), a China elevou as tarifas sobre produtos norte-americanos de 84% para 125%, em resposta à clarificação feita no dia anterior de que os EUA haviam aumentado o total das tarifas sobre bens chineses para 145%. No entanto, Pequim desvalorizou o novo aumento norte-americano, classificando-o como “uma brincadeira” sem impacto económico real. O Ministério do Comércio afirmou que, caso Washington continue com “jogos de números”, a China irá simplesmente ignorá-los. Estima-se que os novos impostos dos EUA possam reduzir o PIB da China entre 1% e 2% ao longo de 2025.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 07 Abr a 11 Abr, formato “Geral”, atualizado com informações até 11 de Abril de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)