Resumo da semana 10 a 14 Mar – 17 Mar 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.


América do Norte

Estados Unidos

Na semana encerrada a 14 de março de 2025, os mercados acionistas norte-americanos registaram perdas, marcando a quarta semana consecutiva de quedas e colocando todos os cinco principais índices em território negativo no acumulado do ano. A incerteza em torno da política comercial dos EUA foi um fator determinante para o pessimismo dos investidores, intensificado pelo anúncio de novas tarifas por parte da administração Trump. Além disso, as preocupações com o crescimento económico e os receios de uma recessão aumentaram após declarações do presidente Donald Trump, que descreveu a atual conjuntura como um “período de transição” para a economia norte-americana.

O Departamento do Trabalho divulgou o índice de preços ao consumidor (CPI) referente a fevereiro, revelando um aumento mensal de 0,2%. A inflação subjacente (excluindo alimentos e energia) registou o menor crescimento homólogo desde abril de 2021, situando-se nos 3,1%. Estes dados indicaram uma desaceleração tanto na inflação mensal quanto na anual em relação a janeiro, ficando ligeiramente abaixo das previsões do mercado. Embora o relatório tenha trazido algum alívio relativamente ao risco de estagflação—um cenário de crescimento estagnado, inflação elevada e desemprego crescente—os analistas alertam que os efeitos das recentes tarifas ainda não se refletiram completamente nos preços.

O índice de preços no produtor (PPI) seguiu a mesma tendência, com os preços gerais inalterados em relação a janeiro e uma queda inesperada na inflação subjacente, a primeira desde julho. Contudo, alguns componentes do PPI que influenciam o índice de despesas de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve, permaneceram elevados. Isto sugere que a inflação medida pelo PCE poderá continuar acima da meta de 2% do Fed quando for divulgada no final do mês. Dado este contexto, espera-se que o banco central mantenha as taxas de juro inalteradas na reunião de 19 de março de 2025.

Europa e Rússia

Europa

Os principais índices europeus encerraram a semana em baixa, refletindo receios sobre o impacto das tarifas comerciais dos EUA no crescimento económico e a incerteza sobre a política monetária. No entanto, as perdas foram atenuadas pelas expectativas de um possível cessar-fogo na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, bem como pela notícia de que o novo chanceler alemão obteve apoio parlamentar para um aumento substancial do endividamento estatal.

Friedrich Merz, que assumirá o cargo de chanceler da Alemanha, propôs um pacote de investimentos de 500 mil milhões de euros para infraestruturas, além de uma redução da “travão da dívida” para aumentar os gastos com a defesa. Segundo fontes próximas das negociações citadas pela Reuters, a coligação governamental alemã, incluindo os Verdes, chegou a um acordo para a implementação destas medidas.

Após o Banco Central Europeu (BCE) ter reduzido as taxas de juro pela sexta vez desde junho de 2024, declarações de vários membros do banco lançaram dúvidas sobre um novo corte em abril. Durante um discurso em Frankfurt, a 14 de março de 2025, a presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou para um cenário de “incerteza excecional”, que poderá dificultar o cumprimento da meta de inflação de 2% a curto prazo.

Reino Unido

No Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu inesperadamente 0,1% em janeiro, após um crescimento mensal de 0,4% em dezembro. Apesar da contração, a taxa de crescimento trimestral manteve-se positiva em 0,2%, ligeiramente acima dos 0,1% registados em dezembro de 2024.

Ásia e Médio Oriente

Japão

As bolsas japonesas registaram ganhos moderados ao longo da semana, mas o sentimento dos investidores foi afetado pela incerteza global em torno do comércio. Um dos principais receios do Japão é a possível imposição de tarifas de 25% sobre automóveis importados pelos EUA, uma vez que o setor automóvel representa cerca de um terço das exportações japonesas para o mercado norte-americano. Os investidores também acompanharam de perto as negociações salariais da primavera, conhecidas como “shunto”, que garantiram o maior aumento salarial em mais de 30 anos. Esta tendência de crescimento salarial abrangeu até mesmo empresas de menor dimensão, refletindo uma consolidação do aumento de rendimentos pelo terceiro ano consecutivo. O Banco do Japão (BoJ) observa atentamente este desenvolvimento, uma vez que um ciclo sustentado de aumentos salariais e de preços pode influenciar a sua decisão sobre a próxima subida das taxas de juro. A expectativa no mercado é que o BoJ volte a aumentar as taxas ainda em 2025.

China

Na China, as bolsas registaram ganhos impulsionados pela perspetiva de novas medidas de estímulo económico. Pequim anunciou uma conferência de imprensa para segunda-feira, 18 de março de 2025, onde responsáveis dos ministérios das Finanças e do Comércio, do banco central e do regulador dos mercados financeiros apresentarão estratégias para impulsionar o consumo. A prioridade do governo chinês tem sido estimular a procura interna para sustentar o crescimento, especialmente no contexto da guerra comercial com os EUA. No entanto, os últimos dados de inflação expuseram a fragilidade da procura interna. O índice de preços ao consumidor caiu 0,7% em fevereiro de 2025 face ao mesmo mês do ano anterior, representando a primeira contração desde janeiro de 2024. A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, registou uma queda de 0,1%—o primeiro recuo desde 2021 e apenas a segunda contração em mais de 15 anos, segundo dados da Bloomberg. Paralelamente, o índice de preços no produtor, que mede os preços no setor grossista, caiu 2,2%, prolongando uma sequência de 29 meses consecutivos de retração. A luta contra a deflação tornou-se uma prioridade para Pequim, que lançou uma série de medidas de estímulo monetário e fiscal em setembro de 2024 para incentivar a procura. No entanto, a prolongada crise do setor imobiliário tem levado os consumidores a aumentar a poupança em vez de gastar, dificultando os esforços do governo para reativar a economia.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 10 a 14 Março, formato “Geral”, atualizado com informações até 17 de Março de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)