
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Na semana passada as bolsas norte-americanas fecharam em alta, apoiadas em dados económicos positivos que aumentaram as expectativas de um corte das taxas de juro de curto prazo pelo Federal Reserve já na reunião de setembro. As tensões comerciais entre os EUA e a China tiveram menos impacto, embora tenha sido anunciada a prorrogação, por mais 90 dias, do prazo para aplicação de novas tarifas, enquanto prosseguem negociações para um acordo mais amplo.
O Bureau of Labor Statistics (BLS) divulgou o relatório da inflação ao consumidor referente a julho. A inflação global abrandou ligeiramente, passando para 0,2% em termos mensais, contra 0,3% em junho, influenciada pela queda nos preços da energia e dos bens alimentares. Já a inflação subjacente (excluindo energia e alimentação) acelerou para 0,3%, elevando a taxa anual para 3,1%, o nível mais alto desde fevereiro de 2025, com destaque para o aumento dos custos nos serviços.
Mais tarde, o BLS revelou também o índice de preços no produtor (PPI), que mede a inflação ao nível grossista. Este registou uma subida inesperada de 0,9% em julho, depois de se ter mantido estável em junho, sendo novamente os serviços os principais responsáveis pela aceleração.
Europa e Rússia
Europa
Os principais índices europeus terminaram a semana em terreno positivo, apoiados pelo alívio das tensões comerciais e pela perspetiva de cortes nas taxas de juro nos EUA. A possibilidade de progressos nas negociações para pôr fim ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia também ajudou a sustentar o otimismo.
Na zona euro, a produção industrial caiu 1,3% em junho de 2025 face ao mês anterior, depois de uma expansão de 1,1% em maio. Em termos anuais, o crescimento foi de apenas 0,2%, bem abaixo dos 3,1% registados em maio. Já o Índice de Sentimento Económico ZEW, que avalia a confiança dos investidores alemães, recuou de 52,7 em julho para 34,7 em agosto, marcando a primeira queda em quatro meses. A desaceleração foi atribuída ao descontentamento com o acordo comercial EUA-UE e à contração ligeira da economia alemã no segundo trimestre.
No Reino Unido, o PIB surpreendeu ao crescer 0,4% em junho, depois de ter recuado 0,1% em maio. O avanço deveu-se sobretudo ao dinamismo dos serviços, da indústria e da construção. No entanto, o crescimento trimestral abrandou para 0,3% no segundo trimestre, face aos 0,7% dos primeiros três meses do ano, quando as exportações foram impulsionadas pela antecipação de tarifas mais altas. Mesmo assim, o desempenho superou a previsão do Banco de Inglaterra, que apontava para apenas 0,1%.
Ásia e Médio Oriente
Japão
As bolsas japonesas registaram fortes ganhos durante a semana encurtada pelo feriado de 11 de agosto. A época de resultados corporativos mostrou-se robusta e a melhoria no panorama do comércio global, com sinais de alívio nas tensões EUA-China, deu suporte adicional aos mercados.
O iene valorizou após declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a 8 de agosto, sugerindo que o Banco do Japão (BoJ) estaria a atrasar-se na resposta ao aumento da inflação. Apesar de o governador Kazuo Ueda manter uma postura cautelosa, reafirmando que a inflação subjacente ainda está abaixo da meta de 2%, as declarações intensificaram a especulação de que uma subida de taxas poderá ocorrer antes do final de 2025 ou no início de 2026. A taxa da obrigação do governo japonês a 10 anos subiu de 1,49% para 1,57% na semana, refletindo estas expectativas.
A economia japonesa mostrou também um crescimento acima do esperado no segundo trimestre de 2025, reforçando a visão de que o BoJ poderá avançar com aumentos graduais das taxas de juro.
China
Os mercados acionistas chineses avançaram após o anúncio de que EUA e China decidiram prolongar até novembro de 2025 a suspensão do aumento de tarifas sobre os seus produtos, inicialmente prevista para 5 de agosto. A extensão do prazo, acordada após a trégua estabelecida em maio, alimentou a esperança de que as negociações comerciais conduzam a um acordo mais duradouro.
Do lado dos dados económicos, o Gabinete Nacional de Estatísticas revelou que a inflação ao consumidor se manteve estável em julho, em termos homólogos, após a ligeira subida de junho que tinha interrompido quatro meses consecutivos de quedas. Já os preços no produtor recuaram 3,6% em julho, mantendo-se no mesmo nível de junho e prolongando para 34 meses consecutivos a deflação no setor industrial.
Outros indicadores publicados a 9 de agosto mostraram uma desaceleração maior do que o esperado: as vendas a retalho cresceram 3,7% em julho, contra 4,8% em junho, marcando o ritmo mais lento desde dezembro de 2024; a produção industrial avançou 5,7%, abaixo dos 6,8% do mês anterior; e o investimento em ativos fixos subiu apenas 1,6% nos primeiros sete meses de 2025, contra 2,7% no mesmo período de 2024. Todos estes números ficaram abaixo das projeções dos economistas.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 11 a 15 de Agosto, formato “Geral”, atualizado com informações até 19 de Agosto de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)