
Resumo Economico da Semana de 29 Setembro a 03 Outubro 25
Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Na primeira semana de outubro de 2025, as bolsas norte-americanas registaram ganhos sólidos, mesmo após o início do encerramento parcial do governo dos EUA a 2 de outubro, devido ao impasse no Congresso sobre o financiamento das funções públicas não essenciais. Apesar da incerteza política, os investidores reagiram positivamente, impulsionados por dados laborais que aumentaram as probabilidades de o Federal Reserve reduzir as taxas de juro na sua reunião de final de outubro de 2025.
Um dos acontecimentos mais relevantes foi a ausência de dados económicos, devido à paralisação governamental. O relatório sobre o emprego não agrícola de setembro de 2025, elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), não foi publicado a 3 de outubro como previsto, uma vez que cerca de 750 mil funcionários públicos foram colocados em licença sem vencimento, segundo o Congressional Budget Office. Caso o impasse se prolongue, outros indicadores cruciais, como o Índice de Preços no Consumidor (CPI) de setembro, previsto para 15 de outubro de 2025, poderão também ser adiados, dificultando a leitura económica antes da próxima reunião do Fed.
No mercado energético, o crude West Texas Intermediate, referência nos EUA, recuou mais de 7%, após o grupo OPEC+ ter sinalizado um aumento de produção para novembro de 2025, o que penalizou as ações ligadas ao setor de valor. Em contraste, outros ativos tiveram desempenhos mais fortes: o ouro subiu mais de 3%, prolongando a tendência positiva desde o início do ano, enquanto o cobre avançou mais de 7%, refletindo otimismo sobre o setor industrial.
Europa e Rússia
Europa
Na mesma semana, os principais índices europeus encerraram em alta, apoiados pela valorização do setor tecnológico e pela expetativa de uma redução das taxas de juro nos EUA ainda este mês. A inflação homóloga da zona euro acelerou para 2,2% em setembro de 2025, face aos 2,0% de agosto, impulsionada pelo aumento dos custos nos serviços e pela menor queda nos preços da energia. A inflação subjacente, que exclui alimentos e combustíveis, manteve-se estável em 2,3%.
Durante uma conferência do Banco da Finlândia, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que “os riscos para a inflação parecem atualmente controlados em ambas as direções” e sublinhou que, com as taxas diretoras em 2%, o BCE está “bem posicionado para responder caso surjam novos choques económicos”.
Reino Unido
No Reino Unido, os dados do Banco de Inglaterra mostraram uma ligeira retração na concessão de crédito à habitação durante o verão. Em agosto de 2025, foram aprovadas 64.700 hipotecas, abaixo das 65.200 de julho, interrompendo uma sequência de três meses de crescimento. Em contrapartida, o índice da Nationwide Building Society revelou uma recuperação dos preços das casas, com uma subida de 0,6% em setembro, após uma queda de 0,1% em agosto (dados ajustados sazonalmente).
Ásia
Japão
Os mercados japoneses tiveram um desempenho misto na semana anterior às eleições internas do Partido Liberal Democrata, agendadas para 4 de outubro de 2025. O iene valorizou-se para cerca de JPY 147,3 por dólar, face aos JPY 149,5 da semana anterior, beneficiando da fraqueza do dólar provocada pela crise orçamental nos EUA.
O Banco do Japão (BoJ) manteve o tom prudente quanto ao futuro aumento das taxas de juro, sem especificar quando poderá ocorrer a próxima subida. O governador Kazuo Ueda explicou que a decisão de não aumentar as taxas em setembro de 2025 visou sustentar a economia perante a volatilidade provocada pelas tarifas norte-americanas. Ueda acrescentou que, embora estas tarifas tenham afetado os lucros das exportadoras japonesas, o impacto sobre a economia nacional permanece limitado.
Os resultados do mais recente inquérito “tankan”, que apontou para um nível elevado de confiança entre as grandes empresas industriais, reforçaram a perceção de que o BoJ poderá subir as taxas novamente antes do final de 2025 — a última subida ocorreu em janeiro de 2025.
China
Na China continental, os mercados acionistas subiram durante uma semana mais curta devido ao feriado da “Golden Week”, iniciado a 1 de outubro de 2025, que tradicionalmente impulsiona o consumo interno através do aumento das viagens, das compras e da restauração. Espera-se que este surto de consumo beneficie empresas do setor doméstico, desde fabricantes de bebidas alcoólicas a companhias aéreas nacionais.
Os analistas acompanharam de perto os dados de vendas do feriado para avaliar o vigor do consumo interno, essencial para a estratégia de Pequim de reequilibrar a economia em direção aos serviços e ao consumo privado.
No campo económico, o Índice de Gestores de Compras (PMI) do setor industrial subiu para 49,8 em setembro de 2025, face aos 49,4 de agosto, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas. Já o PMI não industrial, que mede a atividade nos setores da construção e serviços, recuou para 50, abaixo dos 50,3 de agosto. Embora o PMI industrial tenha superado as previsões dos economistas, continuou abaixo de 50, sinalizando contração pela sexta vez consecutiva e indicando que a fraqueza económica persistiu no terceiro trimestre de 2025, após um forte crescimento na primeira metade do ano.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 29 Setembro a 05 de Outubro, formato “Geral”, atualizado com informações até 07 de Outubro de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)