Resumo da Semana 31 Mar a 04 Abr – 07 Abr 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.


América do Norte

Estados Unidos

Na primeira semana de abril de 2025, os mercados bolsistas norte-americanos sofreram quedas acentuadas após o anúncio inesperado da administração Trump de novas tarifas comerciais abrangentes. Estas medidas, mais severas do que o antecipado, desencadearam receios generalizados sobre um possível abrandamento económico, ressurgimento da inflação e até uma recessão. Na quinta-feira, dia 3 de abril, alguns índices registaram a sua maior queda diária desde 2020, e a tendência negativa prolongou-se até sexta-feira.

Num discurso proferido a 4 de abril, o presidente da Fed, Jerome Powell, reconheceu que a “incerteza é elevada e os riscos em baixa aumentaram”. Powell destacou que os aumentos tarifários são “significativamente maiores do que o previsto” e que isso poderá resultar em “maior inflação e crescimento mais lento”. No entanto, sublinhou que o impacto concreto destas medidas ainda é incerto e que a economia americana “ainda está numa posição sólida”, pelo que o banco central deverá esperar por mais clareza antes de ajustar a política monetária.

No panorama económico, o índice de gestores de compras (PMI) industrial do Instituto de Gestão da Oferta (ISM), divulgado a 1 de abril, mostrou que a atividade fabril voltou à contração em março, após dois meses de expansão. Por outro lado, o PMI dos serviços registou o nono mês consecutivo de crescimento, com 50,8%, embora abaixo dos 53,5% de fevereiro e das previsões do mercado.

O relatório do Departamento do Trabalho sobre o emprego fora do setor agrícola, divulgado a 5 de abril, revelou que a economia criou 228 mil postos de trabalho em março, um salto considerável face aos 117 mil de fevereiro (valor revisto em baixa) e muito acima das previsões de 130 mil. Apesar disso, a taxa de desemprego subiu ligeiramente para 4,2%. Estes dados reforçam a ideia de que o mercado laboral continua resiliente, mesmo num contexto de elevada incerteza económica.

Europa e Rússia

Europa

Na Europa, os principais índices acionistas encerraram a semana terminada a 4 de abril com perdas significativas. Segundo informações da Bloomberg, responsáveis do Banco Central Europeu (BCE) estão preparados para suspender temporariamente os cortes nas taxas de juro devido à incerteza crescente provocada pelas políticas comerciais dos EUA e outros fatores externos.

De acordo com essas fontes, mesmo que membros mais conservadores insistam em manter as taxas estáveis, os responsáveis mais favoráveis a cortes não deverão confrontar essa posição. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou numa entrevista à estação de rádio irlandesa Newstalk, também a 4 de abril, que ainda “há trabalho a fazer” para alcançar de forma sustentável a meta de inflação de 2%. Sublinhou ainda que a política comercial dos EUA terá impactos negativos tanto na economia global como na própria economia norte-americana.

A inflação anual na zona euro recuou ligeiramente em março, fixando-se em 2,2%, face aos 2,3% de fevereiro. A pressão subjacente nos preços foi inferior ao esperado, o que alimenta a possibilidade de um corte nas taxas de juro já na reunião de abril de 2025.

Reino Unido

No Reino Unido, o mercado imobiliário mostrou sinais de arrefecimento em março, com os preços das casas a manterem-se estáveis, interrompendo sete meses consecutivos de aumentos. Esta pausa deve-se em parte à antecipação de alterações fiscais nas transações imobiliárias, previstas para o final do mês. Dados do Banco de Inglaterra apontam também para uma desaceleração na atividade do setor.

Ásia e Médio Oriente

Japão

Os mercados bolsistas japoneses registaram fortes quedas ao longo da semana terminada a 5 de abril, depois do anúncio da imposição de uma tarifa de 10% por parte dos EUA sobre todas as importações, incluindo um agravamento de 24% específico para produtos japoneses. Esta medida levou a uma queda acentuada nos rendimentos das obrigações governamentais japonesas, com os títulos a 10 anos a descerem de 1,56% para 1,18%.

Os bancos japoneses, sensíveis a alterações nas taxas de juro, lideraram as perdas. Os fabricantes de automóveis continuaram sob pressão devido às tarifas de 25% já anteriormente anunciadas pelos EUA, para as quais o Japão continua a pedir isenção.

Face ao novo cenário, cresce a expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) adie um eventual aumento das taxas de juro. O governador Kazuo Ueda alertou que as tarifas poderão travar o crescimento económico global e nacional, intensificando a incerteza. Ueda indicou que os efeitos sobre a inflação são incertos: o abrandamento económico poderá conter os preços, mas interrupções nas cadeias de abastecimento poderão pressionar a inflação. O BoJ manterá a sua política de subida das taxas apenas se as suas previsões para crescimento e inflação se confirmarem, mas continua a monitorizar de perto os riscos comerciais.

China

Na China continental, os mercados acionistas caíram durante uma semana mais curta devido a feriados, marcada também pela escalada na guerra comercial com os EUA. Após o anúncio de novas tarifas de 34% por parte da administração Trump, Pequim respondeu imediatamente com uma tarifa equivalente sobre todos os produtos norte-americanos, a vigorar a partir de 10 de abril de 2025.

Adicionalmente, o governo chinês implementou uma série de medidas de retaliação, incluindo: restrições à exportação de terras raras, uma investigação antidumping sobre tubos de raios X para TAC médicos provenientes dos EUA, suspensão de importações de carne de aves e sorgo de várias empresas norte-americanas, e a inclusão de 11 empresas de defesa dos EUA numa lista de entidades “não fiáveis”. As medidas foram anunciadas de forma coordenada por vários ministérios chineses na noite de 4 de abril.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 31 Mar a 04 Abr, formato “Geral”, atualizado com informações até 07 de Abril de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)