Resumo da Semana 4 a 8 Ago – 12 Ago 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias. 

América do Norte 

Estados Unidos

Na semana terminada a 8 de agosto de 2025, os principais índices bolsistas norte-americanos recuperaram das quedas da semana anterior, com destaque para o Nasdaq Composite, que fechou em máximos históricos, seguido pelo S&P 500 e pelo Russell 2000. O otimismo dos investidores foi impulsionado por notícias empresariais relevantes, incluindo o anúncio da Apple de um investimento adicional de 100 mil milhões de dólares em produção nacional ao longo dos próximos quatro anos, para além dos 500 mil milhões já anunciados, medida que, segundo fontes do setor, deverá isentar a empresa das tarifas elevadas aplicadas pela administração Trump sobre semicondutores.

No campo da política comercial, entrou em vigor na quinta-feira (7 de agosto) uma nova ronda de tarifas globais impostas pelos EUA. Contudo, vários parceiros comerciais importantes já tinham fechado acordos antes do prazo, o que suavizou a reação dos mercados. Ainda assim, surgiram anúncios relevantes: o presidente Donald Trump decidiu duplicar para 50% as tarifas sobre bens indianos, em resposta à compra de petróleo russo por parte da Índia, e confirmou que as negociações com a Suíça terminaram sem acordo, mantendo assim as tarifas sobre importações suíças em 39%.

O mercado também se concentrou nas perspetivas de que a Reserva Federal possa cortar taxas de juro já na reunião de setembro de 2025. Comentários de vários responsáveis do banco central, como Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, sugeriram que uma redução poderá estar próxima se o mercado de trabalho enfraquecer e a inflação se mantiver contida. Na quinta-feira, Trump anunciou ainda a nomeação de Stephen Miran, presidente do Conselho de Assessores Económicos da Casa Branca, para ocupar temporariamente um lugar no Conselho de Governadores da Fed, nomeação que alguns investidores interpretaram como favorável a uma política monetária mais expansionista. De acordo com dados do CME FedWatch, a probabilidade de corte de taxas em setembro rondava os 90% no fecho de sexta-feira.

Europa e Rússia 

Europa

As bolsas europeias fecharam a semana em alta, apoiadas em resultados empresariais sólidos e na esperança de avanços no conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Os dados de vendas a retalho e confiança dos investidores no segundo trimestre de 2025 reforçaram a perceção de resiliência económica na zona euro. Em junho, as vendas a retalho subiram 0,3% face ao mês anterior, acumulando três meses de crescimento, e avançaram 3,1% em termos anuais, superando a previsão de 2,0%, após revisões em alta para abril e maio. Já o índice Sentix, que mede a confiança dos investidores, melhorou ao longo do segundo trimestre, mas registou queda em agosto, sugerindo ceticismo face ao recente acordo comercial preliminar entre EUA e União Europeia.

Por outro lado, a produção industrial alemã caiu 1,9% em junho face a maio, o valor mais baixo desde a pandemia de 2020 e pior do que a queda prevista de 0,5%. Além disso, os dados de maio foram revistos em baixa, de um aumento inicial de 1,2% para uma queda de 0,1%. Assim, a produção no segundo trimestre contraiu 1,0%. As encomendas industriais também recuaram 1,0% em junho, refletindo a fraqueza da procura externa.

Reino Unido

No Reino Unido, o Banco de Inglaterra reduziu a taxa diretora em 0,25 pontos percentuais, para 4%, devido a sinais de abrandamento no mercado de trabalho. A decisão foi tomada por uma estreita maioria de 5–4, num raro segundo escrutínio, algo não visto desde 1998. O governador Andrew Bailey classificou a decisão como “muito equilibrada” e alertou que futuros cortes deverão ser graduais. O banco central prevê agora que a inflação suba para 4% em setembro, face aos 3,6% de agosto, sinalizando risco acrescido de pressões inflacionistas nos próximos anos, num contexto em que a meta oficial de 2% não é cumprida desde o verão de 2024.

Ásia e Médio Oriente 

Ásia

No Japão, os mercados acionistas subiram durante a semana, beneficiando de lucros empresariais robustos. As relações comerciais também tiveram um tom positivo, apesar de, no início da semana, terem surgido divergências na interpretação do acordo bilateral de julho com os EUA. O governo norte-americano esclareceu que a tarifa de 15% sobre exportações japonesas não se somaria a impostos já existentes e que a tarifa sobre automóveis seria reduzida de 27,5% para 15%, tranquilizando investidores.

A taxa de juro das obrigações japonesas a 10 anos caiu para 1,49%, face a 1,55% na semana anterior, após a divulgação da ata da reunião de política monetária de julho do Banco do Japão. Alguns membros do conselho defenderam esperar dois a três meses para avaliar o impacto das tarifas, admitindo uma possível alteração de postura até ao final do ano, enquanto outros mantiveram uma visão mais cautelosa, considerando que o cenário base continua a apontar para crescimento moderado e inflação fraca, exigindo estímulos contínuos.

Nos indicadores económicos, os salários reais caíram 1,3% em junho de 2025 face ao mesmo mês do ano anterior, após uma queda de 2,6% em maio, e a despesa das famílias cresceu apenas 1,3%, muito abaixo dos 4,7% de maio e da previsão de 2,6%. A desaceleração foi atribuída ao impacto das tarifas dos EUA e à inflação persistente.

China

As bolsas da China continental também fecharam a semana em alta, apoiadas por dados comerciais que evidenciaram forte procura global por produtos chineses, apesar da guerra comercial desencadeada pelos EUA. Em julho de 2025, as exportações subiram 7,2% face ao mesmo mês de 2024, para 322 mil milhões de dólares, superando as expectativas. O aumento das vendas para a Europa, Sudeste Asiático, Austrália e outros mercados compensou a queda de 22% nas exportações para os EUA, que já tinham recuado 16,1% em junho.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 04 a 08 de Agosto, formato “Geral”, atualizado com informações até 12 de Agosto de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)