Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.
América do Norte
Estados Unidos
Os principais índices bolsistas dos EUA encerraram em alta pela segunda semana consecutiva, refletindo uma combinação de fatores económicos e geopolíticos. A tensão comercial entre os Estados Unidos e a China voltou a ser tema central, após declarações polémicas do Presidente Donald Trump nas redes sociais no final de maio de 2025. No entanto, um telefonema entre Trump e o Presidente chinês Xi Jinping, a 5 de junho, trouxe algum alívio aos mercados, com ambos os líderes a considerarem o diálogo “muito positivo”, segundo Trump.
O destaque económico da semana surgiu na sexta-feira com a divulgação dos dados do emprego não agrícola de maio. O relatório mostrou uma criação de 139 mil postos de trabalho, abaixo dos 147 mil (revistos em baixa) de abril, mas acima das previsões de 130 mil. A taxa de desemprego manteve-se estável nos 4,2%, dentro do intervalo registado desde maio de 2024. As bolsas e os rendimentos dos Treasuries subiram após a publicação destes dados, refletindo algum otimismo quanto à resiliência do mercado laboral.
Em contrapartida, a atividade industrial continuou a dar sinais de fragilidade. O índice PMI industrial do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) caiu para 48,5% em maio, a terceira contração mensal consecutiva e o valor mais baixo desde novembro de 2024. O setor dos serviços também surpreendeu negativamente, com um PMI de 49,9%, entrando em território de contração pela primeira vez desde junho de 2024.
Europa e Rússia
Europa
Os principais índices europeus fecharam a semana com ligeiras subidas, impulsionados pelo abrandamento da inflação e pelo corte de juros do Banco Central Europeu (BCE). Na sua reunião de 5 de junho de 2025, o BCE reduziu a taxa de depósito em 0,25 pontos percentuais, para 2% – o nível mais baixo desde 2022. Apenas um membro do conselho votou contra esta decisão. A Presidente Christine Lagarde afirmou que o ciclo atual de política monetária está “praticamente concluído”, após oito cortes desde julho de 2024. Indicou ainda que as futuras decisões dependerão dos dados económicos, sem compromisso com uma trajetória predefinida. Os mercados antecipam um possível novo corte em setembro.
No mesmo período, o crescimento económico da zona euro no primeiro trimestre de 2025 foi revisto em alta, com o PIB a subir 0,6%, o dobro da estimativa inicial da Eurostat. Este foi o ritmo de crescimento mais rápido desde o terceiro trimestre de 2022, impulsionado por desempenhos fortes da Irlanda e da Alemanha.
A inflação homóloga no bloco desacelerou para 1,9% em maio, face aos 2,2% de abril, graças à queda dos preços da energia e dos serviços. A inflação subjacente, que exclui energia e alimentos, recuou de 2,7% para 2,3%, aliviando as preocupações sobre pressões inflacionistas persistentes.
Reino Unido
No Reino Unido, o Governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que votou a favor de uma redução das taxas em maio, declarou perante o Parlamento que o caminho das taxas continua a apontar para baixo. No entanto, reconheceu que há “muita incerteza” quanto à rapidez e à extensão dos futuros cortes.
Ásia e Médio Oriente
Japão
As bolsas japonesas registaram perdas na semana terminada a 6 de junho de 2025, em parte devido à ausência de avanços concretos nas negociações comerciais bilaterais com os EUA. Ainda assim, estas conversações reforçaram a expectativa de um possível acordo a ser anunciado na cimeira do G7, marcada para o final de junho.
A nível económico, os salários reais caíram 1,8% em abril de 2025 face ao ano anterior, superando as expectativas negativas, à medida que a inflação continua a ultrapassar os aumentos salariais. O Banco do Japão reiterou que a economia japonesa continua em recuperação moderada e manteve a disposição para aumentar novamente as taxas de juro caso as projeções económicas e de preços se confirmem. Isto reforça a ideia de um ciclo de normalização monetária gradual.
China
Os mercados chineses registaram ganhos durante a primeira semana de junho de 2025, impulsionados pela expectativa de novos estímulos por parte de Pequim. Dados económicos mais fracos do que o esperado alimentaram estas previsões. O índice PMI do setor industrial, medido pelo inquérito privado Caixin, caiu para 48,3 em maio, o nível mais baixo desde setembro de 2022, revelando o impacto negativo das tarifas norte-americanas sobre os pequenos exportadores. Já o PMI dos serviços subiu ligeiramente para 51,1, sinalizando alguma resiliência neste setor.
A contração na atividade industrial levou muitos analistas a prever que o governo chinês intensificará os estímulos à procura interna. No mês anterior, o banco central da China já tinha anunciado uma série de medidas de flexibilização, incluindo cortes na taxa de recompra reversa a sete dias e na reserva obrigatória dos bancos. O receio de um agravamento da guerra comercial com os EUA tem sido um fator-chave na movimentação dos mercados chineses, embora as esperanças de um acordo mais abrangente entre as duas potências tenham começado a moderar essas expectativas.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre o Resumo da semana de 02 a 06 Junho, formato “Geral”, atualizado com informações até 06 de Junho de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)