Resumo da Semana de 09 a 13 Jun – 16 Jun 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.


América do Norte

Estados Unidos

Os mercados acionistas norte-americanos encerraram a semana em queda, apesar de um início promissor. Até quinta-feira, os principais índices registavam ganhos impulsionados por dados económicos superiores às expectativas e pela notícia de um acordo preliminar entre os EUA e a China para aliviar as tensões comerciais. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, indicou mesmo que a suspensão de 90 dias das tarifas, decretada pela administração Trump, poderia ser prolongada para países que demonstrassem boa-fé nas negociações.

Contudo, na manhã de sexta-feira, o sentimento dos investidores mudou drasticamente após relatos de que Israel lançou ataques aéreos contra instalações nucleares e líderes militares do Irão, prometendo novas ofensivas. O Irão retaliou ainda nesse mesmo dia. Esta escalada no Médio Oriente provocou uma forte subida nos preços do petróleo, favorecendo as ações do setor energético, mas penalizando os restantes mercados, que devolveram os ganhos obtidos ao longo da semana.

No campo económico, o índice de preços no consumidor (CPI) dos EUA subiu apenas 0,1% em maio face a abril, abaixo das previsões (0,3%) e inferior ao aumento de 0,2% registado em abril. Em termos anuais, os preços subiram 2,4%, um pouco acima dos 2,3% de abril (o valor mais baixo em quatro anos), mas ainda aquém dos 2,5% esperados. A inflação subjacente (sem energia e alimentação) manteve-se estável em 2,8% face ao ano anterior.

As obrigações do Tesouro dos EUA registaram ganhos até quinta-feira, beneficiando da queda nas yields em resposta aos dados de inflação mais fracos. No entanto, parte desses ganhos foi anulada na sexta-feira após os eventos no Médio Oriente, uma vez que o aumento da tensão levou os investidores a reavaliar os riscos (as yields das obrigações sobem quando os preços caem).

Europa e Rússia

Zona Euro e Outros

Os principais índices europeus encerraram a semana em baixa, afetados por incertezas renovadas sobre a política comercial dos EUA e pela instabilidade no Médio Oriente. A produção industrial da zona euro caiu 2,4% em abril, uma queda acentuada face às estimativas de -1,8%, de acordo com dados divulgados em meados de junho de 2025. Além disso, o excedente comercial do bloco diminuiu drasticamente para 9,9 mil milhões de euros em abril, face aos 37,3 mil milhões registados em março.

Várias declarações de responsáveis do Banco Central Europeu, como Christine Lagarde e Philip Lane, alimentaram a especulação de que o ciclo de flexibilização monetária poderá ser suspenso já em julho. Lagarde afirmou que o BCE se encontra numa “boa posição” para atingir os seus objetivos de médio prazo em relação à inflação, destacando que a política atual está “bem calibrada”.

Reino Unido

No Reino Unido, o PIB registou uma contração de 0,3% em abril, após um crescimento de 0,2% em março. Foi a queda mensal mais acentuada desde outubro de 2023 e interrompeu uma sequência de cinco meses de crescimento. Esta desaceleração resultou, sobretudo, de recuos nos setores dos serviços e da produção. Ainda assim, o PIB do trimestre encerrado em abril cresceu 0,7%.

A situação laboral agravou-se, com o desemprego a atingir os 4,6% entre fevereiro e abril, o nível mais elevado dos últimos quatro anos. Este enfraquecimento foi influenciado por aumentos nas contribuições para a segurança social e no salário mínimo. O crescimento anual dos salários no setor privado, excluindo bónus, abrandou para 5,2%, o valor mais baixo desde o terceiro trimestre de 2024.

Ásia e Médio Oriente

Japão

Na semana terminada a 14 de junho de 2025, os mercados japoneses apresentaram desempenhos mistos. A incerteza aumentou após declarações do Presidente norte-americano Donald Trump, que sugeriu novos aumentos unilaterais de tarifas, nomeadamente sobre automóveis. O Primeiro-Ministro japonês, Shigeru Ishiba, respondeu afirmando que o Japão não comprometerá os seus interesses para alcançar um acordo rápido, sublinhando a importância de uma solução equilibrada para ambos os países.

Em termos económicos, os dados revistos indicaram que o crescimento do PIB do Japão foi nulo no primeiro trimestre de 2025, contrariando a estimativa inicial de uma contração de 0,2%. O consumo privado, que representa mais de metade da economia japonesa, superou ligeiramente as previsões. No entanto, a produção industrial caiu 1,1% em abril, uma descida superior à estimativa preliminar de -0,9% e muito abaixo do aumento de 0,2% verificado em março.

China

Na China continental, os mercados acionistas registaram quedas, refletindo os persistentes sinais de deflação. De acordo com dados divulgados em junho de 2025, o índice de preços no consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo em termos anuais, enquanto os preços à produção registaram a 32.ª queda mensal consecutiva, a maior dos últimos dois anos, segundo dados da Bloomberg.

A crise prolongada no setor imobiliário continua a limitar a procura interna, sendo a deflação vista como um dos principais desafios económicos do país. Apesar disso, o otimismo a curto prazo aumentou ligeiramente após um acordo provisório entre Pequim e Washington, em maio, que suspendeu temporariamente algumas tarifas comerciais. No entanto, a perspetiva para os preços mantém-se frágil, o que condiciona a recuperação económica plena.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 09 a 13 Junho, formato “Geral”, atualizado com informações até 13 de Junho de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)