Resumo da Semana de 23 a 27 Jun – 30 Jun 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.


América do Norte

Estados Unidos

Os mercados acionistas norte-americanos registaram uma forte valorização ao longo da última semana de junho de 2025, impulsionados por vários fatores positivos: a redução das tensões no Médio Oriente, declarações mais moderadas de responsáveis da Reserva Federal (Fed), a assinatura de um novo acordo comercial entre os EUA e a China, e sinais de que outros entendimentos comerciais poderão estar prestes a ser fechados.

Em termos económicos, os dados de maio de 2025 mostraram uma ligeira aceleração da inflação. O índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), principal indicador de inflação seguido pela Fed, revelou que a inflação subjacente subiu 0,2% no mês e 2,7% em termos anuais, superando ligeiramente as previsões dos analistas. Já o índice geral avançou 0,1% em maio e 2,3% face ao mesmo mês de 2024. Ao mesmo tempo, registaram-se quedas no rendimento pessoal e nas despesas dos consumidores, contrariando as expectativas de ligeiros aumentos.

O índice composto de atividade empresarial da S&P Global apontou para uma expansão moderada da economia em junho, com o PMI preliminar a fixar-se nos 52,8 pontos, ligeiramente abaixo dos 53,0 de maio. Esta leitura foi apoiada pela primeira recuperação da produção industrial desde fevereiro, apesar de uma desaceleração nos serviços. No entanto, os custos empresariais continuam elevados, com a inflação dos insumos a atingir o segundo maior nível desde o início de 2023, situação amplamente atribuída aos efeitos das tarifas comerciais.

No setor imobiliário, as vendas de casas usadas subiram 0,8% em maio, atingindo uma taxa anual ajustada de 4,03 milhões de unidades. Apesar do valor superar as previsões, foi o ritmo mais lento para um mês de maio desde 2009, provavelmente devido às taxas de juro elevadas. Em contraste, as vendas de casas novas caíram drasticamente 13,7% em maio, atingindo 623 mil unidades, o nível mais baixo desde outubro de 2024.

Os títulos do Tesouro dos EUA beneficiaram de rendimentos em queda durante a semana, refletindo dados económicos abaixo do esperado e declarações da Fed que aumentaram a especulação sobre cortes nas taxas de juro.

Europa e Rússia

Europa

Os principais índices europeus encerraram a semana com ganhos, beneficiando da estabilidade proporcionada pela trégua entre Israel e o Irão e da diminuição dos receios de um conflito comercial prolongado. Perspetivas de estímulos económicos na Alemanha e o aumento do investimento militar por parte da NATO também animaram os mercados.

As sondagens empresariais mantiveram-se estáveis. O índice PMI composto da zona euro (HCOB), que agrega os setores da indústria e dos serviços, permaneceu nos 50,2 pontos em junho, igual ao valor registado em maio, sinalizando uma expansão moderada.

No entanto, o sentimento económico no bloco europeu enfraqueceu, devido à diminuição da confiança nos setores industrial, do retalho e dos consumidores. Embora os consumidores se mostrassem menos pessimistas em relação à conjuntura, mantiveram-se cautelosos quanto a grandes compras. Na Alemanha, o instituto Ifo reportou que a confiança empresarial subiu pelo sexto mês consecutivo, atingindo o valor mais elevado em 12 meses, apoiada pelas expectativas de maior despesa pública.

Reino Unido

No Reino Unido, o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, declarou ao Parlamento que os fatores internos são os mais determinantes para a política monetária do país. Sublinhou ainda sinais de abrandamento no mercado de trabalho e o aparecimento de capacidade ociosa na economia. Bailey afirmou que a trajetória das taxas de juro será “descendente, mas gradual e cuidadosamente gerida”.

Ásia e Médio Oriente

Japão

Os mercados acionistas japoneses registaram uma forte subida na última semana de junho de 2025, com os títulos do setor tecnológico em destaque. O apetite pelo risco foi reforçado pelo abrandamento das tensões comerciais globais e pela manutenção do cessar-fogo entre Israel e o Irão.

A taxa de juro das obrigações do governo japonês a 10 anos manteve-se na casa dos 1,4%, refletindo a posição prudente do Banco do Japão (BoJ) quanto à normalização da política monetária. O índice de preços no consumidor (IPC) da área de Tóquio, um indicador avançado da inflação nacional – aumentou 3,1% em junho face ao ano anterior, abaixo dos 3,3% esperados e dos 3,6% registados em maio. Esta desaceleração foi atribuída à renovação de subsídios governamentais.

Na reunião de política monetária de junho, o BoJ reiterou que só aumentará as taxas caso as suas projeções económicas se confirmem. Contudo, apontou riscos descendentes relacionados com as tarifas norte-americanas e a instabilidade no Médio Oriente. Um membro do conselho com posição mais “hawkish” manifestou-se contra a decisão de abrandar a redução de compras de obrigações governamentais (prevista para abril de 2026), defendendo que o banco central deveria normalizar rapidamente o seu balanço para permitir que o mercado determine as taxas de longo prazo.

China

As bolsas chinesas registaram ganhos após o anúncio de um novo entendimento comercial com os Estados Unidos. O acordo, alcançado em Genebra no mês anterior, foi oficialmente revelado pelo Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e inclui um compromisso da China em fornecer terras raras. Contudo, os detalhes do acordo não foram divulgados, e questões como o tráfico de fentanil ficaram de fora.

Em termos económicos, o Banco Popular da China (PBOC) afirmou que há sinais positivos na economia e um aumento da confiança, mas alertou para a fraca procura interna e pressões deflacionistas. Na declaração publicada após a reunião trimestral do comité de política monetária, o PBOC comprometeu-se a manter uma política monetária “moderadamente flexível”, ajustando-se às condições internas e externas. O objetivo é sustentar um crescimento económico estável e controlar a inflação dentro de uma margem razoável.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 23 a 27 Junho, formato “Geral”, atualizado com informações até 27 de Junho de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)