Resumo da Semana de 28 Abr a 02 Mai – 06 Mai 25

Aqui pode acompanhar o resumo da semana, que destaca os eventos mais relevantes nos mercados, na economia e na geopolítica. Este resumo oferece uma visão consolidada dos principais acontecimentos, ajudando a contextualizar tendências e a identificar os fatores que marcaram a agenda global nos últimos dias.


América do Norte

Estados Unidos

Os mercados acionistas norte-americanos encerraram a semana em alta, com o índice S&P 500 a registar duas semanas consecutivas de ganhos, algo que não acontecia desde janeiro de 2025. Na sexta-feira, o índice completou nove sessões seguidas em território positivo. O otimismo generalizado foi impulsionado pela redução das tensões comerciais entre os EUA e outros parceiros, depois de o Presidente Donald Trump ter recuado parcialmente nas tarifas aplicadas a automóveis e peças automóveis. Simultaneamente, o Secretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou que um acordo comercial importante estava prestes a ser finalizado.

Contudo, os dados económicos divulgados ao longo da semana apresentaram sinais mistos. Na terça-feira, o Departamento de Estatísticas Laborais (BLS) revelou que as ofertas de emprego caíram para 7,2 milhões em março de 2025, o nível mais baixo desde setembro de 2024, sugerindo um possível arrefecimento da procura por mão de obra.

Na quarta-feira, a empresa ADP divulgou que o setor privado criou apenas 62 mil postos de trabalho em abril, um número muito abaixo dos 147 mil registados em março (valor revisto em baixa). No mesmo dia, o Departamento de Análises Económicas (BEA) indicou que o PIB norte-americano contraiu 0,3% no primeiro trimestre de 2025, a primeira retração desde 2022. Este recuo foi atribuído ao aumento das importações, desaceleração do consumo privado e uma quebra nos gastos do governo.

Apesar destes sinais de fraqueza, houve também indicadores positivos. O Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE), a métrica favorita da Reserva Federal para avaliar a inflação, manteve-se inalterado em março, enquanto o consumo dos lares aumentou 0,7%. Estes números apontam para uma economia ainda resiliente, mesmo antes de sentir os efeitos mais pesados das novas tarifas da administração Trump, a maioria das quais entrou em vigor no início de abril.

Europa e Rússia

Europa

Os mercados bolsistas europeus também encerraram a semana com ganhos, beneficiando do alívio nas preocupações com as tarifas. A economia da zona euro acelerou no primeiro trimestre de 2025, com um crescimento de 0,4% em comparação com os 0,2% do trimestre anterior, superando as previsões dos analistas da FactSet.

No entanto, a inflação homóloga manteve-se elevada em abril, fixando-se nos 2,2%, acima das expectativas do mercado. A taxa subjacente, que exclui energia e alimentos, aumentou de 2,4% para 2,7%. Apesar do crescimento, os indicadores de confiança empresarial e dos consumidores registaram uma quebra desde o anúncio, a 2 de abril de 2025, de tarifas recíprocas por parte dos EUA, o que pode antecipar uma desaceleração na atividade económica nos meses seguintes.

Reino Unido

No Reino Unido, o mercado imobiliário mostrou sinais de perda de fôlego. Em abril, o índice de preços das casas da Nationwide caiu 0,6% face ao mês anterior, devido à diminuição da procura por parte dos compradores estreantes, após o fim de um incentivo fiscal. Além disso, o Banco de Inglaterra informou que a aprovação de novos empréstimos hipotecários caiu pelo terceiro mês consecutivo em março.

Ásia e Médio Oriente

Japão

As bolsas japonesas subiram ao longo da semana terminada em 3 de maio de 2025. O Banco do Japão (BoJ) manteve as taxas de juro inalteradas em 0,50%, como era esperado, e reviu em baixa as previsões de crescimento económico e inflação para os anos fiscais de 2025 e 2026. Estes dados aumentaram a perceção de que o próximo aumento das taxas poderá ser adiado.

O governador Kazuo Ueda alertou para o elevado grau de incerteza quanto à evolução da economia global, sobretudo devido às políticas comerciais e fiscais internacionais. Indicadores recentes reforçam os desafios da economia japonesa: em abril, o índice PMI do setor industrial caiu, e os dados de março mostraram fraqueza tanto na produção industrial como nas vendas a retalho.

China

Na China continental, os mercados acionistas registaram perdas numa semana mais curta devido aos feriados. Na sexta-feira, 2 de maio de 2025, o Ministério do Comércio chinês anunciou que está a considerar retomar negociações comerciais com os EUA, após ter recebido sinais de interesse por parte da administração norte-americana. A China também começou a isentar alguns produtos dos EUA de tarifas, nomeadamente medicamentos e químicos industriais, numa lista ainda não oficialmente confirmada.

Apesar destes desenvolvimentos, os indicadores económicos publicados revelaram fragilidade. O índice PMI da indústria transformadora caiu para 49 em abril, face aos 50,5 de março, sinalizando a maior contração desde dezembro de 2023. O PMI não-industrial, que cobre construção e serviços, desceu para 50,4 após atingir os 50,8 em março.

A China mantém a meta de crescimento económico de cerca de 5% para 2025, mas muitos analistas consideram-na difícil de atingir num contexto de guerra comercial. Ainda assim, Pequim poderá recorrer a estímulos fiscais faseados para mitigar o impacto das tarifas, conforme defende Chris Kushlis, analista da T. Rowe Price.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o Resumo da semana de 28 Abr a 02 Maio, formato “Geral”, atualizado com informações até 02 de Maio de 2025. Categorias: Global. Tags: Global, Resumo da Semana)