
Banco Nacional Suíço admite reintroduzir taxas negativas para proteger economia e moeda
Destaques
- O Banco Nacional Suíço (SNB) admite reintroduzir taxas de juro negativas para conter a valorização do franco suíço.
- Declarações de Martin Schlegel enfraqueceram o franco face ao dólar e ao euro.
- Durante 2024, o SNB reduziu a taxa de referência para 1%, com expectativas de mais cortes em dezembro.
- A inflação na Suíça está controlada, dentro do intervalo objetivo de 0-2% há 17 meses.
- Intervenções em moeda estrangeira continuam a ser uma opção para o SNB no futuro.
22 de novembro de 2024 – O Banco Nacional Suíço (SNB) está preparado para reintroduzir taxas de juro negativas, caso seja necessário, afirmou o Presidente Martin Schlegel durante um evento em Zurique na sexta-feira. Esta declaração provocou um enfraquecimento imediato do franco suíço em relação ao dólar e ao euro, com os investidores a anteciparem potenciais cortes futuros nas taxas de juro.
Schlegel destacou que, embora o banco central não aprecie a aplicação de taxas negativas, esta ferramenta continua disponível para desincentivar o apetite dos investidores pelo franco suíço, frequentemente procurado como moeda de refúgio em períodos de instabilidade económica e política.
“Quero sublinhar que as taxas de juro mais baixas e as taxas de juro negativas não estão excluídas da nossa caixa de ferramentas”, afirmou Schlegel. “Ninguém gosta de taxas de juro negativas, o SNB não gosta de taxas de juro negativas, mas se for necessário, estamos prontos para dar o próximo passo.”
Após estas declarações, o dólar atingiu o valor mais alto das últimas 18 semanas face ao franco, enquanto o euro recuperou perdas anteriores.
Histórico e contexto das taxas negativas
A Suíça tem experiência com taxas negativas, uma política já utilizada no passado para conter a valorização do franco suíço. A força da moeda prejudica os exportadores, que enfrentam atualmente desafios acrescidos devido a uma procura internacional moderada.
O SNB abandonou as taxas negativas em setembro de 2022, alinhando-se com outros bancos centrais que aumentaram os custos de financiamento para combater a inflação. No entanto, ao longo de 2024, o banco central mudou de orientação, reduzindo a sua taxa de referência três vezes para o nível atual de 1%. A próxima reunião, agendada para dezembro, já é aguardada com expectativas de novas reduções.
Os mercados apontam uma probabilidade de 72% para uma redução de 25 pontos base e de 28% para uma redução de 50 pontos base. Esta flexibilidade deve-se à inflação controlada, que se manteve dentro do intervalo objetivo do SNB (0-2%) durante os últimos 17 meses. Em outubro, a inflação atingiu o nível mais baixo dos últimos três anos.
Compromisso com a estabilidade económica
Schlegel reforçou que o franco continuará a ser um porto seguro em momentos de incerteza, mas sublinhou que as taxas de juro permanecem o principal instrumento de política monetária do SNB. Quando necessário, o banco central também recorrerá a intervenções no mercado de divisas.
O presidente, que assumiu funções em outubro, reiterou que o mandato do SNB é claro: manter a inflação entre 0-2%. “O nosso foco está centrado na Suíça”, afirmou, acrescentando que as decisões sobre vendas ou compras de divisas continuarão a ser tomadas com base nas necessidades internas, mesmo que possam atrair críticas externas.
O futuro do franco suíço e das políticas monetárias do SNB será decisivo para os próximos meses, sobretudo num cenário económico global incerto e marcado pela oscilação de moedas e mercados.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu, exceto valores dos quadros LSEG que se encontram em sistema métrico dos EUA.
(Artigo sobre a Taxa de Juro da Suiça, formato “Geral”, atualizado com informações até 22 de novembro de 2024. Categorias: Política Monetária. Tags: Política Monetária, Suíça, Taxa de Juro, SNB)