
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a Ubisoft. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam esta empresa.
Ubisoft em 2025: atrasos, controvérsia e reestruturação num momento crítico para a editora francesa
Destaques (23 de maio de 2025)
- Ações da Ubisoft caíram cerca de 20% após anúncio de novo adiamento de jogos e perspetiva de lucros operacionais nulos até março de 2026
- “Assassin’s Creed Shadows” surge como aposta central para reverter o declínio, mas lançamento foi adiado múltiplas vezes e enfrenta controvérsia nos EUA
- Fraco desempenho de títulos como “Star Wars Outlaws” e “Avatar: Frontiers of Pandora” agravou os resultados financeiros
- Parceria com a Tencent deu origem a uma nova unidade avaliada em 4 mil milhões de euros, que integra os franchises “Assassin’s Creed”, “Far Cry” e “Rainbow Six”
- Grupo Guillemot explora alternativas estratégicas para preservar controlo, incluindo venda parcial de ativos e reestruturação da dívida
- North America representa mais de 53% das receitas da Ubisoft, tornando o impacto político e cultural dos EUA um fator crítico para o sucesso comercial
Quebra nas reservas e promessas adiadas
A Ubisoft reportou uma queda de 20,5% nas reservas líquidas até março de 2025, resultado do fraco desempenho de títulos-chave e sucessivos adiamentos. O mais emblemático é o “Assassin’s Creed Shadows”, cuja produção tem sido marcada por vazamentos, revisões criativas e forte carga simbólica para a empresa. Este título, ambientado no Japão feudal, é visto internamente como uma oportunidade de redenção após os fracassos de vendas de jogos como “Star Wars Outlaws”.
Apesar disso, a Ubisoft anunciou que o exercício que termina em março de 2026 deverá terminar com lucros operacionais nulos, frustrando as expectativas do mercado. Segundo analistas do Barclays, a empresa deveria gerar cerca de 96 milhões de euros em fluxo de caixa livre este ano, meta que foi agora colocada em causa.
Controvérsia em torno de diversidade e reação cultural nos EUA
“Assassin’s Creed Shadows”, com lançamento previsto para os próximos meses, é protagonizado por dois personagens jogáveis: Naoe, uma assassina japonesa, e Yasuke, um samurai africano baseado numa figura histórica real. Esta escolha, elogiada por uns e criticada por outros, gerou controvérsia sobretudo nas redes sociais norte-americanas, com críticas de figuras públicas como Elon Musk.
A situação tornou-se mais sensível no atual clima político dos EUA, onde a eleição de Donald Trump intensificou a retórica contra políticas de diversidade nas indústrias culturais. Michael Pachter, da Wedbush Securities, afirmou que “Trump tornou aceitável ser anti-DEI”, e teme que esta reação comprometa a aceitação do jogo num mercado que representa mais de metade das reservas da Ubisoft.
Ainda assim, há vozes que defendem que esta exposição mediática pode ser benéfica para o sucesso do título, gerando interesse e discussão em torno da narrativa.
Reestruturação e capital chinês: a nova aliança Ubisoft–Tencent
Em março de 2025, a Ubisoft anunciou um acordo com a Tencent que envolve a criação de uma nova subsidiária avaliada em cerca de 4 mil milhões de euros, que reunirá os seus franchises mais valiosos: Assassin’s Creed, Far Cry e Rainbow Six. A gigante chinesa investirá 1,16 mil milhões de euros em troca de uma participação de 25%, ajudando a reduzir a dívida líquida da empresa (que era de 1,1 mil milhões de euros em setembro de 2024).
A operação é vista por analistas como um passo estratégico para preservar liquidez e permitir flexibilidade financeira, especialmente numa altura em que os resultados falharam as metas e o valor em bolsa caiu mais de 40% no último ano.
Pressão de investidores e especulação sobre controlo
O fraco desempenho da empresa e a queda continuada das ações atraíram o interesse de investidores ativistas, alimentando rumores sobre uma possível reestruturação mais agressiva ou até sobre uma oferta pública de aquisição parcial.
A família Guillemot, fundadora e maior acionista, tem mantido contactos com a Tencent e outros investidores no sentido de manter o controlo da estrutura societária, mesmo com eventuais vendas parciais de ativos. Para já, a empresa recusou comentar sobre uma eventual alienação de propriedade intelectual.
Conclusão
A Ubisoft enfrenta 2025 como um ponto de viragem estrutural. Entre os atrasos, a queda nas receitas e a pressão política nos EUA, a empresa tenta recuperar tração com Assassin’s Creed Shadows e uma aliança estratégica com a Tencent. A fragilidade financeira, aliada à sensibilidade cultural das suas decisões criativas, coloca a Ubisoft no centro de um equilíbrio delicado entre inovação, identidade e sobrevivência corporativa. O sucesso dos próximos lançamentos será determinante não só para os resultados, mas também para o futuro da sua independência.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre Ubisoft, formato “News”, atualizado com informações até 23 de Maio de 2025. Categoria: Media e Entretenimento. Classe de Ativo: Ações. Tags: Acionista, França, Ubisoft, Media e Entretenimento, Videojogos)