Evolução Recente dos Resultados

No início de julho de 2025, os mercados obrigacionistas britânicos sofreram uma venda agressiva, com as yields a disparar em linha com os receios sobre a sustentabilidade das finanças públicas. A reação do mercado foi comparada ao episódio de setembro de 2022, quando planos orçamentais expansionistas provocaram uma crise de confiança nos investidores.

Em agosto de 2025, a atenção voltou-se para os gilts de referência a 10 anos, que subiram 7 pontos base para 4,64%. Esta foi a maior subida diária em cerca de um mês e refletiu a perceção de que a inflação permaneceria resistente e de que o Banco de Inglaterra poderia prolongar taxas de juro elevadas. O movimento foi agravado por fatores externos, com investidores a exigir prémios de risco mais elevados para deter dívida britânica.

Já em setembro de 2025, registou-se uma inversão parcial desta tendência. Os gilts a 10 anos caíram para 4,668%, enquanto os gilts a 30 anos desceram para 5,528%, ambos nos mínimos desde meados de agosto. Esta descida foi desencadeada por dados norte-americanos que apontaram para uma desaceleração no mercado de trabalho, o que aumentou a perceção de que a Reserva Federal poderia adotar uma postura menos restritiva, trazendo alívio para os mercados globais de dívida.

Estratégia e Sentimento do Mercado

O comportamento recente das yields reflete a conjugação de pressões internas nas contas públicas com a sensibilidade da dívida britânica a fatores globais. Em julho e agosto, o foco estava no aumento da emissão de dívida e na inflação persistente, enquanto em setembro a narrativa mudou para o impacto de dados económicos norte-americanos sobre o apetite global por ativos de risco.

A capacidade do governo britânico em manter a confiança dos mercados depende de uma mensagem clara de disciplina orçamental, numa altura em que os compromissos de despesa permanecem elevados e os investidores reagem de forma imediata a sinais de maior fragilidade fiscal.

Impacto no Mercado

Entre julho e setembro de 2025, o mercado britânico de dívida mostrou-se particularmente vulnerável a choques. O aumento das yields em agosto encareceu os custos de financiamento do Tesouro, obrigando investidores institucionais a adotarem uma postura mais cautelosa. Já a queda em setembro ofereceu um breve alívio, mas não eliminou as preocupações de fundo sobre a sustentabilidade fiscal e a trajetória da inflação.

A comparação feita por traders com o período de Liz Truss sublinha que a confiança no mercado britânico permanece frágil e altamente dependente de decisões orçamentais.

Perspetivas

A evolução dos gilts nos próximos meses dependerá de três eixos principais:

1. Política orçamental – qualquer indício de maior emissão de dívida ou de desequilíbrio nas contas públicas poderá pressionar novamente as yields.
2. Inflação doméstica – a sua persistência acima da meta do Banco de Inglaterra manterá os prémios de risco elevados.
3. Cenário global, em especial dos EUA – dados económicos norte-americanos continuam a ser um fator determinante de curto prazo para o apetite global por dívida.

Conclusão

Entre julho e setembro de 2025, os gilts britânicos alternaram entre pressões intensas e momentos de alívio, refletindo tanto fragilidades estruturais internas como a forte ligação ao contexto internacional. A subida das yields em julho e agosto destacou a sensibilidade às finanças públicas e à inflação, enquanto a descida em setembro mostrou a influência da economia dos EUA sobre o apetite global por dívida. A médio prazo, a estabilidade das yields dependerá do equilíbrio entre disciplina fiscal interna e evolução da conjuntura global, com os investidores a manterem uma postura cautelosa perante o risco de novos episódios de volatilidade.

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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre as Yields das Gilts do Reino Unido, formato “News”, atualizado com informações até 05 de Setembro de 2025. Categorias: Dívida Soberana. Tags: GILTs, Reino Unido, Yields, Dívida, Bonds)