
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a United Airlines. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam esta empresa.
United Airlines enfrenta cortes operacionais e danos reputacionais num momento crítico
Destaques (13 de maio de 2025)
- Interrupções contínuas no aeroporto de Newark obrigam a United Airlines a cortar cerca de 10% dos seus voos diários, reduzindo a sua presença para 295 partidas por dia, um recuo de 33% face aos níveis pré-pandemia
- Atrasos e cancelamentos afetaram mais de 9.000 voos desde 26 de abril de 2025, com um impacto estimado em 26% da operação global
- A companhia prevê lucros entre 3,25 e 4,25 dólares por ação no segundo trimestre, abaixo das estimativas de mercado
- Cenário macroeconómico incerto e risco de recessão nos EUA poderão reduzir receitas em 5 pontos percentuais e lucros anuais para entre 7 e 9 dólares por ação
- Decisão estratégica de abandonar JFK em 2016 é agora considerada um erro grave pela liderança atual
- Investidores penalizam as ações da empresa, com queda acumulada de 31% em 2025 e aumento de 45% no short interest desde fevereiro
Pressões operacionais acentuam-se em Newark
A United Airlines enfrenta um dos períodos mais desafiantes dos últimos anos devido a perturbações operacionais no aeroporto de Newark, o segundo maior da região metropolitana de Nova Iorque. A 13 de maio de 2025, a empresa reportou que falhas nos sistemas de comunicações do centro de controlo de tráfego aéreo de Newark, incluindo três interrupções em duas semanas, afetaram diretamente a sua operação, que representa quase 70% dos voos naquele aeroporto.
Desde 26 de abril de 2025, mais de 9.000 voos da United, o equivalente a 26% da sua rede, foram atrasados, enquanto cerca de 2% foram cancelados. A companhia já procedeu a cortes de 10% na sua operação diária em Newark e implementou isenções de taxas para os passageiros afetados.
Repercussões financeiras e danos reputacionais
O impacto vai além da operação. O CEO da empresa, Scott Kirby, reconheceu publicamente que as falhas em Newark terão consequências financeiras relevantes, embora sem avançar números. Já o antigo CEO, Oscar Munoz, foi mais direto: considerou o impacto como “significativo”.
Além das questões operacionais, a reputação da United sofreu um novo golpe. Queixas de passageiros insatisfeitos com os atrasos e com a incerteza gerada pelas falhas técnicas, incluindo preocupações com a segurança, intensificaram-se no início de maio de 2025. Muitos declararam que evitarão voar novamente pela empresa ou via Newark.
Impacto do ambiente económico e revisão de previsões
A 15 de abril de 2025, a United reviu em baixa as suas perspetivas para o segundo trimestre, estimando um lucro ajustado entre 3,25 e 4,25 dólares por ação, abaixo da média esperada de 3,93 dólares por ação. Para o total do ano, o intervalo previsto passou para 7 a 9 dólares por ação, bastante aquém da meta anterior de 11,50 a 13,50 dólares, estabelecida em janeiro.
Este recuo reflete a crescente incerteza macroeconómica nos EUA, agravada pela guerra comercial em curso sob a presidência de Donald Trump. O risco de recessão é apontado como o principal fator que poderá derrubar as receitas em cerca de 5 pontos percentuais, segundo a empresa.
Apesar disso, os dados de reservas nas duas semanas anteriores a abril mostravam alguma resiliência, com aumento de 17% nas cabines premium e 5% nas rotas internacionais, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Estratégia e erros do passado: o caso JFK
Os atuais problemas da United são agravados por uma decisão estratégica tomada em 2016: abandonar o aeroporto JFK para consolidar as operações em Newark. Tanto o atual CEO como o anterior já admitiram publicamente que esta decisão foi um erro.
A empresa regressou temporariamente a JFK durante a pandemia em 2021, mas não conseguiu garantir slots suficientes para manter uma operação sustentável. Uma nova tentativa está em curso, com negociações avançadas para uma parceria com a JetBlue, que poderá permitir à United recuperar presença no competitivo mercado de Nova Iorque.
Reações do mercado e medidas de contenção
As ações da United caíram 31% desde o início de 2025 e acumulam uma queda de 43% em relação ao pico de 52 semanas. A perceção negativa do mercado tem sido acentuada por um aumento de 45% nas posições curtas desde meados de fevereiro, sinalizando desconfiança dos investidores quanto à capacidade de recuperação da empresa.
Para proteger as margens face à procura mais fraca, a empresa decidiu cortar a capacidade doméstica planeada em 4 pontos percentuais a partir do trimestre de setembro. Os voos em dias de menor procura também estão a ser ajustados, e a abordagem prudente manter-se-á até ao final do ano.
Apesar do contexto difícil, a United conseguiu apresentar um lucro de 91 cêntimos por ação no primeiro trimestre de 2025, o primeiro resultado positivo num trimestre de março em cinco anos, superando as expectativas dos analistas.
Conclusão
A United Airlines entra no verão de 2025 com desafios sérios tanto a nível operacional como estratégico. As interrupções em Newark penalizaram diretamente a sua rede num momento crítico, enquanto a pressão macroeconómica nos EUA obriga a uma revisão em baixa das metas financeiras. A aposta antiga na centralização em Newark revelou-se um erro, e a retoma de uma presença sólida em JFK poderá ser crucial para reequilibrar a operação a médio prazo. Com o mercado cético e os investidores a aumentar posições curtas, a capacidade da empresa para recuperar margem e reputação dependerá da sua resposta nas próximas semanas.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os desafios da United Airlines, formato “News”, atualizado com informações até 13 de Maio de 2025. Categoria: Transporte. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, United Airlines, EUA, Transporte, Companhia Aérea)