Consumo resiliente sustenta crescimento

No segundo trimestre fiscal, encerrado a 31 de março, a Visa apresentou resultados sólidos:

• Lucro ajustado: $5,4 mil milhões
• Lucro por ação: $2,76, acima dos $2,68 esperados
• Receita total: $9,6 mil milhões, um aumento de 9% face ao ano anterior
• Volume total de pagamentos: +8%

Segundo o CEO Ryan McInerney, o desempenho robusto deve-se à resiliência do modelo de negócio global e diversificado da Visa, que permitiu à empresa navegar com estabilidade num ambiente económico incerto.

Apesar das preocupações crescentes com o impacto da inflação associada às novas tarifas nos EUA, o consumo manteve-se firme, suportado por crescimento salarial e baixas taxas de desemprego.

Forte geração de caixa e programa agressivo de buyback

Num sinal de confiança na sua saúde financeira, a Visa anunciou um novo programa de recompra de ações de $30 mil milhões. Trata-se de um valor superior ao plano anterior de $25 mil milhões anunciado em 2023.

Esta medida visa:

• Reforçar o valor acionista
• Compensar eventuais impactos de curto prazo sobre a cotação
• Manter o foco na distribuição de capital de forma disciplinada

As ações da empresa subiram 1% após o fecho do mercado e acumulam uma valorização de mais de 8% desde o início do ano, superando a Mastercard (+2,5%) e a American Express (-10%).

Bons resultados prolongam tendência positiva desde o final de 2024

Já no trimestre encerrado a 31 de dezembro, reportado a 30 de janeiro, a Visa tinha apresentado:

• Lucro ajustado de $2,75 por ação, acima dos $2,66 esperados
• Receitas de $9,5 mil milhões (+10%)
• Volume de pagamentos: +9%
• Volume transfronteiriço (excluindo intra-Europa): +16%

A época festiva foi marcada por fortes vendas no retalho e comércio eletrónico, com descontos significativos a estimular os gastos. As viagens internacionais também recuperaram de forma expressiva, beneficiando da ausência de perturbações climáticas severas.

O CFO Chris Suh destacou que, apesar das taxas de juro elevadas, o consumo global manteve-se sólido:

“O consumo, tanto nos EUA como globalmente, tem-se mostrado resiliente graças ao mercado de trabalho robusto e ao crescimento salarial”.

Conclusão

A Visa reforça a sua posição como líder global em pagamentos eletrónicos, com resultados acima das expectativas em dois trimestres consecutivos e crescimento estável nas principais métricas operacionais.

O novo programa de recompra de ações de $30 mil milhões sublinha a confiança da administração na sua estratégia e na capacidade de geração de caixa, mesmo num contexto de pressão macroeconómica e incerteza geopolítica associada às tarifas comerciais.

A perspetiva revista para crescimento de receitas reforça o otimismo em relação ao ano fiscal de 2025, com os analistas atentos ao desempenho da concorrência e à evolução dos volumes de consumo global.