
Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a Política Monetária da ECB da Zona Euro. Estas atualizações são essenciais para compreender os desenvolvimentos que moldam o cenário global, influenciam decisões estratégicas e impactam diretamente os mercados, as economias e as relações internacionais.
BCE Corta Taxas de Juro pela Sétima Vez em Um Ano e Alerta para Impacto Económico dos Novos Tarifários dos EUA
DESTAQUES (17 de abril de 2025)
- O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base, para 2,25%, o nível mais baixo desde o final de 2022.
- Esta é a sétima redução de taxas no espaço de um ano, refletindo o abrandamento da inflação pós-pandemia.
- A Presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou que a escalada das tensões comerciais com os EUA poderá reduzir significativamente o crescimento económico da zona euro.
- Mercados antecipam mais dois ou três cortes nas taxas de juro até ao final de 2025.
- O BCE considera que os riscos negativos para o crescimento aumentaram, especialmente devido às incertezas no comércio global.
Desempenho da Política Monetária e Impacto no Crescimento
O BCE anunciou a 17 de abril de 2025 um novo corte na taxa de juro de referência, descendo-a para 2,25%, uma decisão unânime entre os decisores políticos. A medida surge num contexto de desaparecimento da inflação acentuada que marcou o pós-pandemia, bem como de alterações rápidas nas políticas comerciais que têm vindo a minar a confiança empresarial e a abrandar o crescimento económico na região.

Segundo Christine Lagarde, “os riscos descendentes para o crescimento económico aumentaram”, sublinhando que a escalada nas tensões comerciais globais poderá ter um impacto profundo, especialmente ao travar as exportações e desincentivar o investimento e o consumo na zona euro.
Apesar de Lagarde ter recusado antecipar futuras decisões, fontes do BCE indicaram que um novo corte em junho de 2025 permanece altamente provável, a menos que ocorra uma redução substancial nas tensões comerciais com os Estados Unidos.
Expectativas de Mercado e Reação dos Analistas
As declarações de Lagarde sobre os riscos económicos foram interpretadas pelos mercados como um sinal de mais cortes nas taxas no curto prazo. Economistas do ING e do Commerzbank afirmaram estar convencidos de que haverá novas reduções, com o cenário-base a apontar para uma taxa de juro de depósito de 1,75% até ao final do ano.
A maioria dos economistas inquiridos pela Reuters já previa o corte desta semana, especialmente após o congelamento parcial de tarifas por parte da administração Trump, que deverá terminar em junho de 2025. No entanto, muitas tarifas mantêm-se em vigor, o que está a afetar a volatilidade dos mercados financeiros e a deteriorar as perspetivas económicas.
Apesar da crescente pressão para agir, Lagarde destacou que o Conselho de Governadores mantém uma postura equilibrada, sem domínio claro entre os defensores de políticas monetárias mais rígidas (“hawks”) ou mais acomodatícias (“doves”).
Impacto Potencial de uma Guerra Comercial
A estimativa inicial do BCE sugeria que, no caso de os EUA imporem tarifas de 25% sobre as importações da UE, e a União Europeia retaliar, o crescimento económico da zona euro poderia cair meio ponto percentual. No entanto, analistas consideram este número otimista, alertando para possíveis danos muito mais profundos caso uma guerra comercial se concretize.
Além do impacto no crescimento, o BCE espera que uma guerra comercial adicione 50 pontos base à inflação, mas a volatilidade nos mercados financeiros poderá anular esse efeito. Nos últimos meses, os principais indicadores financeiros com impacto nos preços sofreram alterações significativas.
A moeda única tem-se fortalecido, com o euro a valorizar 9% face ao dólar, atingindo máximos históricos em termos ponderados pelo comércio, enquanto os preços da energia baixaram consideravelmente. Ao mesmo tempo, a China, alvo central das tarifas dos EUA, poderá desviar o seu excedente de produção para a Europa, aumentando a concorrência e pressionando os preços.
Perspetivas de Inflação e Crescimento
Diversos bancos de investimento reviram em baixa as suas previsões de inflação para a zona euro. O HSBC, por exemplo, reduziu a sua estimativa para 1,9% em 2025 e 1,8% em 2026, valores abaixo da meta de 2% do BCE, citando o acúmulo de forças desinflacionistas.
Com o crescimento económico da zona euro a mostrar sinais de desaceleração e as pressões inflacionistas a diminuir, a janela para uma política monetária mais acomodatícia poderá manter-se aberta ao longo de 2025, dependendo sobretudo da evolução das tensões comerciais e da política tarifária dos EUA.
Conclusão
O Banco Central Europeu reafirmou o seu compromisso com a estabilidade económica da zona euro ao cortar as taxas pela sétima vez num ano, num esforço para mitigar os efeitos de uma economia global em desaceleração e de novas ameaças comerciais. Apesar da cautela nas comunicações, os mercados interpretam o movimento como parte de um ciclo de afrouxamento monetário que poderá prolongar-se até ao final de 2025.
Contudo, o BCE reconhece os limites da política de taxas de juro, alertando que medidas adicionais poderão ser necessárias para proteger a economia europeia das mudanças históricas e dos desafios estruturais em curso. O desfecho das negociações comerciais com os EUA, bem como os sinais vindos da China e dos mercados financeiros globais, serão determinantes para as próximas decisões do banco central.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Política Monetária do ECB, formato “Geral”, atualizado com informações até 17 de Abril de 2025. Categorias: Política Monetária. Tags: Política Monetária, ECB, Banco Central, Taxa de Juro, Zona Euro)