
Inflação na Zona Euro: Perspetivas de Política Monetária Face aos Dados de Novembro
Destaques (29 Novembro 2024)
- Inflação Geral: Subiu para 2,3% em novembro, acima dos 2,0% de outubro e do objetivo de 2% do ECB.
- Inflação Subjacente: Estável em 2,7%, com um ligeiro abrandamento nos preços dos serviços, agora em 3,9%.
- Próximas Decisões do ECB: Debate entre um corte de 25 ou 50 pontos base nas taxas de juro na reunião de 12 de dezembro.
- Expectativas de Mercado: Antecipam cortes contínuos nas taxas até junho de 2024, com a taxa de depósito a atingir 1,75% até ao final de 2025.
A 29 de novembro, os dados da inflação da zona euro, divulgados pelo Eurostat, revelaram um aumento em novembro, atingindo os 2,3%. Este valor, superior aos 2,0% registados em outubro, ultrapassa ligeiramente o objetivo de 2% do ECB, mantendo-se, no entanto, em linha com as expectativas do mercado. Este cenário reforça a possibilidade de um corte mais cauteloso nas taxas de juro na próxima reunião do Banco Central Europeu, marcada para 12 de dezembro.

Componentes da Inflação: Dinâmicas Contrastantes
O aumento da inflação geral foi impulsionado por um efeito de base estatística, resultante da substituição de valores anormalmente baixos do ano passado por outros moderadamente mais elevados. Contudo, o mês registou uma queda de 0,3% nos preços.
A inflação subjacente, que exclui elementos mais voláteis como a energia e os alimentos e é um indicador-chave para o ECB, manteve-se estável em 2,7%. Apesar de um ligeiro abrandamento no crescimento dos preços dos serviços, agora em 3,9%, face aos 4% do mês anterior, a inflação dos bens compensou essa redução.

Cenário de Política Monetária
Os dados reforçam a ideia de que a inflação está a regressar gradualmente ao objetivo do ECB, projetando-se um ajustamento contínuo das taxas de juro. Atualmente, a taxa de depósito está fixada em 3,25%. No entanto, permanece em aberto se a redução será de 25 ou 50 pontos base na próxima reunião.
O argumento a favor de um corte mais moderado assenta no facto de os preços dos serviços permanecerem elevados e os salários continuarem a crescer rapidamente, impulsionados por uma taxa de desemprego historicamente baixa. Este cenário de “aterragem suave” é consistente com os objetivos do ECB.
Por outro lado, alguns decisores políticos defendem uma redução mais acentuada, de 50 pontos base, para dar um maior impulso à economia, especialmente considerando a necessidade de evitar uma espiral de desemprego e procura enfraquecida.
Expectativas de Mercado e Projeções Futuras
Embora as probabilidades de um corte de 50 pontos base sejam atualmente inferiores a 10%, as expectativas dos mercados têm sido voláteis. Na semana passada, após dados económicos mais fracos do que o esperado, a possibilidade de um corte mais agressivo chegou a ser considerada significativa.
Independentemente da decisão de dezembro, os investidores antecipam uma sequência de cortes nas taxas ao longo de 2024, prevendo-se que a taxa de depósito desça para 1,75% até ao final de 2025. Este nível seria suficientemente baixo para estimular novamente o crescimento económico na zona euro, numa fase em que se espera que a inflação tenha regressado de forma sustentável ao objetivo de 2%.
A evolução das decisões de política monetária será ainda influenciada pelos desenvolvimentos políticos e económicos globais, incluindo as mudanças na administração dos EUA, que poderão ter impacto na economia mundial.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a Inflação da Zona Euro, formato “Geral”, atualizado com informações até 29 de novembro de 2024. Categorias: Economia. Tags: Economia, Zona Euro, Inflação)