Zona Euro, Inflação – 09 Abr 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da Zona Euro. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Inflação da Zona Euro Abranda em Março de 2025 e Reforça Expectativas de Corte nas Taxas de Juro pelo BCE

DESTAQUES (1 de abril de 2025)

  • A inflação na zona euro abrandou para 2,2% em março, face aos 2,3% registados em fevereiro.
  • A inflação subjacente, que exclui energia e alimentos não transformados, desceu de 2,6% para 2,4%, abaixo dos 2,5% esperados.
  • A inflação nos serviços caiu para 3,4%, face aos 3,7% de fevereiro.
  • A inflação alimentar voltou a acelerar, com os preços dos alimentos não processados a subirem 4,1%.
  • A taxa de desemprego caiu para um mínimo histórico de 6,1% em fevereiro de 2025.
  • Os mercados atribuem 70% a 75% de probabilidade a um corte de taxas na reunião do BCE de 17 de abril de 2025.

Desempenho Económico e Política Monetária

A Eurostat revelou no dia 1 de abril de 2025 que a inflação homóloga nos 20 países da zona euro recuou para 2,2% em março, em linha com as expectativas, devido sobretudo à queda nos custos da energia e à desaceleração dos preços dos serviços.

Um dos indicadores mais acompanhados, a inflação subjacente, recuou para 2,4%, abaixo dos 2,5% estimados, o que representa um alívio para o BCE, que tem manifestado preocupação com a persistência da pressão inflacionista em setores menos voláteis.

Este abrandamento reforça as expectativas de um novo corte de taxas de juro por parte do BCE, possivelmente já na reunião agendada para 17 de abril de 2025. Desde junho de 2024, o BCE já reduziu as taxas seis vezes, numa tentativa de estimular uma economia que se encontra praticamente estagnada, com crescimento de apenas 0,9% em 2024.

Preocupações Geopolíticas e Perspetivas para a Inflação

Embora o BCE continue a monitorizar atentamente o ritmo da inflação, ameaças externas, como uma possível guerra comercial com os Estados Unidos, representam riscos adicionais. Segundo o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, o impacto de tal conflito seria suficientemente negativo para o crescimento económico que o efeito inflacionista seria apenas “temporário”. Já a presidente do BCE, Christine Lagarde, advertiu que um confronto comercial poderia reduzir o crescimento da zona euro em 0,5 pontos percentuais, um impacto relevante face ao fraco desempenho económico registado em 2024.

Serviços, Alimentação e Mercado de Trabalho: Os Principais Fatores a Observar

Os serviços têm sido um dos principais motores da inflação persistente durante o último ano, mantendo-se próximos dos 4% ao longo de 2024. A desaceleração para 3,4% em março de 2025 surge como um sinal encorajador para os decisores políticos.

Em contrapartida, os preços dos alimentos não processados aumentaram 4,1%, contribuindo para a resistência geral da inflação. Outro fator relevante é a força contínua do mercado laboral, com a taxa de desemprego a cair para 6,1% em fevereiro de 2025, o nível mais baixo já registado desde a criação do euro. Esta situação pode manter a pressão sobre os salários, dificultando um abrandamento mais rápido da inflação.

Expectativas dos Mercados e Caminho para 2026

O BCE anunciou no mês passado que espera que a inflação permaneça próxima dos níveis atuais durante o resto de 2025, antes de atingir o seu objetivo de 2% no início de 2026. No entanto, alguns analistas acreditam que as condições de financiamento e a queda nas yields de longo prazo podem antecipar essa convergência.

Os mercados financeiros estão a prever com elevada confiança um corte na taxa de depósito (atualmente em 2,5%) já em abril, com novas descidas previstas ao longo de 2025. A expectativa é que a taxa atinja entre 2,00% e 1,75% até ao final do ano.

Conclusão

A descida da inflação na zona euro em março de 2025, especialmente no núcleo subjacente, reforça o cenário de flexibilização monetária por parte do BCE, num contexto de crescimento económico fraco e recuperação lenta da procura interna. A desaceleração nos preços dos serviços oferece algum alívio, mas a força do mercado de trabalho e a inflação alimentar mantêm-se como pontos críticos para o caminho futuro da política monetária.

A reunião do BCE de 17 de abril de 2025 será crucial para confirmar se a autoridade monetária europeia considera que o caminho para a estabilidade de preços está suficientemente consolidado para justificar mais cortes de taxas, com impactos significativos esperados nos mercados obrigacionistas, cambiais e de crédito.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre a Inflação no Consumidor na Zona Euro, formato “Geral”, atualizado com informações até 01 de Abril de 2025. Categorias: Economia. Tags: Economia, Zona Euro, Inflação, Inflação no Consumidor, CPI)