Zona Euro, PMI – 30 Jul 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia da Zona Euro. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


PMIs da zona euro mostram estagnação no segundo trimestre com serviços fracos e indústria em retração ligeira

Destaques (3 de julho de 2025)

  • PMI composto da zona euro manteve-se próximo dos 50 pontos em junho, sinalizando estagnação da atividade económica
  • Setor dos serviços cresceu ligeiramente, com PMI a 50,8, após dois meses consecutivos de contração
  • Indústria mantém-se em contração, com PMI industrial a 45,8 em junho, refletindo 24 meses seguidos de retração
  • Confiança empresarial permanece fraca, com declínio nas encomendas e expetativas de investimento limitadas
  • Indicadores sustentam tese do BCE de cortes adicionais na taxa diretora durante o verão

Economia da zona euro estagna no segundo trimestre

A atividade económica da zona euro permaneceu praticamente estagnada em junho de 2025, com o PMI composto a oscilar entre 50 e 51 pontos, segundo dados compilados pela S&P Global. O índice permanece apenas ligeiramente acima do limiar dos 50, que separa expansão de contração, refletindo um segundo trimestre com crescimento nulo ou marginal.

Esta leitura representa uma desaceleração face ao início do ano, quando a região mostrou sinais de recuperação moderada, alimentada sobretudo pelo setor dos serviços. A força inicial perdeu tração com a persistência da fraqueza industrial e com a deterioração das encomendas no setor privado.

Serviços recuperam ligeiramente após dois meses em queda

O setor dos serviços da zona euro voltou ao território de expansão, com o PMI a subir para 50,8 em junho, após leituras abaixo de 50 em abril e maio. A melhoria foi modesta e concentrada em serviços ligados ao turismo, tecnologia e consultoria, com os segmentos ligados ao retalho e imobiliário a manterem-se débeis.

Apesar do regresso a valores positivos, os analistas alertam que a recuperação não é suficientemente forte para sustentar o crescimento global da região, especialmente num contexto em que o consumo privado permanece hesitante.

Indústria permanece em contração, apesar de ritmo menos severo

O PMI industrial da zona euro manteve-se em contração, com uma leitura de 45,8 em junho, marcando o 24.º mês consecutivo de retração no setor fabril. A taxa de declínio abrandou ligeiramente face aos meses anteriores, refletindo algum ajustamento nos inventários e estabilidade nos preços das matérias-primas.

As encomendas continuam em queda e o setor permanece exposto à fraqueza da procura interna, ao abrandamento da procura externa e à redução dos investimentos de capital. A Alemanha, principal economia industrial da zona euro, continua a registar leituras abaixo de 47, enquanto França e Áustria permanecem entre os países mais penalizados.

Confiança empresarial e emprego continuam frágeis

O índice de expectativas empresariais caiu para o nível mais baixo desde o final de 2022, com os inquiridos a reportar perspetivas limitadas de expansão nos próximos seis meses, especialmente na indústria transformadora. O investimento corporativo continua moderado, refletindo uma abordagem mais prudente das empresas face à incerteza política e ao impacto das taxas de juro.

No mercado de trabalho, o crescimento do emprego desacelerou, com os ganhos limitados aos serviços de nicho, enquanto a indústria continua a cortar postos de forma gradual.

Perspetiva de política monetária acomodatícia reforçada

Os dados dos PMIs reforçam a expectativa de que o Banco Central Europeu poderá cortar novamente as taxas de juro já em julho ou setembro, após o corte de 25 pontos base realizado em junho. A inflação continua a desacelerar de forma controlada, e a estagnação económica oferece espaço para alívio monetário adicional.

As próximas decisões dependerão da evolução dos salários e do comportamento dos preços nos serviços, mas o BCE já sinalizou que irá priorizar a estabilização do ciclo económico, desde que a inflação permaneça sob controlo.

Conclusão

Os PMIs de junho confirmam que a economia da zona euro permanece num estado de equilíbrio frágil, com a ligeira recuperação dos serviços a ser neutralizada pela persistente fraqueza na indústria e pela baixa confiança empresarial. A estagnação no segundo trimestre mantém a pressão sobre o BCE para continuar o ciclo de cortes, num esforço para evitar o prolongamento da desaceleração económica.

Sem sinais claros de retoma sustentada, o segundo semestre dependerá do impacto da política monetária, da estabilização do consumo e da evolução da procura global, fatores que continuam a limitar o potencial de crescimento da região.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os PMIs da Zona Euro, formato “Geral”, atualizado com informações até 03 de Julho de 2025. Categoria: Economia. Classe de Ativos: N/A. Tags: Economia, Zona Euro, PMI dos Serviços, PMI dos Indústria, PMIs)