Reestruturação e eficiência operacional em foco

Com a nomeação de Bill Brown como CEO em maio de 2024, a 3M deu início a um plano de reestruturação centrado na redução de custos e redirecionamento de verbas para enfrentar responsabilidades legais. Este reposicionamento estratégico começou a dar frutos já no início de 2025, com uma melhoria significativa na margem operacional ajustada, que passou de 21,3% para 23,5% no primeiro trimestre.

A meta para 2025 é uma margem operacional de cerca de 25%, o que representa um foco claro na rentabilidade e simplificação da estrutura de custos.

Pressão das tarifas e resposta da empresa

Apesar dos bons resultados, a empresa alertou para os riscos associados às tensões comerciais globais, em especial com a China. A 3M estima um potencial impacto anualizado de $850 milhões devido às tarifas, dos quais a maioria resulta das relações comerciais entre os EUA e a China.

Como forma de mitigação, o CEO Bill Brown afirmou que a empresa poderá realocar a produção entre continentes: produtos normalmente exportados dos EUA para a China poderão ser enviados a partir da Europa, com as fábricas europeias a absorver parte da produção americana.

Esta flexibilidade logística poderá ajudar a reduzir os custos adicionais e a preservar a competitividade dos produtos mais sensíveis, como os Post-it e as fitas Scotch, cuja procura poderá ser afetada por um abrandamento no consumo global.

Crescimento em áreas estratégicas

Apesar do ambiente económico adverso, a divisão de segurança e indústria da 3M cresceu 2,5% no trimestre, apoiando os resultados gerais. As receitas totais de $5,78 mil milhões ficaram ligeiramente acima das estimativas, o que demonstra resiliência na procura industrial, mesmo num contexto de desaceleração do sentimento económico global.

A exposição da 3M ao mercado chinês representa cerca de 10% das receitas globais, o que torna a região crítica nas decisões estratégicas da empresa para 2025 e além.

Conclusão

A 3M inicia 2025 com sinais positivos de recuperação operacional, sustentados por uma reestruturação eficaz e um crescimento sólido em áreas estratégicas. No entanto, as tarifas comerciais representam um risco substancial para os lucros ao longo do ano, exigindo medidas ágeis de redistribuição produtiva e adaptação logística.

A capacidade da empresa para manter o ritmo de crescimento, proteger margens e ajustar rapidamente a sua cadeia de valor global será decisiva para atingir os objetivos definidos. O mercado respondeu de forma positiva ao compromisso com a rentabilidade, mas a evolução das tensões comerciais será o fator-chave nos trimestres seguintes.