
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a Adidas. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam esta empresa.
Adidas resiste à pressão das tarifas nos EUA com resultados sólidos no primeiro trimestre
Destaques (29 de abril de 2025)
- A 29 de abril, a Adidas confirmou que não vai rever em alta as previsões para 2025, apesar de lucros robustos, devido à incerteza em torno das tarifas comerciais nos EUA
- A empresa reportou a 23 de abril um lucro operacional de 610 milhões de euros no primeiro trimestre, um aumento de 82% face ao ano anterior, com vendas de 6,15 mil milhões de euros
- A 3 de abril, os mercados reagiram negativamente à imposição de novas tarifas norte-americanas sobre produtos vindos do Sudeste Asiático, com as ações da Adidas a caírem 11%
- A marca alemã registou um crescimento de 14% na Europa e 13% na China, com o portefólio de sapatilhas Samba e Gazelle a liderar o desempenho
- A empresa adotou medidas preventivas como antecipar envios para os EUA e desviar produtos chineses para outros mercados
Resultados acima do esperado no primeiro trimestre
A Adidas apresentou resultados significativamente superiores às expectativas no primeiro trimestre de 2025:
- Lucro operacional: 610 milhões de euros, acima da estimativa de 546 milhões
- Margem operacional: 9,9%, superando os 8,9% previstos
- Vendas totais: 6,15 mil milhões de euros, um aumento de 13% em termos anuais
Excluindo os efeitos da linha Yeezy (descontinuada no final de 2024), as receitas da marca Adidas cresceram 17%. O CEO Bjorn Gulden destacou a força das coleções Samba e Gazelle, que ajudaram a marca a ganhar quota de mercado à Nike e a marcas emergentes como On e Hoka.
Pressão das tarifas nos EUA e medidas de mitigação
Apesar do bom desempenho, a Adidas optou por não rever em alta as projeções para o ano, citando incerteza elevada sobre as tarifas dos EUA. O CEO Gulden comentou que, “num mundo normal”, as previsões teriam sido revistas, mas a instabilidade atual desaconselha movimentos precipitados.
A administração Trump anunciou a 2 de abril tarifas de:
- 46% sobre o Vietname
- 32% sobre a Indonésia
- 34 pontos adicionais sobre a China
Estas medidas afetam diretamente a Adidas, que produz 39% do seu calçado e 18% do vestuário no Vietname. Embora os aumentos estejam pausados até julho, o impacto no planeamento logístico é imediato.
Como resposta, a empresa:
- Antecipou envios para os EUA para evitar tarifas sobre novas remessas
- Redirecionou produtos produzidos na China para outros mercados
- Ainda não aumentou preços nos EUA, mas está a avaliar o comportamento dos concorrentes antes de tomar decisões
Gulden destacou que a menor dependência dos EUA pode ser, ironicamente, uma vantagem estratégica face a marcas como a Nike, mais expostas ao mercado norte-americano.

Dinâmica regional e competição
- Europa: crescimento de 14%, com forte procura por sapatilhas lifestyle
- China: +13%, com recuperação de quota face a rivais locais e internacionais
- América do Norte: apenas +3%, penalizada pelo fim da linha Yeezy
A Adidas registou também progresso no segmento de corrida, com atletas patrocinados a vencerem as provas masculina e feminina da Maratona de Londres, reforçando a visibilidade da marca num dos segmentos mais disputados com Nike, Hoka e On.
Projeções para 2025
Apesar da cautela, a empresa mantém as previsões anteriores:
- Crescimento de vendas entre 7% e 9% (taxa neutra de câmbio)
- Lucro operacional entre 1,7 mil milhões e 1,8 mil milhões de euros
No entanto, Gulden alertou que a faixa de possíveis resultados para o ano está agora mais ampla, dependendo da resolução ou agravamento das disputas comerciais em curso.
Conclusão
A Adidas demonstrou força operacional e flexibilidade estratégica num trimestre marcado pela incerteza comercial. Com um portefólio de produtos sólidos, presença global equilibrada e capacidade de resposta rápida, a marca posiciona-se para enfrentar 2025 com resiliência.
Contudo, a evolução das tarifas comerciais nos EUA representa o principal risco para os trimestres seguintes. O impacto potencial nos custos, nas margens e no comportamento do consumidor continua a ser monitorizado de perto pela gestão, que prefere manter prudência nas projeções enquanto procura manter vantagem competitiva num setor cada vez mais disputado.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da Adidas, formato “News”, atualizado com informações até 29 de Abril de 2025. Categorias: Acionista. Tags: Acionista, Adidas, Earnings, Alemanha, Consumo, Vestuário)