Apollo Global: resultados sólidos, expansão de ativos e disciplina em M&A marcam o quarto trimestre de 2025
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Apollo Global. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 04 novembro 2025
- Lucro ajustado por ação de $2,17, acima dos $1,91 estimados.
- Ativos sob gestão alcançam $908 mil milhões, com inflows de $82 mil milhões.
- Athene regista $10 mil milhões em vendas de anuidades e $871 milhões em spread-related earnings.
- Fee-related earnings atingem recorde de $652 milhões no trimestre.
- Apollo retira oferta de $2,1 mil milhões pela Papa John’s, com impacto imediato no mercado.
Nota de Contexto
A Apollo Global Management, fundada em 1990, evoluiu de uma gestora centrada em private equity para uma plataforma integrada de crédito, private capital e soluções de rendimento, com forte expansão após a criação da Athene, integrada totalmente em 2021. A base de ativos tem crescido de forma acelerada, posicionando a Apollo como um dos maiores gestores globais alternativos, com ambição explícita de atingir $1 bilião em 2026 e $1,5 biliões até 2029.
Resultados do 3.º Trimestre: superação de expectativas e reforço da escala
A Apollo entregou um trimestre robusto, com destaque para o EPS ajustado de $2,17, superando confortavelmente a estimativa de $1,91. Este desvio positivo alimentou uma reacção imediata no mercado, com a ação a subir 7,3% para $133,04, apesar de a valorização acumulada no ano continuar 19% abaixo.
A aceleração operacional refletiu-se também nos $82 mil milhões de inflows e na expansão do total de ativos sob gestão para $908 mil milhões, aproximando a gestora da meta estratégica dos $1 bilião já em 2026. Parte deste avanço deveu-se à integração de $34 mil milhões provenientes da aquisição da Bridge Investment Group.
Athene: estabilidade financeira reforçada e rendimento estrutural em alta
A unidade de seguros e soluções de rendimento, Athene, manteve o seu papel central no modelo de negócio da Apollo:
- $10 mil milhões em vendas de anuidades no trimestre.
- $9,7 mil milhões provenientes de funding agreements com Federal Home Loan Banks e outras instituições.
- Spread-related earnings de $871 milhões, confirmando a recuperação após o “trough” registado no primeiro semestre, segundo o CFO Martin Kelly.
A Apollo destacou ainda uma redução de $9 mil milhões na exposição a taxas de juro através de operações de hedging, com Marc Rowan a sublinhar que não antecipa um “plummet” das taxas de longo prazo, reforçando o carácter resiliente do modelo.
Fee Income e Operações de Crédito: novo recorde e pipeline ativo
As fee-related earnings atingiram $652 milhões, um novo recorde, sustentadas pela amplitude da plataforma de crédito e pelo aumento da procura por soluções de financiamento num ambiente de taxas elevadas.
O trimestre incluiu operações relevantes, como:
- Estruturação de capital híbrido para a oferta de privatização de $2,7 mil milhões da Soho House.
- Co-investimento de $7 mil milhões com a KKR na Keurig Dr Pepper.
- Captação adicional de $5 mil milhões junto de investidores de elevada riqueza.
No contexto do mercado de crédito, Rowan reforçou que as falências recentes surgiram em créditos originados pelo sistema bancário tradicional, rejeitando a existência de risco sistémico no crédito privado e sugerindo que “bad actors are going to get called out”.
Disciplina em M&A: retirada da oferta pela Papa John’s
Paralelamente aos resultados financeiros, a Apollo protagonizou um movimento relevante de gestão de risco ao retirar a sua oferta de $64 por ação (cerca de $2,1 mil milhões) para adquirir a Papa John’s.
A decisão ocorreu cerca de uma semana antes da divulgação das notícias e refletiu a deterioração das perspetivas de consumo no setor de quick service restaurants. A reação foi imediata: as ações da Papa John’s caíram 20,7%, reduzindo o market cap para $1,27 mil milhões.
A retirada também ocorre num contexto de pressões operacionais sobre a empresa:
- EPS esperado para o trimestre: $0,40, uma queda de 7% YoY.
- Receita esperada: $525,88 milhões, equivalente a +3,8% YoY.
- No 2.º trimestre, o lucro da empresa caiu 23% YoY, para $9,7 milhões.
A deterioração das perspetivas levou a BTIG a afirmar que continua “dismayed” com os défices operacionais e o ritmo elevado de encerramento de unidades.
Perspetivas e Implicações de Mercado
A Apollo mantém um posicionamento estratégico sólido para o ciclo de 2025–2026:
- A plataforma de crédito continua a beneficiar de spreads altos e menor concorrência bancária.
- A Athene serve como âncora de funding previsível e de longo prazo, reforçando a capacidade de originação.
- A expansão da base de ativos dá visibilidade ao objetivo de atingir $1 bilião já no próximo ano.
- A retirada disciplinada da proposta pela Papa John’s demonstra prudência num ambiente onde vários targets apresentam deterioração estrutural.
As principais incertezas residem no ambiente macro: consumo pressionado, taxas elevadas e impacto prolongado do shutdown governamental nos EUA, fatores que afetam o pipeline de M&A, mas que simultaneamente ampliam oportunidades de financiamento alternativo.
Conclusão
A Apollo encerra o trimestre com força operacional, expansão de ativos, margens reforçadas na Athene e capacidade crescente de monetização via fee-related earnings. A gestão de risco demonstrada no caso Papa John’s valida a disciplina financeira e a seletividade da gestora num mercado volátil.
A convergência destes elementos deixa a Apollo bem posicionada para atingir as metas estratégicas de crescimento, mantendo simultaneamente uma abordagem cautelosa em transações onde a relação risco–retorno se torna menos favorável.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da Apollo Global, formato “News”, atualizado com informações até 04 de Novembro de 2025. Categorias: Serviços Financeiros. Tags: Apollo Global, Acionista, Serviços Financeiros, EUA, Gestão de Ativos)