Apple: Vendas na China Recuperam, Portefólio é Ajustado e Litígios Intensificam Pressão Regulamentar
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Apple. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 15 novembro 2025
- Vendas de iPhone na China subiram 22% YoY no primeiro mês após o lançamento do iPhone 17.
- Apple enfrenta novo inquérito da ITC sobre possível infração de patentes nos Apple Watch redesenhados, com prazo de 6 meses.
- Tim Cook prevê crescimento a dois dígitos nas vendas de iPhone no Q1 fiscal 2026 e receitas totais +10–12% YoY.
- Apple prepara um Mac de baixo custo para lançamento na 1.ª metade de 2026, usando pela primeira vez um processador de iPhone num Mac.
- Berkshire reduz participação na Apple para 238,2 M ações, vendendo ~75% da posição histórica (mas mantendo-a como maior holding).
Nota de Contexto
A Apple continua a ser uma das empresas tecnológicas mais relevantes a nível global, sustentada por um ecossistema que integra hardware, software e serviços. O iPhone permanece o motor central das receitas, enquanto a expansão dos serviços reforça a margem e reduz sazonalidade. A China representa um mercado crítico para o desempenho trimestral, tanto pela dimensão como pela intensidade competitiva face a Huawei e Xiaomi. Paralelamente, o Apple Watch consolidou-se como o principal produto de wearables premium, mas enfrenta riscos acrescidos decorrentes de litígios de patentes. Por fim, a relação histórica com a Berkshire Hathaway, durante anos o maior investidor institucional, funciona como barómetro do sentimento de longo prazo em torno da Apple.
Análise Detalhada
1. Resultados e Sinalização Estratégica de Tim Cook
Os dados mais recentes, relativos ao Q4 fiscal de 2025, mostram um trimestre sólido apesar das restrições de oferta e de um contexto mais difícil na China. A Apple reportou $102,47 mil milhões em vendas, ligeiramente acima das estimativas, enquanto o lucro por ação se fixou em $1,85, também acima das expectativas.
A composição das receitas reforça a resiliência operacional:
- iPhone: $49,03 mil M, abaixo das previsões de $50,19 mil M, penalizado por atrasos na China.
- Serviços: $28,75 mil M, superando as estimativas e continuando a crescer como pilar estratégico.
- Mac: $8,73 mil M, acima do esperado, num trimestre tradicionalmente fraco.
- Acessórios (Watch & AirPods): $9,01 mil M, impulsionados por novos modelos com funcionalidades de IA.
Apesar da moderação no iPhone, Cook sinalizou um ponto de inflexão: prevê que o Q1 fiscal de 2026 apresente crescimento a dois dígitos YoY no iPhone, com receitas totais a avançarem 10–12%, acima das expectativas de mercado. A pressão na cadeia de abastecimento permanece, sobretudo nos modelos do iPhone 17, mas é interpretada como reflexo de procura robusta.
Esta combinação de guidance acima do consenso, oferta limitada e mix favorável de novos modelos cria um enquadramento positivo para os próximos resultados.
2. Dinâmica do Mercado Chinês: Recuperação Significativa após o iPhone 17
O lançamento da família iPhone 17 a 19 setembro marcou uma mudança clara na trajetória das vendas na China. No primeiro mês após o lançamento, as unidades vendidas aumentaram 22% YoY, revertendo a queda de –5% YoY registada no mesmo período após o iPhone 16 em 2024.
A série 17 representou cerca de 80% do total vendido nesse período, evidenciando forte tração inicial. Este desempenho ganha ainda mais relevo num mercado globalmente fraco, com a indústria chinesa de smartphones a recuar 2,7% YoY no Q3 2025.
A Apple continua, contudo, a enfrentar obstáculos, incluindo:
- Segmentação mais agressiva da Xiaomi e Huawei;
- Atrasos na chegada do iPhone Air à China devido a requisitos eSIM;
- Persistência de restrições de oferta nos modelos mais procurados.
Ainda assim, a recuperação imediata após o novo flagship reforça a relevância da China como motor de curto prazo e sustenta a confiança expressa pela gestão num retorno ao crescimento regional no Q1.
3. Portefólio de Produtos: Ajustes e Expansões
3.1. Mac de baixo custo e reposicionamento no mercado
A Apple prepara um movimento estratégico raro e com implicações estruturais: um Mac de baixo custo, com preço bem abaixo dos $1.000, alvo direto do segmento dominado por Chromebooks e PCs Windows de entrada.
Pontos críticos deste lançamento:
- Implementação de um processador de iPhone, pela primeira vez num Mac;
- Ecrã LCD inferior a 13,6’’;
- Público-alvo: estudantes, empresas e utilizadores de produtividade básica;
- Lançamento previsto para a 1.ª metade de 2026.
Este produto poderá reduzir a dependência do MacBook Air como entrada de gama e expandir a base instalada para serviços e iCloud, reforçando o ecossistema.
3.2. iPhone Air perde tração e é adiado
Após vendas inferiores ao esperado, o iPhone Air, inicialmente posicionado como um modelo mais fino e leve, terá o próximo lançamento adiado para outono de 2026 .
Os compromissos no design de menor bateria, downgrade da câmara, parecem não ter sido aceites pelo mercado, limitando a procura.
O facto de o modelo depender exclusivamente de eSIM agravou a sua performance na China devido à aprovação regulatória tardia.
O adiamento reforça o foco da Apple em modelos com tração comprovada e na maximização do ciclo do iPhone 17.
4. Litígios e Regulação: Crescente Complexidade no Apple Watch
A disputa entre Apple e Masimo continua a escalar. A ITC abriu um novo processo, com duração prevista de 6 meses, para avaliar se os Apple Watch redesign infrigem ainda as patentes de oximetria, mesmo após as alterações feitas pela Apple.
Elementos adicionais que pressionam a narrativa:
- A Apple já tinha removido funcionalidades de oxigénio para evitar um ban anterior.
- Reintroduziu uma versão atualizada da função em agosto de 2025, aprovada pela Customs, aprovação que Masimo agora contesta.
- Um júri na Califórnia condenou a Apple a pagar $634 milhões por infração de patentes Masimo.
Este conjunto reforça o risco regulatório sobre a categoria Watch, que representa uma das unidades de maior crescimento dentro do segmento de acessórios.
5. Movimentos de Investidores: Berkshire Reconfigura o Portefólio
A Berkshire Hathaway revelou:
- Compra de $4,3 mil milhões em ações da Alphabet;
- Corte da posição na Apple para 238,2 milhões de ações;
- Venda acumulada de ~75% da posição desde o pico de mais de 900 M ações.
Apesar das alienações, a Apple mantém-se como maior posição, avaliada em $60,7 mil milhões.
A Berkshire continua em postura defensiva, acumulando $381,7 mil milhões de caixa, num ambiente onde considera as valorizações elevadas e prefere liquidez enquanto prepara a transição para Greg Abel a 1 janeiro 2026.
Este realinhamento não altera a leitura estrutural: a Apple continua a ser a aposta central de longo prazo, embora em menor escala.
Conclusão
Os documentos analisados revelam uma Apple em fase de recomposição estratégica: por um lado, enfrenta desafios em produtos específicos, como o iPhone Air e pressões regulatórias nos wearables; por outro, beneficia de forte procura pelo iPhone 17, sinalizando impulso renovado no mercado chinês, onde o crescimento de 22% YoY destaca a força do novo ciclo.
O guidance superior ao consenso fornece uma âncora positiva para os próximos trimestres, reforçada pela expansão para o segmento de computadores de baixo custo, que poderá aumentar a base instalada e gerar mais receitas de serviços. No plano externo, a redução da posição da Berkshire não altera a relevância da Apple no portefólio, mas mostra que investidores institucionais estão mais seletivos num ambiente de maior incerteza macro e regulatória.
No conjunto, o período recente demonstra que, embora a Apple enfrente riscos materiais legais, competitivos e operacionais, mantém sinais claros de resiliência e capacidade de adaptação, sustentados pelo desempenho dos flagships e por uma estratégia de diversificação dentro do ecossistema.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo a Apple, formato “News”, atualizado com informações até 15 de Novembro de 2025. Categorias: Tecnologia. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, EUA, Apple, Earnings, Consumo, Smartphones, Inteligência Artificial)