DESTAQUES (15 de janeiro de 2025)

• O lucro líquido da BlackRock subiu 21% no quarto trimestre, atingindo 1,67 mil milhões de dólares.
• Os ativos sob gestão cresceram para um recorde de 11,6 biliões de dólares, face a 10,01 biliões no ano anterior.
• A gestora registou 201 mil milhões de dólares em entradas líquidas de longo prazo no trimestre.
• O investimento em infraestruturas e crédito privado reforçou a expansão da BlackRock nos mercados privados.
• As ações da empresa subiram 4%, atingindo 1.000 dólares por ação.

Lucro Recorde Impulsionado pelo Desempenho dos Mercados e Entradas de Capital

A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, reportou um aumento de 21% no lucro líquido do quarto trimestre de 2024, atingindo 1,67 mil milhões de dólares ou 10,63 dólares por ação, em comparação com 1,38 mil milhões de dólares (9,15 dólares por ação) no mesmo período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado pelo forte desempenho dos mercados acionistas e pelo aumento substancial das entradas de capital.

Os ativos sob gestão (AUM) da BlackRock atingiram um recorde de 11,55 biliões de dólares, acima dos 10,01 biliões de dólares registados um ano antes e dos 11,48 biliões de dólares do terceiro trimestre de 2024. Este crescimento foi parcialmente impulsionado pela recuperação dos mercados acionistas dos EUA, alimentada pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, que gerou expectativas de cortes fiscais e desregulamentação.

Expansão nos Mercados Privados e Estratégia de Crescimento

O ano de 2024 foi marcado por um forte foco da BlackRock na expansão dos mercados privados. A empresa investiu cerca de 25 mil milhões de dólares no Global Infrastructure Partners e na HPS Investment Partners, reforçando a sua presença em infraestruturas e crédito privado.

O CEO Larry Fink destacou que, ao contrário de muitas empresas que enfrentam pausas no envolvimento dos clientes durante períodos de fusões e aquisições, “os clientes estão a adotar e a recompensar a nossa estratégia”.

Além disso, em junho de 2024, a BlackRock anunciou um acordo de 3,2 mil milhões de dólares para adquirir a fornecedora de dados britânica Preqin, com o objetivo de fortalecer a sua oferta em índices para mercados privados. Embora o negócio estivesse previsto para ser concluído até ao final de 2024, uma investigação do regulador da concorrência britânico adiou a decisão para o primeiro trimestre de 2025.

Fluxos de Capital e Desempenho dos Fundos

A BlackRock registou 201 mil milhões de dólares em entradas líquidas de longo prazo no quarto trimestre, elevando o total de entradas líquidas para 281,4 mil milhões de dólares em 2024, face a 95,6 mil milhões no ano anterior.

O destaque vai para os fundos negociados em bolsa (ETFs), que captaram 142,6 mil milhões de dólares em novos investimentos. Os produtos de rendimento fixo da BlackRock também atraíram 23,8 mil milhões de dólares, demonstrando um forte apetite dos investidores por diversificação de portefólio.

O índice S&P 500 valorizou 2,1% no quarto trimestre e encerrou o ano com um ganho de 23,3%, marcando o segundo ano consecutivo com ganhos superiores a 20%. Este desempenho positivo contribuiu significativamente para os resultados da BlackRock.

Mudanças na Liderança e Perspetivas Futuras

O ambiente interno da BlackRock também foi marcado por mudanças na liderança. O executivo Mark Wiedman, anteriormente apontado como possível sucessor de Larry Fink, anunciou a sua saída da empresa. Além disso, Salim Ramji, outro potencial candidato à sucessão, deixou a BlackRock em janeiro de 2024 para assumir o cargo de CEO da Vanguard Group.

Apesar das mudanças, Larry Fink, de 72 anos, mantém-se à frente da empresa. Na sua 100ª conferência de resultados, Fink comentou de forma descontraída: “Não posso dizer que me sinta mais velho”.

Conclusão

Os resultados do quarto trimestre de 2024 confirmam a resiliência e o crescimento contínuo da BlackRock, com um desempenho robusto nos mercados públicos e privados. O forte fluxo de entradas de capital, aliado à expansão estratégica em áreas como infraestruturas e crédito privado, posiciona a empresa para um crescimento sustentável em 2025. A confiança dos investidores foi refletida na valorização das ações, que subiram 4%, atingindo os 1.000 dólares por ação.