Brasil, Economia – 07 Ago 25

Aqui pode acompanhar as últimas notícias relacionadas com a economia do Brasil. As notícias são uma componente importante, pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que influenciam o crescimento económico, a estabilidade financeira e as dinâmicas do mercado local e global.


Economia do Brasil regista sinais mistos com desaceleração recente e novas pressões externas

Strategic Highlights (14 de julho de 2025)

  • A economia brasileira surpreendeu positivamente no início de 2025, com uma recuperação acima do esperado no primeiro trimestre, impulsionando as previsões anuais de crescimento
  • Atividade económica registou uma queda inesperada em maio de 2025, sinalizando possível desaceleração no segundo trimestre
  • Vendas a retalho recuaram pelo segundo mês consecutivo em maio, ficando abaixo das previsões dos analistas
  • Administração Trump anunciou tarifas de 50% sobre cobre e carne importados do Brasil, com efeitos a partir de agosto de 2025
  • Mercado começa a rever em baixa o otimismo inicial, com receios de impacto no comércio e no consumo interno

Crescimento forte no início do ano impulsionou as previsões

A economia brasileira arrancou 2025 com um ritmo robusto de expansão. No primeiro trimestre, o crescimento económico superou as expectativas, sustentado por investimento industrial, consumo interno sólido e aumento das exportações de matérias-primas. A 31 de maio de 2025, este desempenho levou várias instituições a reverem em alta as previsões para o PIB anual.

Setores como a construção civil, logística e agronegócio apresentaram ganhos consistentes, beneficiando de crédito facilitado e de uma conjuntura externa inicialmente favorável. O otimismo foi reforçado por uma melhoria no índice de confiança empresarial e por um avanço nas encomendas industriais.

Sinais de desaceleração a partir de maio

Apesar do bom arranque, os dados divulgados a 14 de julho de 2025 apontam para uma queda inesperada da atividade económica em maio, interrompendo a sequência de recuperação. Este abrandamento coincidiu com uma redução nas exportações mensais e com indicadores de produção a recuar em vários setores.

As vendas a retalho também desiludiram, registando uma queda pelo segundo mês consecutivo. A 8 de julho de 2025, foi reportado que o consumo das famílias perdeu tração, pressionado pela inflação persistente nos alimentos e pelas taxas de juro ainda elevadas. A contração nas vendas foi particularmente visível em bens não essenciais e produtos eletrónicos.

Novas tarifas dos EUA aumentam a pressão externa

A 10 de julho de 2025, o ex-presidente Donald Trump, novamente candidato às presidenciais, anunciou tarifas de 50% sobre as importações de cobre e carne do Brasil, com entrada em vigor prevista para agosto. A medida insere-se numa nova vaga de políticas protecionistas destinadas a reduzir a dependência de produtos estrangeiros e a reforçar a indústria americana.

Estes produtos representam uma fatia relevante das exportações brasileiras para os EUA, e o impacto poderá fazer-se sentir nas receitas do agronegócio e da mineração já no terceiro trimestre. Analistas alertam para potenciais efeitos negativos no emprego, na confiança do investidor externo e na balança comercial.

Perspetivas revistas com cautela pelos investidores

O mercado reagiu com maior prudência após os últimos dados. Embora o início de 2025 tenha sido favorável, os números de maio e a introdução de novas barreiras comerciais alteraram a perspetiva de curto prazo.

Alguns bancos passaram a prever um crescimento moderado para o segundo semestre, com menor contribuição do consumo e possível retração no investimento privado. O real manteve-se relativamente estável, mas observou-se aumento da volatilidade nas taxas de juro futuras, refletindo incerteza quanto à política monetária do Banco Central do Brasil.

Conclusão

A economia do Brasil viveu um início de 2025 surpreendentemente positivo, mas os sinais recentes de desaceleração e a introdução de tarifas significativas por parte dos EUA levantam novas incertezas para o segundo semestre. A combinação de menor dinamismo interno e pressões externas poderá levar a uma revisão em baixa das previsões de crescimento. Os investidores permanecem atentos à evolução da política monetária e aos impactos das medidas comerciais, num contexto cada vez mais volátil.


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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre o PIB do Brasil, formato “Geral”, atualizado com informações até 14 de Julho de 2025. Categoria: Economia. Classe de Ativos: N/A Tags: Economia, Brasil, America do Sul)