
Deere revê lucros em baixa com tarifas a pressionar custos e agricultores a adiar investimento
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Deere. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights (14 de agosto de 2025)
- Lucro trimestral por ação (EPS) caiu para 6,64 euros no segundo trimestre, face aos 8,53 euros registados no mesmo período de 2024, refletindo a queda da procura e os efeitos das tarifas.
- Receitas do segundo trimestre caíram 18% para 11.170 milhões de euros, apesar de superarem as previsões de 10.800 milhões.
- Lucro líquido do trimestre caiu para 1.800 milhões de euros, abaixo dos 2.370 milhões do ano anterior.
- A empresa reduziu o limite inferior da previsão de lucro anual para 4.750 milhões de euros, mantendo o teto em 5.500 milhões.
- O impacto total das tarifas para 2025 poderá ultrapassar 500 milhões de euros antes de impostos, segundo declarações da administração.
- O primeiro trimestre tinha já registado uma queda de 35% nas receitas, para 6.810 milhões, e um declínio acentuado nas vendas de tratores e colheitadeiras.
- Deere comprometeu-se a investir 20 mil milhões de euros nos EUA na próxima década, apesar da incerteza.
Procura em queda e agricultores mais cautelosos
A Deere & Company, maior fabricante mundial de maquinaria agrícola, enfrenta um 2025 marcado por procura debilitada, custos em alta e forte pressão política sobre o comércio internacional. Segundo os resultados apresentados a 14 de agosto, o lucro trimestral caiu para 1.800 milhões de euros, com um EPS de 6,64 euros, muito abaixo dos 8,53 euros registados no segundo trimestre de 2024.
As receitas caíram 18% para 11.170 milhões de euros, superando ainda assim as previsões dos analistas (10.800 milhões). A empresa conseguiu atenuar parte do impacto negativo com reduções de produção e cortes em garantias e logística, mas as vendas de tratores de grande porte e colheitadeiras continuam em retração, afetadas por:
- Taxas de juro elevadas, que encarecem o crédito agrícola;
- Preços mais baixos das colheitas, que reduzem a rentabilidade dos produtores;
- Maior procura por soluções de renting em vez de compra.
Tarifas criam pressão adicional sobre custos e clientes
A administração da Deere alertou que o impacto estimado das tarifas para 2025 ultrapassará os 500 milhões de euros antes de impostos, especialmente devido às taxas de 25% sobre aço, alumínio e componentes importados do México e da China, reimpostas após a reeleição de Donald Trump.
Atualmente, cerca de 10% dos custos de fabrico da Deere nos EUA vêm do México, menos de 2% da China e 1% do Canadá, segundo o CFO Joshua Jepsen. Mesmo assim, o efeito indireto nos preços das matérias-primas e componentes tem sido expressivo, aumentando os custos e os prazos de produção.
Além disso, os agricultores norte-americanos, principais clientes da Deere, são particularmente vulneráveis a medidas retaliatórias impostas a produtos agrícolas como soja, milho e carne, o que reduz ainda mais a sua propensão para investir em equipamento novo.
Revisão das previsões e reação do mercado
Com base na evolução do semestre, a empresa reviu a previsão de lucro anual, reduzindo o intervalo para 4.750 a 5.500 milhões de euros, face à faixa anterior de 5.000 a 5.500 milhões. A revisão é atribuída a um abalo prolongado nas intenções de investimento dos agricultores, combinado com um ambiente de margens mais apertadas.
Apesar dos resultados fracos, a ação da Deere subiu 5% após a divulgação do segundo trimestre, uma vez que o EPS e as receitas superaram as estimativas, e a empresa demonstrou capacidade de controlo de custos eficaz.
Estratégia a longo prazo e investimentos nos EUA
Apesar do contexto adverso, o CEO John May reafirmou o compromisso da Deere com o mercado norte-americano, incluindo um plano de investimento de 20 mil milhões de euros nos EUA ao longo da próxima década, centrado em:
- Modernização de fábricas e digitalização;
- Expansão da oferta de equipamentos autónomos e elétricos;
- Reforço da integração de soluções de precisão agrícola baseadas em IA.
Conclusão
A Deere atravessa um ano desafiante em 2025, com quedas sucessivas nas receitas, lucros pressionados e incerteza agravada pelas tarifas impostas à cadeia produtiva. A resposta tem sido marcada por eficiência operacional, contenção de custos e ajustamento da produção, o que permitiu à empresa superar ligeiramente as previsões de mercado no segundo trimestre.
A empresa mantém uma visão de longo prazo assente em investimento doméstico, inovação tecnológica e foco no cliente agrícola, mas o sucesso desta abordagem dependerá da estabilização do comércio internacional e da retoma da confiança no setor agrícola. O segundo semestre será decisivo para confirmar se a empresa consegue proteger as margens e ajustar a operação à nova realidade geopolítica e económica.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre a John Deere, formato “News”, atualizado com informações até 14 de Agosto de 2025. Categoria: Indústria. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, EUA, John Deere, Equipamentos Industriais)