Galp Earnings, News – 06 Nov 25

Galp Energia reforça posição global entre crescimento industrial, transição energética e expansão africana


Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Galp. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.


Strategic Highlights – 27 outubro 2025

  • Lucro líquido ajustado sobe 53% no 3.º trimestre de 2025, para 407 milhões de euros, superando o consenso de 321 milhões.
  • EBITDA aumenta 11%, atingindo 911 milhões de euros, com margem de refinação quase duplicada para 9,5 USD/barril.
  • Galp em negociações avançadas para vender 40% do campo Mopane (Namíbia), com reservas estimadas em 10 mil milhões de barris.
  • Primeiro eletrolisador Plug Power (10 MW) entregue em Sines, marco no projeto de 100 MW de hidrogénio verde a concluir em 2026.
  • Nova joint venture em São Tomé e Príncipe com Shell, Petrobras e ANP-STP, reforçando a presença da Galp no Golfo da Guiné.

Nota de Contexto

A Galp Energia SGPS SA é o principal grupo energético português, com operações integradas em exploração e produção de petróleo e gás, refinação, comercialização e, cada vez mais, energia renovável e soluções de baixo carbono. Atua em nove países, emprega cerca de 7.000 pessoas, e encontra-se num ciclo estratégico de transição energética acelerada, investindo fortemente em hidrogénio verde, biocombustíveis e descarbonização industrial, ao mesmo tempo que expande a sua base de produção upstream em África e no Brasil.

Resultados do 3.º Trimestre de 2025

A Galp apresentou resultados robustos no trimestre terminado em setembro de 2025, com desempenho acima das expectativas de mercado:

  • EBITDA ajustado: 911 milhões de euros (+11% face a 2024), superando a estimativa de 865 milhões.
  • Lucro líquido ajustado: 407 milhões de euros, +53% ano sobre ano, face a 321 milhões esperados.
  • Margem de refinação: 9,5 USD/barril, quase o dobro dos 4,7 USD/barril registados em 2024.
  • Produção média: 115 mil barris/dia, +2% face ao ano anterior.
  • Segmento de exploração e produção (upstream): queda de 14% no EBITDA (464 milhões de euros), penalizado pela baixa do Brent para 69,1 USD/barril (-14% YoY).
  • Refinação e trading: salto para 315 milhões de euros (+91%), impulsionado por margens e forte performance no gás natural (+42% em volumes).

A empresa declarou estar “bem posicionada para ultrapassar” a meta de 2,7 mil milhões de euros de EBITDA ajustado para 2025. As ações subiram 3% após a divulgação.

Transição Energética e Projeto de Hidrogénio em Sines

A 1 de outubro, a Plug Power anunciou a entrega do primeiro módulo de 10 MW do projeto de hidrogénio verde da Galp em Sines, o maior projeto europeu de eletrólise com tecnologia PEM.
O plano prevê:

  • 100 MW de capacidade total até início de 2026 (10 módulos GenEco).
  • 15.000 toneladas/ano de hidrogénio renovável, substituindo 20% do hidrogénio cinzento da refinaria.
  • Redução de 110 mil toneladas/ano de emissões (COe).
  • Investimento total: 650 milhões de euros, incluindo unidade HVO/SAF.

Segundo Ronald Doesburg, EVP Industrial da Galp, “com os primeiros 100 MW, inicia-se a descarbonização da refinaria de Sines, um passo decisivo para o setor industrial europeu.”

O projeto, cofinanciado por fundos europeus, coloca a Galp entre os líderes de hidrogénio verde no sul da Europa, com impacto direto na competitividade da sua refinação e pegada carbónica.

Exploração e Expansão Internacional

Namíbia – Campo Mopane

A 21 de outubro, Nuno Bastos, membro do conselho executivo, revelou que a Galp está em negociações avançadas para vender 40% do campo Mopane, mantendo controlo de 40% e buscando um parceiro operador.

  • Reservas estimadas: mais de 10 mil milhões de barris de petróleo in situ.
  • Primeiro óleo previsto: entre 2031 e 2032.

O objetivo é atrair um parceiro “que acelere o desenvolvimento de Mopane o mais depressa possível”, afirmou Bastos, destacando o “enorme interesse” de várias majors.
Este projeto é considerado o maior potencial de upstream africano da Galp e poderá redefinir o seu mix de produção na próxima década.

Brasil – Campos Tupi e Bacalhau

A Petrogal, subsidiária brasileira da Galp, foi parte do consórcio afetado pela decisão arbitral de 22 outubro 2025 sobre o campo Tupi, que permitiu ao Estado brasileiro reter 22,2 mil milhões de reais (4,1 mil milhões de euros) em impostos.
Embora a decisão não envolva penalizações diretas à Galp, reforça o risco regulatório no mercado brasileiro.

Em paralelo, a Galp beneficia da entrada em produção do campo Bacalhau, operado pela Sinopec (70/30 JV):

  • Capacidade de produção: até 220 mil barris/dia.
  • Contribuição estimada: 400 milhões de euros/ano de cash flow para a Galp durante 15–20 anos.

Esta consolidação no Brasil reforça a sua posição como pilar financeiro e operacional do grupo.

São Tomé e Príncipe – Nova Frente de Exploração

A 12 setembro 2025, a Galp assinou um acordo farm-in com a KE STP Company (afiliação da Shell), garantindo uma participação de 27,5% no Bloco 4, em joint venture com Shell (30%, operador), Petrobras (27,5%) e ANP-STP (15%).
A operação reforça a presença da Galp no Golfo da Guiné, região de elevado potencial geológico, e consolida a parceria estratégica com Shell e Petrobras.

Impacto de Mercado e Perspetivas

Os resultados e os anúncios de outubro reforçam a perceção da Galp como um ativo energético híbrido, com forte geração de caixa no petróleo e gás, mas com investimento visível em energia limpa.
O mercado reagiu positivamente, ações +3%, interpretando o mix entre performance operacional sólida e pipeline de transição energética como um sinal de resiliência.

A curto prazo, espera-se que a empresa revise em alta o guidance de EBITDA anual.
A médio prazo, os projetos em Sines, Mopane e Bacalhau criam uma plataforma integrada de crescimento e descarbonização, enquanto a entrada em São Tomé diversifica a exposição geográfica.

Conclusão

O conjunto de decisões e resultados entre setembro e outubro de 2025 confirma a Galp Energia como uma das empresas europeias mais ativas na reconciliação entre rentabilidade e transição energética.
O reforço do pipeline africano (Namíbia, São Tomé), a estabilização da produção brasileira e o avanço do hidrogénio verde em Sines evidenciam uma estratégia de equilíbrio entre expansão upstream e descarbonização industrial.

Se conseguir executar simultaneamente os três eixos, crescimento exploratório, inovação energética e disciplina financeira, a Galp poderá emergir em 2026 como referência ibérica de transição industrial integrada, combinando solidez de resultados com liderança tecnológica.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da Galp, formato “News”, atualizado com informações até 27 de Outubro de 2025. Categorias: Energia. Tags: Acionista, Galp, Petrolífera, Portugal)

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