Goldman Sachs Earnings, News – 30 Out 25

Goldman Sachs reforça liderança no dealmaking e aposta estratégica na T. Rowe para captar poupança de longo prazo


Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a Goldman Sachs. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.


Strategic Highlights – 14 outubro 2025

  • Lucro trimestral do Goldman Sachs aumentou 37%, para 4,1 mil milhões USD, impulsionado por advisory fees e retoma das operações de M&A.
  • Receitas de gestão de ativos e patrimónios cresceram 17%, atingindo 4,4 mil milhões USD, com taxas recorde e expansão em private banking.
  • O banco anunciou investimento até 1 mil milhão USD na T. Rowe Price, garantindo acesso direto ao mercado norte-americano de poupança para reforma (401k).
  • Programa “OneGS 3.0” introduz automação e IA para aumentar produtividade, com reduções pontuais de pessoal.
  • CEO David Solomon prevê Basel III Endgame mais construtivo, com alívio regulatório e reforço da competitividade global.

Nota de Contexto

O Goldman Sachs Group Inc. é um dos maiores bancos de investimento do mundo, com presença dominante em advisory, trading e gestão de patrimónios. Desde 2023, sob a liderança de David Solomon, a instituição tem procurado equilibrar o seu perfil de risco reduzindo a dependência das receitas voláteis de trading e reforçando o segmento asset & wealth management, uma área mais estável e previsível.

A T. Rowe Price Group, por sua vez, é uma das mais tradicionais gestoras de ativos norte-americanas, com um foco histórico em fundos de reforma (401k) e uma base de clientes de longo prazo. Enfrenta, contudo, saídas líquidas de capital e queda acentuada nas ações (–50% desde 2021), o que torna o investimento do Goldman uma aliança de valor mútuo.

Resultados do 3.º trimestre de 2025

O Goldman Sachs reportou um trimestre particularmente forte, confirmando a recuperação do mercado de capitais e consolidando a sua posição como o principal intermediário global de M&A.

  • Lucro líquido: 4,1 mil milhões USD, +37% YoY
  • EPS: 12,25 USD, vs. 8,40 USD em 2024
  • Receitas de banca de investimento:2,66 mil milhões USD, +42%
    • Advisory fees +60%
    • Debt & equity underwriting também em alta
  • Gestão de ativos e patrimónios: 4,4 mil milhões USD, +17%, com 3,45 biliões USD sob supervisão
  • Trading (equities): 3,74 mil milhões USD, +7%
  • FICC: 3,47 mil milhões USD, +17%
  • Provisões para perdas de crédito: 339 milhões USD (vs. 397 milhões em 2024)

As receitas de M&A foram impulsionadas por megadeals globais que atingiram 3,43 biliões USD nos primeiros nove meses de 2025, o maior volume médio desde 2015. O Goldman participou em algumas das operações mais relevantes do ano:

  • Venda da Electronic Arts por 55 mil milhões USD (consórcio PIF + private equity).
  • Spin-off da Holcim (Amrize) avaliado em 26 mil milhões USD.
  • Aquisição da Comerica pela Fifth Third Bancorp, por 10,9 mil milhões USD.

O banco também figurou como bookrunner em IPOs emblemáticos, Figma, Klarna e Firefly Aerospace, consolidando a liderança no pipeline de emissões. O backlog de transações está no nível mais elevado desde 2022, sinalizando uma forte continuidade para 2026.

Drivers de crescimento e eficiência

O trimestre marcou a execução mais clara da estratégia delineada por Solomon em 2022: diversificar receitas e reduzir volatilidade cíclica.

A expansão do segmento de asset & wealth management, agora 4,4 mil milhões USD por trimestre, oferece ao banco uma fonte de receitas recorrentes que compensa a variabilidade do negócio de trading. A rentabilidade das taxas de gestão atingiu máximos históricos, impulsionada por uma base de ativos de 3,45 biliões USD e aumento da procura em private banking e lending.

Ao mesmo tempo, a iniciativa OneGS 3.0 iniciou uma fase de integração tecnológica com inteligência artificial, visando “unlock significant productivity gains”, segundo o comunicado interno assinado por Solomon, o presidente John Waldron e o CFO Denis Coleman. A meta é melhorar margens sem cortes massivos de pessoal, permitindo reinvestir em soluções para clientes institucionais e individuais.

Aliança estratégica com a T. Rowe Price

Em 4 setembro 2025, o Goldman anunciou um investimento até 1 mil milhão USD na T. Rowe Price, através de compras de mercado destinadas a alcançar 3,5% do capital da gestora.

A transação é tanto financeira como estratégica. Segundo analistas, oferece ao Goldman um acesso direto à base de planos de reforma 401k, que representa dois terços dos ativos da T. Rowe. Como resumiu Michael Ashley Schulman, da Running Point Capital:

“Goldman did not buy a friend, it bought a fast lane into 401(k) distribution.”

O acordo inclui o desenvolvimento conjunto de produtos de mercado privado para investidores de retalho e fundos target-date. Estas soluções ajustam automaticamente a exposição a ações e obrigações ao longo do tempo, uma categoria de rápido crescimento nos EUA.

De acordo com a Evercore ISI, o Goldman “traz uma amplitude de capacidades em private markets e wealth management” que permitirá desenhar soluções “alinhadas com a evolução da procura dos clientes”.

O impacto imediato foi significativo: as ações da T. Rowe subiram +6% na abertura e chegaram a +10% em premarket, sinalizando a leitura positiva do mercado.

Regulação e enquadramento macro

David Solomon reforçou a expectativa de uma melhoria substancial do enquadramento regulatório, afirmando:

“We’re going to see a much more constructive Basel III endgame.”

O CEO antecipa alívio na Supplementary Leverage Ratio (SLR) e maior transparência nos testes CCAR, medidas que poderão libertar capital e aumentar o retorno sobre capital próprio em 2026.

O contexto macro também tem favorecido os bancos de investimento: a redução das taxas da Fed em setembro e a persistência do investimento em IA e infraestrutura sustentaram o apetite por risco, levando os índices norte-americanos a máximos históricos e criando um ambiente propício para novas emissões e operações corporativas.

Mercado e desempenho das ações

Apesar da reação inicial negativa (–4,7% no dia da divulgação dos resultados, devido a desilusão no trading), as ações do Goldman Sachs acumulam +37% em 2025, refletindo confiança no “capital markets machine”, como descreveu o analista Stephen Biggar (Argus Research).

Por comparação, JPMorgan regista +26% e Citigroup +42%, todos beneficiando da normalização das taxas e do regresso dos megadeals. No entanto, o Goldman continua a apresentar maior alavancagem operacional por unidade de receita, o que amplifica o efeito positivo dos ciclos de mercado.

Perspetivas

O Goldman entra em 2026 com pipeline de transações recorde, crescimento robusto em gestão de ativos e uma estrutura de capital mais eficiente. A integração com a T. Rowe abre portas a um segmento de mercado massivo e estável, o da poupança de longo prazo, enquanto a automação interna aumenta a resiliência operacional.

Com ambiente regulatório mais favorável, custos controlados e procura firme por private markets, o banco está bem posicionado para recuperar níveis de rentabilidade de dois dígitos no próximo exercício.

Conclusão

O trimestre de setembro de 2025 confirmou o renascimento do modelo Goldman Sachs: uma combinação de liderança em advisory, crescimento estrutural em wealth management e capacidade de adaptação tecnológica.

A entrada estratégica na T. Rowe Price reforça o pilar de receitas de longo prazo e diversifica o perfil de risco, enquanto o “OneGS 3.0” simboliza a transição para um modelo mais ágil e digital.

Num contexto de mercado mais líquido e regulação mais previsível, o Goldman volta a consolidar-se como referência no sistema financeiro global, agora com um equilíbrio mais sustentável entre volatilidade e rentabilidade.


Visite o Disclaimer para mais informações.

Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.

(Artigo sobre os Earnings (Resultados) do Goldman Sachs, formato “News”, atualizado com informações até 14 de Outubro de 2025. Categorias: Serviços Finançeiros. Tags: Acionista, EUA, Goldman Sachs, Bancos, Serviços Financeiros)

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