
Aqui pode acompanhar as últimas noticias relacionadas com a Heineken. As notícias são uma componente importante pois ajudam a manter uma linha condutora em relação aos eventos mais relevantes que afetam esta empresa.
Heineken perde controlo no Congo e alerta para impacto das tarifas após queda de 4,1% no lucro operacional
Strategic Highlights (28 de julho de 2025)
- A Heineken reportou um lucro operacional de 1,89 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2025, uma queda de 4,1% face ao mesmo período do ano anterior, impactada por desvalorizações cambiais e pressões inflacionistas;
- A empresa perdeu o controlo operacional das suas instalações no leste da República Democrática do Congo, obrigando à suspensão da produção numa das suas subsidiárias na região;
- As vendas consolidadas aumentaram 2,6% em termos orgânicos, com crescimento de volumes na Ásia e Europa, mas recuo nas Américas, afetadas por inflação persistente e dificuldades logísticas;
- O impacto das tarifas comerciais sobre matérias-primas, embalagens e transporte foi citado como um risco crescente, sobretudo nos mercados da Ásia-Pacífico e América Latina;
- A Heineken manteve a previsão de crescimento orgânico do lucro operacional de um dígito médio para 2025, mas alertou para maior volatilidade no segundo semestre.
Queda nos lucros e pressão cambial
A Heineken anunciou a 28 de julho de 2025 que o seu lucro operacional caiu 4,1% no primeiro semestre, para 1,89 mil milhões de euros, abaixo das previsões dos analistas. O desempenho foi impactado por efeitos cambiais adversos, aumento dos custos de energia e logística, bem como por fatores pontuais relacionados com desvalorizações em mercados emergentes.
O CEO Dolf van den Brink reconheceu que o ambiente macroeconómico se deteriorou em alguns mercados:
“Enfrentámos desafios maiores do que o antecipado no primeiro semestre, particularmente em mercados onde os custos estão a aumentar mais rapidamente do que os preços podem ser ajustados.”
Crescimento orgânico resiliente, mas desigual por região
Apesar da queda no lucro, as vendas líquidas cresceram 2,6% em termos orgânicos, apoiadas por uma boa performance na Ásia (com destaque para Vietname e Índia) e uma recuperação moderada na Europa Ocidental. Por outro lado, as Américas registaram um decréscimo em volume, penalizadas pelo abrandamento do consumo e pelos efeitos cambiais, especialmente no Brasil e México.
A empresa realçou que os preços por hectolitro aumentaram 6,4% em média, refletindo ajustes tarifários e gestão ativa de mix de produto.
Perda de controlo no Congo agrava riscos operacionais
No final de junho de 2025, a Heineken confirmou ter perdido o controlo operacional da sua subsidiária Bralima no leste da República Democrática do Congo, na sequência do agravamento dos confrontos armados na província de Kivu. A fábrica foi encerrada e a produção suspensa por tempo indeterminado.
A empresa registou uma imparidade de 122 milhões de euros ligada a ativos na região, e está a reavaliar a viabilidade das operações em contextos de instabilidade prolongada. A Heineken sublinhou que a segurança dos colaboradores é prioritária e que está em contacto com autoridades locais e internacionais para acompanhar a situação.
Tarifas e custos logísticos aumentam a pressão sobre margens
A administração alertou que as tarifas comerciais sobre matérias-primas e materiais de embalagem, como cevada, alumínio e papel, estão a afetar negativamente os custos operacionais, sobretudo em mercados da Ásia-Pacífico, onde os fornecedores são mais sensíveis às flutuações tarifárias e cambiais.
Adicionalmente, os custos logísticos globais continuam elevados, com escassez de contentores e rotas congestionadas a forçarem a reformulação de cadeias de abastecimento. A empresa tem vindo a renegociar contratos de fornecimento, a rever rotas e a ajustar os preços finais de forma seletiva para proteger a rentabilidade.
Guidance mantido, mas com nota de cautela
Apesar dos desafios, a Heineken manteve a sua previsão para o ano completo, esperando um crescimento orgânico do lucro operacional na faixa de um dígito médio, mas advertiu que a visibilidade para o segundo semestre se deteriorou, especialmente em mercados emergentes e no segmento de cervejas premium.
O grupo reafirmou o foco em disciplina de custos, simplificação do portefólio de marcas e investimentos seletivos em mercados estratégicos e canais digitais, como forma de mitigar a pressão sobre as margens.
Conclusão
A Heineken entra na segunda metade de 2025 sob pressão, com resultados abaixo do esperado e riscos operacionais agravados pela perda de controlo no Congo e pelas tarifas comerciais em alta. Apesar de registar crescimento orgânico nas vendas e manter o guidance anual, a empresa enfrenta um cenário mais volátil, com custos em alta e desafios geopolíticos crescentes. A execução disciplinada e a capacidade de adaptação operacional serão determinantes para preservar margens e manter a trajetória estratégica em mercados-chave.
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Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da Heineken, formato “News”, atualizado com informações até 28 de Julho de 2025. Categoria: Consumo. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, Heineken, Países Baixos, Consumo, Bebidas)