NOS 3T 2025 – Eficiência, transformação e prova de resiliência num mercado em mudança
Aqui pode acompanhar as últimas informações relacionadas com a NOS. Acompanhamos de forma contínua os desenvolvimentos mais relevantes que impactam esta empresa e consolidamos os pontos essenciais num formato que oferece uma visão clara, objetiva e alinhada com a nossa análise.
Strategic Highlights – 27 outubro 2025
- EBITDA consolidado +2,7 %, sustentado por Telecomunicações e IT, compensando a quebra no Cinema & Audiovisual.
- Margem operacional em alta (48,7 %), refletindo ganhos estruturais de eficiência e menor base de custos.
- Lucro líquido +24,9 %, apoiado na redução de encargos financeiros e maior disciplina fiscal.
- CAPEX em trajetória descendente, confirmando maturidade do investimento em rede e libertação de cash-flow.
- Dívida líquida / EBITDA AL em 1,6x, uma das estruturas financeiras mais sólidas do setor em Portugal.
Nota de Contexto
A NOS é hoje muito mais do que um operador de telecomunicações: transformou-se numa plataforma integrada de serviços digitais, com posições relevantes em IT, cibersegurança e conteúdos audiovisuais.
Depois da integração da Claranet Portugal (abril 2025), a empresa passou a operar com uma arquitetura de negócio híbrida, Telecomunicações, IT e Audiovisual & Cinema, que reflete a ambição de longo prazo: ser o núcleo digital da economia portuguesa, sustentando empresas e consumidores num contexto de transformação tecnológica acelerada.
1. Desempenho global: crescimento qualitativo num trimestre de consolidação
O 3.º trimestre de 2025 não trouxe grandes surpresas de crescimento em volume, mas confirmou algo mais importante: a maturidade operacional de um modelo capaz de gerar mais valor a partir de menos receita.
Com o negócio Cinema & Audiovisual em fase baixa e um mercado de telecomunicações cada vez mais competitivo, a NOS conseguiu elevar a rentabilidade através de eficiência operacional real e sustentada.
A margem EBITDA aumentou 1,8 pontos percentuais, num movimento que traduz o sucesso do programa de transformação SCAILE, centrado em inteligência artificial e automação de processos críticos.
Esta melhoria das margens não é conjuntural: representa a tradução em números de uma reorganização estrutural do modelo de operações, com impacto direto na produtividade e na qualidade de serviço.
Em termos estratégicos, o trimestre marca uma viragem da NOS para um modelo de crescimento intensivo em eficiência, onde a prioridade é a geração de valor, não a expansão de receitas a qualquer custo.
2. Telecomunicações: a espinha dorsal do crescimento sustentável
O negócio Telecomunicações manteve-se como o motor principal, demonstrando resiliência num contexto de erosão de preços e saturação de mercado.
O crescimento líquido de clientes, +130 mil RGUs, impulsionado pelo móvel, confirma que a empresa ainda consegue captar quota com base em qualidade e experiência de serviço, e não apenas em preço.
O reconhecimento da DECO Proteste como “Best in Test” nos três serviços (Internet Móvel, Banda Larga e TV) reforça a perceção de liderança em qualidade, um elemento cada vez mais determinante para a retenção e diferenciação.
A melhoria da margem operacional em dois pontos percentuais reflete o equilíbrio saudável entre base de clientes estável, custos controlados e investimentos mais seletivos.
O CAPEX continua a descer, mas sem comprometer cobertura nem capacidade, sinal de maturidade de rede e retorno crescente sobre capital investido.
3. IT: o vetor de diversificação estratégica
O segmento IT, reforçado pela integração da Claranet, está a tornar-se o segundo eixo de crescimento da NOS, com um perfil de rentabilidade crescente.
Apesar da ligeira queda de receitas, o EBITDA subiu mais de 10 %, graças à mudança de mix para serviços de maior valor cloud, cibersegurança e soluções empresariais integradas.
Este movimento confirma que o IT é hoje mais do que uma extensão técnica da NOS: é a sua alavanca de transformação digital, e o principal canal de entrada em clientes empresariais de maior dimensão.
Ao incorporar a Claranet, a NOS não apenas ampliou capacidades tecnológicas ganhou também relevância estratégica junto do tecido corporativo português, num momento em que a digitalização é fator de competitividade nacional.
4. Cinema e Audiovisual: o custo de uma normalização
Depois de um 2T muito forte, o negócio de Cinema & Audiovisual voltou a sofrer no 3T com a ausência de blockbusters.
A quebra de 28 % nos bilhetes vendidos é conjuntural, mas revela uma vulnerabilidade estrutural: a exposição ao calendário global de estreias e à volatilidade do comportamento do consumidor.
Contudo, a NOS geriu o abrandamento com ajuste proporcional de custos, limitando o impacto no EBITDA.
Em perspetiva, este segmento mantém importância simbólica e relacional é a face cultural e emocional da marca NOS, mas a rentabilidade continuará dependente da gestão de ciclos de estreias e de parcerias internacionais.
5. Eficiência e geração de caixa: a história por trás dos números
Mais relevante do que o crescimento do EBITDA é o avanço na conversão operacional em caixa.
O fluxo de caixa operacional cresceu 27 %, sustentado por menor investimento (CAPEX –2 %) e melhor gestão de capital circulante.
Esta melhoria liberta recursos para reforçar a posição de liquidez (343 M €) e manter uma estrutura de dívida estável e barata (2,8 % de custo médio).
O rácio dívida líquida / EBITDA AL de 1,6x coloca a NOS no quadrante mais sólido do setor ibérico e oferece amplitude estratégica para eventuais novas aquisições ou programas de crescimento futuro.
6. Perspetiva de mercado e leitura estratégica
A reação inicial do mercado, após os resultados do 2T, foi fria: as ações caíram cerca de 2 %, penalizadas por um lucro abaixo do consenso e menor contributo de ganhos extraordinários.
Mas a leitura trimestral mostra que a estratégia de fundo está a consolidar-se:
- o modelo financeiro é mais leve e previsível;
- o negócio IT começa a compensar a maturidade das telecomunicações;
- e a eficiência operacional tornou-se o novo motor de valor.
Num mercado onde a entrada de Digi promete intensificar a concorrência, a resposta da NOS parece ancorar-se em três pilares: qualidade percebida, disciplina financeira e diversificação digital.
É uma abordagem menos exuberante em crescimento, mas mais robusta em sustentabilidade de resultados.
Conclusão
O 3T 2025 mostra uma NOS disciplinada, inteligente e estrategicamente madura.
Não cresce em volume, mas cresce em qualidade de resultados.
A aposta em inteligência artificial, eficiência e serviços empresariais está a redesenhar a estrutura de custos e o perfil competitivo da empresa.
Num setor onde a pressão de preços e a guerra de ofertas parecem inevitáveis, a NOS está a posicionar-se não como a operadora mais barata, mas como a mais eficiente e mais digitalmente relevante.
O futuro da empresa dependerá menos do tráfego e mais da capacidade de monetizar dados, soluções e ecossistemas e nesse caminho, 2025 marca um ponto de inflexão visível.
Visite o Disclaimer para mais informações.
Os valores encontram-se em sistema métrico europeu.
(Artigo sobre os Earnings (Resultados) da NOS, formato “News”, atualizado com informações até 27 de Outubro de 2025. Categoria: Comunicações. Classe de Ativos: Ações. Tags: Acionista, NOS, Portugal, Comunicações)