
Um banco central é uma instituição que regula as suas taxas de juro e gere o fornecimento do dinheiro para economia do país sob a sua alçada ou para um grupo deles, como é o caso da Europa. Ou seja, como é a única entidade capaz de imprimir dinheiro, controla o dinheiro em circulação.
Têm tendência para serem instituições altamente independentes de qualquer afiliação política, ou pelo menos deviam, para desempenhar melhor a sua função com idoneidade e de forma imparcial.
O que faz um Banco Central
Resumidamente o seu principal objectivo é a estabilidade de preços através do controlo da inflação para impedir subidas extremas do preço de bens. Alguns bancos centrais, como a Reserva Federal dos EUA, podem ter objectivos de outra natureza, como vemos no caso da Reserva Federal, que tem uma certa percentagem de desemprego como alvo.
Para fazer cumprir as suas políticas monetárias recorrem a algumas ferramentas, sendo as três principais:
- Gestão requisito de reserva – Os bancos centrais conseguem controlar a quantidade mínima de dinheiro que os bancos membros necessitam ter em reserva. Se aumentarem o requisito em reserva os bancos têm menos dinheiro disponível para emprestar, o que pode causar um abrandamento económico e da inflação. Diminuindo o requisito o inverso acontecerá.
- Gestão da taxa de juro – A segunda ferramenta mais utilizada é a taxa de juro do banco central, taxa esta que é cobrada aos bancos comerciais usados por todos nós. Esta mudança da taxa de juro central acaba por influenciar outras taxas em diversas actividades económicas como o juro de empréstimos, juro recebido por um depósito ou até a taxa de juro das obrigações.
- QE/Flexibilização quantitativa – A terceira ferramenta que referimos é o anteriormente abordado QE, utilizado como último recurso. Basicamente o banco central compra títulos financeiros aos bancos membros e ao fazê-lo injecta dinheiro na economia para estimular o crescimento em caso de o banco central ter uma política expansionista.
Estas ferramentas são usadas para seguir a política monetária colocada em prática pelo banco central.
Políticas monetárias
Como dissemos anteriormente o objectivo dos bancos centrais é obter estabilidade de preço através do controlo da inflação. Assim, e para descrever a posição dos bancos centrais quanto à inflação podemos ter duas posições: hawkish, adjetivo derivado de hawk, falcão em inglês, e dovish, derivado de dove, pombo em inglês.
Estes dois termos são usados para se referir a dois pontos de vista distintos de como a política monetária deveria influenciar a economia.
- Hawkish – O termo hawkish é usado para descrever uma política monetária com um maior foco em controlar a subida da inflação, com mais austeridade. De forma a evitar uma subida acentuada dos preços dos produtos e salários controlados, se a postura actual do banco central se apresentar como hawkish, irá haver uma maior tendência para subir taxas de juro e limitar o dinheiro em circulação para abrandar o crescimento económico e evitar a desvalorização da moeda. Isto irá sem dúvida ser prejudicial para a criação de emprego e novo investimento, mas para quem têm um rendimento fixo e estável é razoavelmente benéfico tendo em conta que o seu poder de compra não decresce.
- Dovish – Do outro lado há a postura dovish, que apresentam uma política monetária expansionista. Fazem-no através de uma diminuição da taxa de juro e aumento de dinheiro em circulação. Graças a essa diminuição do custo de empréstimo motiva a novos investimentos ou expansão de negócios existentes, criando assim emprego e investimento, mas com a consequência de possivelmente aumentar a inflação e fomentar o aumento de preços.
Conclusão
O Presidente ou a comissão executiva chefiada pelo seu Presidente que está no poder dos bancos centrais pode variar de posição conforme os ciclos económicos.
A definição destas políticas e a tomada de decisão neste órgão central influencia as intenções de investidores de todo o mundo. Facilmente se compreende a importância que se deve dar às declarações públicas dos seus representantes.
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